Esta interface apresenta duas vias de circulação, identificadas como I e II, com 319 e 306 m de comprimento, respetivamente, e acessíveis por plataformas com comprimentos de 203 e 155 m e com alturas de 40 e 35 cm;[2][3] existe ainda uma via secundária, identificada como III, com comprimento de 235 m; todas estas vias estão eletrificadas em toda a sua extensão.[3] Esta configuração, sem mudanças nas vias de circulação durante o século XXI,[8] apresenta-se algo reduzida em comparação com a de décadas anteriores.[9] A superfície dos carris ao PK 144+1 situa-se à altitude de 3504 dm acima do nível médio das águas do mar.[4]
O edifício de passageiros situa-se do lado sudeste da via (lado direito do sentido ascendente, para Vilar Formoso).[10][11]
O local desta interface é um ponto de câmbio nas características da via férrea e do seu uso, nomeadamente mudando aqui o regime de exploração entre tipo RCI (que se estende para nordeste até Muxagata) e tipo RCASA (que se estende para sudoeste até Contenças).[3]
Situa-se junto a esta estação a substação de tração de Gouveia, contratada à C.P., que assegura aqui a eletrificação de parte da Linha da Beira Alta, entre as zonas neutras de Vila Franca das Naves e de Oliveirinha; complementarmente existe também a zona neutra de Gouveia que divide em duas partes, isolando-as, o referido troço da rede alimentado por esta subestação.[3]
Serviços
Esta seção trata de uma construção atualmente em andamento. A informação apresentada pode mudar com frequência. Não adicione especulações, nem texto sem referência a fontes confiáveis. Editado pela última vez em 7 de agosto de 2024; data da marcação: 18 de março de 2024.
Em dados de 2023, esta interface é frequentada por serviços da C.P. efetuados por via rodoviária com uma única circulação diária em cada sentido,[12] devido às obras de requalificação da Linha da Beira Alta, iniciadas em Abril de 2022[13] e cuja conclusão está prevista para 2024.[carece de fontes?]
A Linha da Beira Alta entrou ao serviço, de forma provisória, em 1 de Julho de 1882, tendo sido definitivamente inaugurada em 3 de Agosto do mesmo ano, pela Companhia dos Caminhos de Ferro Portugueses da Beira Alta.[14] A estação de Gouveia constava já do elenco original de estações e apeadeiros.[4]
Século XX
Em 1913, a estação era servida por carreiras de diligências até Cabra, Gouveia, Olas, São Paio e Salgueiro.[15]
No relatório de 1931 a 1933 da Junta Autónoma das Estradas, reportou-se que a estação de Gouveia foi ligada à Estrada Nacional 8-1ª, pela construção de terraplanagens no ramal de Chãs de Tavares.[16]
Em 1932, foi instalada betonilha de cimento no solo da plataforma entre a primeira e segunda vias.[17]
Em Julho de 1935, a Companhia da Beira Alta tinha um despacho central em Gouveia, que fazia serviços rodoviários de passageiros, bagagens e mercadorias até à gare ferroviária.[18] Nesse ano, a companhia realizou obras de reparação na estação, incluindo o edifício principal, as retretes e a habitação dos funcionários, e construiu um novo escritório envidraçado para a grande velocidade.[19]
Ligações projectadas a outras linhas
Em 1907, foi classificado o projecto da rede ferroviária complementar do centro, onde estavam planeadas duas linhas com ligação a Gouveia, ambas de via estreita, uma com origem no Entroncamento e outra em Mangualde.[20] Em 17 de Março desse ano, realizou-se um comício em Mangualde, onde participaram os presidentes de várias câmaras municipais da região Centro, incluindo o de Gouveia, tendo sido exigida a construção de uma linha entre Viseu e Gouveia.[21] Em 21 de Março de 1909, o jornal O Comércio de Viseu reportou que uma delegação viseense tinha ido a Lisboa para pedir a resolução de vários problemas da região, incluindo a linha de Viseu a Gouveia.[21] Esta reivindicação continuou após a queda da monarquia, sendo umas principais promessas referidas nos discursos dos republicanos.[21] Com efeito, quando o Ministro do Fomento do governo provisório, Brito Camacho, visitou os concelhos de Mangualde e Gouveia, uma comissão pediu que fosse executado o projecto da linha de Coimbra a Viseu via Arganil, Gouveia e Mangualde.[21] No entanto, devido aos problemas financeiros e à instabilidade política da Primeira República, estes projectos nunca saíram do papel.[21] Em 31 de Maio de 1914, ocorreu uma manifestação em Viseu, onde se reivindicou a construção de várias vias férreas, incluindo o troço de Viseu a Gouveia por Mangualde.[22] Ainda na década de 1910, o Ministro do Fomento iniciou um processo de reorganização dos projectos ferroviários, incluindo uma linha do Entroncamento a Gouveia.[23]
Em 1 de Janeiro de 1927, a Gazeta dos Caminhos de Ferro noticiou que a Companhia da Beira Alta estava a estudar a construção de um ramal entre as estações de Gouveia e de Santa Comba Dão, passando por Abrunhosa-a-Velha, Seia e Oliveira do Hospital.[24] Nesse ano, foi formada uma comissão técnica para estudar e reorganizar o plano da rede ferroviária nacional, tendo sido organizada uma reunião na cidade de Viseu em 16 de Novembro de 1928, para analisar os novos projectos para os caminhos de ferro.[25] Nessa reunião, chegou-se a acordo que uma das linhas que deviam ser prioritárias na construção era a de Viseu à Lousã via Arganil, Gouveia e Mangualde.[25] Em 22 de Dezembro desse ano, uma comissão foi até Lisboa para se encontrar com o governo, onde lhes foi prometido que já estava tudo preparado para a Companhia da Beira Alta construir o troço entre Viseu e Gouveia.[25] No entanto, este projecto foi suspenso pelo Decreto n.º 22.379, de 29 de Março de 1933, tendo a ideia sido posteriormente abandonada devido ao desenvolvimento dos transportes rodoviários na região, a partir da Década de 1930.[26]
Modernização
O projecto de modernização da Linha da Beira Alta, estudado pela empresa Caminhos de Ferro Portugueses desde 1988, tinha como objectivo melhorar as condições de circulação naquela linha, que era o principal eixo ferroviário de acesso ao resto da Europa.[27] Este projecto incluiu a renovação e electrificação da via férrea, a instalação de sinalização eléctrica, e a remodelação de várias estações, incluindo Gouveia, onde foi instalada uma subestação de tracção eléctrica.[28]
Século XXI
Em Agosto de 2009, a circulação ferroviária foi suspensa entre Gouveia e Contenças durante cerca de sete horas, devido a um incêndio em Contenças de Baixo.[29][30]
↑«Serviço de Diligencias». Guia official dos caminhos de ferro de Portugal. 39 (168). Outubro de 1913. p. 152-155. Consultado em 26 de Fevereiro de 2018
↑«Publicações recebidas»(PDF). Gazeta dos Caminhos de Ferro. 49 (1177). 1 de Janeiro de 1937. p. 21. Consultado em 26 de Janeiro de 2017
AMARO, António Rafael; MARQUES, Jorge Adolfo, S. A. e Comissão Nacional para as Comemorações do Centenário da República (2010). Viseu: Roteiros Republicanos. Col: Roteiros Republicanos. Matosinhos: Quidnovi - Edição e Conteúdos. 127 páginas. ISBN978-989-554-738-8
FONSECA, João José Samouco da (2003). História da Chamusca. Volume 3 de 3. Chamusca: Câmara Municipal. 298 páginas
MARTINS, João; BRION, Madalena; SOUSA, Miguel; et al. (1996). O Caminho de Ferro Revisitado. O Caminho de Ferro em Portugal de 1856 a 1996. Lisboa: Caminhos de Ferro Portugueses. 446 páginas