Fathiya Fuad do Egito
Fathiya bint Fuad (em árabe: فتحية بنت فؤاد الأول ) (Cairo, 17 de dezembro de 1930 - Los Angeles, 6 de dezembro de 1976), foi princesa do Egito desde seu nascimento até agosto de 1950, quando foi despojada de seus títulos, distinções e direitos por seu irmão mais velho, o rei Faruque I, em virtude de seu casamento com um plebeu sem o consentimento real. BiografiaFamíliaSua Alteza Sultanica, a Princesa Fathiya bint Fuad, nasceu no Palácio Koubbeh, no Cairo. Era a filha mais nova (e a favorita, segundo cronistas da época [1]) do sultão Fuade I do Egito e do Sudão (mais tarde, rei Fuade I), e de sua segunda esposa, Nazli Sabri. Um de seus antepassados foi Suleiman Paşa,[2] um oficial do exército francês que serviu sob as ordens de Napoleão e supervisionou a reestruturação do exército egípcio. Além de suas irmãs, Fawzia, Faiza e Faika, e de seu irmão, Faruque, tinha dois meio-irmãos do casamento anterior de seu pai com a princesa Shivakiar Khanum Effendi. Mudança para os Estados UnidosUm ano após a morte de Fuade I, em 1936, a rainha Nazli casou-se secretamente com Ahmed Hassanein.[3] A união morganática não contou com a aprovação real e o episódio abalou definitivamente as relações entre a Rainha-mãe e Faruque I.[3][4] Após um racha prolongado com o filho, a rainha Nazli deixou o Egito para um tratamento médico, levando consigo a princesa Fathiya, então com 15 anos de idade. Em sua passagem por Marselha, a rainha-mãe conheceu Riad Ghali, funcionário do consulado egípcio naquela cidade. Apontado como oportunista e viciado em jogos de azar,[1] Riad ganhou a confiança de Nazli - que o contratou como seu secretário particular - e a acompanhou em sua viagem pela França, Suíça e Inglaterra.[1] Em 1948, viajou aos Estados Unidos a pretexto de fazer uma cirurgia, mas permaneceu no país mesmo após sua convelescença, contrariando os pedidos de seu filho para retornar ao Egito.[5] Nessa época teve início um relacionamento amoroso entre Riad e a princesa Fathiya.[1][5] CasamentoA aproximação entre Riad e Fathiya foi apoiada por sua mãe, embora o rei fosse totalmente contrário ao relacionamento dos dois. Ignorando a proibição de Faruque e a determinação do Conselho Privado para retornar ao Egito e casar-se com o pretendente escolhido pelo rei, Fathiya casou-se com o plebeu Riad em 25 de abril de 1950, numa cerimônia civil no Hotel Fairmont, em São Francisco.[1][6] O casal teve três filhos:
Ao tomar conhecimento do matrimônio, Faruque I declarou-o inválido e determinou o retorno de Nazli e Fathiya ao Egito no prazo máximo de 60 dias.[1][7] A resposta da rainha-mãe ganhou as manchetes dos jornais americanos.[7] Declarações, como: "Só sairei de São Francisco quando estiver pronta!" e "Ninguém tem influência sobre mim ou minha vida. Se penso que devo fazer algo, eu faço!",[7] enfureceram Faruque e foram bastante comentadas pela população egípcia. Num decreto publicado em 8 de agosto de 1950, Faruque I priva Nazli e Fathiya de todos e quaisquer títulos, distinções e direitos reais, além de despojá-las de seus bens móveis e imóveis.[8][9][10] Últimos anosFalênciaÀs dificuldades financeiras resultantes do decreto real de 1950, somaram-se as perdas provenientes da incompetência de Riad em administrar o dinheiro (produto da venda de propriedades e jóias) da ex-rainha Nazli e de sua esposa.[1] O casal separou-se formalmente em 1965 e Fathiya passou a dividir um apartamento com sua mãe, em Los Angeles. Riad deixou de pagar pensão alimentícia à ex-mulher em 1972, o que forçou a ex-princesa egípcia a trabalhar como empregada doméstica.[11] O montante das dívidas de Fathiya e Nazli levou-as a declarar falência em 1974.[1][5] Em 1976, as jóias da ex-rainha foram leiloadas pela Sotheby's (incluindo seu diadema de 720 diamantes e 274 quilates), mas os lances não foram suficientes para saldar seus débitos.[12] MorteAutorizada por Anwar Al Sadat a retornar ao Egito, Fathiya planejava viajar ao seu país natal em janeiro de 1977, onde pretendia contar com o auxílio de simpatizantes para investir numa firma de importação, agência de viagem ou empresa de relações públicas.[11][13] Em 6 de dezembro de 1976, Riad Ghali foi até o modesto apartamento que Fathiya dividia com sua mãe, em West Los Angeles. A ex-princesa estava sozinha e foi morta com cinco tiros (quatro deles desferidos em seu rosto).[14][15][16] Riad tentou o suicídio logo após o crime, mas sobreviveu aos ferimentos com graves sequelas (cegueira e paralisia). Riad Ghali foi condenado a 15 anos de prisão e morreu no cárcere três anos depois.[1] Fathiya Fuad foi sepultada no Holy Cross Cemetery, um cemitério católico em Culver City, Califórnia.[17] Títulos e distinções
AncestraisFathiya também tinha ascendência albanesa, circassiana e francesa. A Casa de Maomé Ali, da qual ela fazia parte, era de origem albanesa.[19] Seus ascendentes foram [20]:
Referências
Nota
Ligações externas
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