É recordista de títulos nacionais (12 conquistas) e bicampeã mundial de clubes. Pela Seleção Brasileira, foi medalhista olímpica (1996), mundial (1994) e pan-americana (1991). É a única brasileira entre as 4 maiores jogadoras do século XX, de acordo com a Federação Internacional de Vôlei (FIVB), e desde 2022 integra o Hall da Fama da modalidade[1].
Carreira
Fernanda começou a praticar voleibol aos onze anos, por indicação médica, para corrigir um problema de escoliose. Em 1984, estreou competindo pela Sociedade Recreativa e de Esportes de Ribeirão Preto. Em 1987, sagrou-se campeã no mundial juvenil em Seul, Coreia do Sul.[2] Em 1988, como atacante disputou as Olimpíadas de Seul, na posição de ponteira-passadora.[2] Após o sexto lugar em 1988, devido à sua técnica apurada, habilidade e precisão nos fundamentos foi convencida a mudar de posição e aceitou o desafio de atuar armando as jogadas do time. Em 1989, tornou-se bicampeã mundial juvenil em Lima, Peru, derrotando Cuba na final já na função de levantadora.[2] Nos Jogos Olímpicos de Barcelona ficou em quarto lugar.[3]
Em 1998, Fernanda decidiu não disputar o Grand Prix, porém retornou no segundo semestre para a disputa do Campeonato Mundial no qual o Brasil entrava como franco favorito para a medalha de ouro. A equipe, todavia, não se apresentou bem, e terminou a competição apenas com o quarto lugar. Ao final da disputa, Fernanda anunciou sua aposentadoria da seleção, mas continuou jogando em clubes. Depois de conquistar o vice-campeonato nacional jogando pelo Club de Regatas Vasco da Gama, ficou dezoito meses sem jogar, período em que deu à luz Júlia, sua filha com o técnico Bernardinho.[3]
Em 2000, na premiação feita pela Federação Internacional de Vôlei (FIVB) aos melhores atletas, equipes e técnicos do vôlei mundial, Fernanda Venturini foi a única brasileira entre as 4 maiores jogadoras do século XX. As outras três foram a cubanaRegla Torres (vencedora), a russaInna Ryskal e a chinesaLang Ping.
Em 2002, contudo, foi convencida pelo técnico José Roberto Guimarães a buscar mais um título da Superliga e a voltar para a seleção. No retorno, estava em plena forma, com 2,5 kg a menos do que apresentava antes do afastamento e afiada na parte técnica. Tanto que não apenas conquistou mais um título da Superliga, como foi eleita a melhor levantadora e a melhor jogadora da competição. Fernanda, então, liderou o Brasil na conquista da medalha de prata na Copa do Mundo de 2003 e do título do Grand Prix do ano seguinte.[3]
Fernanda despediu-se pela segunda vez da seleção após as Olimpíadas de Atenas, quando a equipe brasileira deixou escapar uma vitória praticamente assegurada na semifinal contra a Rússia e terminou a competição em um inesperado quarto lugar. Aposentou-se em 30 de abril de 2006, após a vitória do Rexona-Ades na final da Superliga, que lhe garantiu o 12º título do campeonato nacional.
Em janeiro de 2007, interrompeu, pela segunda vez, sua aposentadoria. A jogadora assinou contrato com o Grupo Murcia 2002, equipe europeia formada por grandes estrelas mundiais, entre elas a polonesaMałgorzata Glinka, a russa Lioubov Sokolova e as dominicanas Annerys Vargas e Prisilla Rivera. Fernanda liderou suas companheiras do Grupo 2002 Murcia na conquista dos principais torneios da Espanha: a Copa da Rainha e a Superliga Espanhola. Na Copa da Rainha, inclusive, Fernanda foi eleita a melhor levantadora do torneio.[3]
Em junho do mesmo ano, Fernanda Venturini foi contratada pela Rede Record, para atuar como comentarista durante as partidas da seleção feminina nos Jogos Pan-Americanos de 2007. Fernanda também foi contratada pelo Portal Terra, para contar os bastidores da competição e comentar o desempenho das jogadoras brasileiras.[3]
Em 2011, Fernanda Venturini voltou às quadras pela terceira vez e reforçou a equipe do Unilever para a temporada 2011/2012. Deixou a camisa 14 de lado e usou a camisa número 1. A equipe carioca, que além de Fernanda tinha estrelas como a oposta Sheilla e a ponteira Mari, ficou com o vice-campeonato da competição.
Em 2012, foi homenageada pela Mattel do Brasil com uma versão olímpica da Barbie, inspirada em suas feições. A boneca, produzida especialmente para a ex-levantadora, usa uniforme da seleção brasileira e tem o número 14 estampado na camiseta.
Em 2014, participou da novelaChiquititas, do SBT. Fernanda interpretou ela mesma, atuando como professora de vôlei na escola onde as chiquititas estudavam e ensinando técnicas para uma boa partida.
Em 2021, foi convidada para participar do Bake Off Celebridades (SBT), sendo a 2ª eliminada, ficando em 15º lugar.[7]
Em 2022, passou a integrar o Hall da Fama Internacional do Vôlei.[1] Na mesma cerimônia foram homenageados Bernardinho (ex-técnico das seleções feminina e masculina do Brasil), o ex-jogador italianoSamuele Papi, a jogadora de vôlei de praia Kerri Walsh-Jennings, dos Estados Unidos, e os holandeses Pieter Joon, fundador e primeiro presidente da Federação Mundial de Vôlei Paralímpico, e Peter Murphy, ex-diretor técnico da Federação Holandesa.
Vida pessoal
Durante mais de 20 anos, até 2020, Fernanda foi casada com o técnico Bernardo Rezende (Bernardinho), com quem tem duas filhas, Julia e Vitória.[3][8]