Fokker 100
O Fokker 100[2] (modelo F.28 MK 0100,[3] tipo ICAO F100)[2] é um avião comercial bimotor a jato, de médio porte, projetado e construído pela fabricante holandesa Fokker para atender pedidos de companhias aéreas que atuam no mercado de transporte aéreo doméstico e regional. HistóriaCom desenho baseado no antecessor Fokker F28, foi lançado em 1983, juntamente com o turboélice Fokker 50, com o primeiro voo o ocorrido em 1986 .[4] Em relação ao Fokker F28, as principais mudanças estão na fuselagem bem mais alongada, que acomoda cerca de 108 passageiros com razoável conforto, a aviônica sofisticada e a econômica motorização Rolls-Royce Tay 650, com reduzido nível de ruído, dentro do limite Stage III, e cerca de 15 000 libras de potência individual para a decolagem. A boa combinação de asas retas e motores turbofan potentes e econômicos resultou numa aeronave ideal para operar em aeroportos com pistas de médio tamanho, dando o conforto e a velocidade de um avião a jato aos passageiros da aviação regional. Em função disso, o Fokker 100 foi um sucesso de vendas da companhia holandesa. Design e DesenvolvimentoO desenho do Fokker 100 foi anunciado em 1983, em substituição atualizada do já defasado jato comercial F28 Fellowship. Apesar da maioria das partes entre as duas aeronaves serem diferentes, o Fokker 100 foi certificado pela FAA - Federal Aviation Administration como Fokker 28-0100. A distinção mais notável foi a fuselagem consideravelmente mais longa, que aumentou o número de assentos em 65%, indo de 65 nas séries originais do F28, para cerca de 108 em classe única, com assentos triplos e duplos. A Fokker também introduziu uma asa redesenhada para o 100, que garantia um ganho em eficiência de até 32% nos voos de cruzeiro. A fabr8cante optou pelos econômicos e modernos motores turbofan Rolls-Royce Tay, enquanto a cabine foi aperfeiçoada com um pacote de instrumentos EFIS (navegação por instrumentos). A aeronave apresenta motores montados na fuselagem e cauda em "T", semelhante aos modelos da família DC-9, MD-80 e MD-90, da norte-americana McDonnell Douglas. Diferente de seu antecessor, não possui janelas acima da cabine de comando, conhecidas como "eyebrow windows". Dois protótipos foram construídos - o primeiro, PH-MKH, voou sua primeira vez em 30 de novembro de 1986 e o segundo, PH-MKC, em 25 de fevereiro de 1987. O certificado de tipo foi alcançado em novembro de 1987. As primeiras entregas dos motorizados com o TAY620-15 se iniciaram para a Swissair em fevereiro de 1988. A American Airlines utilizou 75 aeronaves, a TAM utilizou cerca de 50 aeronaves e a US Airways outras 40. Foram essas grandes empresas as principais clientes da Fokker na década de 1990 e os maiores operadores do Fokker 100, todos com motores TAY650-15. No ano de 1991 foram produzidas 70 unidades, com mais de 230 pedidos. Uma versão ER (Extended Range), com tanques adicionais nas asas, foi introduzida em 1993, e outra versão de mudança rápida entre passageiros e cargueiro em 1994, denominado 100QC. Um modelo derivado mais curto do Fokker 100, chamado pela empresa de Fokker F-70, foi apresentado em 1993 como um substituto do seu irmão mais velho, F28, com a remoção de 4,70 m (15,42 ft), dando-lhe uma capacidade máxima de 80 assentos. Estudos para um provável Fokker 130, com 130 assentos e o Fokker 100QC (cargueiro) não alcançaram estágios mais avançados de desenvolvimento. Um Fokker 100EJ (Executive Jet) foi introduzido em 2003, como uma conversão de aeronaves Fokker 100 usadas. Falência da Fokker e fim do projetoApesar de o desenho ter sido um sucesso no mercado, a Fokker continuou perdendo dinheiro por má administração, o que fez sua controladora Daimler Benz Aerospace decidir por seu fechamento em 1996, encerrando a produção de aeronaves no final de 1997. Havia alguma discussão sobre a empresa ser comprada pela Bombardier, mas os planos não se concretizaram. Baseado em Schiphol, nas proximidades de Amsterdã, o grupo holandês Rekkof Restart[nota 1] foi criado com o objetivo de reiniciar a produção dos Fokker 70 e 100, mas após não obter o financiamento necessário, o grupo foi rebatizado para Next Generation Aircraft (ou abreviadamente NG Aircraft) e pretende lançar uma nova versão do Fokker 100, denominada F-120NG, em que "NG" é alusão a Next Generation ("próxima geração").[5] EspecificaçõesO Fokker 100 foi produzido em duas versões: Tay 620 e Tay 650:[nota 2]
Utilização no BrasilA primeira companhia aérea a utilizar o Fokker 100 no Brasil foi a TAM Linhas Aéreas, que soube aproveitar bem a aeronave após a proibição de grandes aviões nos aeroportos centrais do Rio de Janeiro e São Paulo na década de 1980, o que fez do modelo o único jato da frota brasileira apto a operar no mais movimentado e lucrativo trecho do país: a ponte-aérea Rio São Paulo. Também era a única companhia regional a utilizar jatos em aeroportos pequenos, o que a diferenciava das demais, chegando a contar com 50 aeronaves em sua frota ativa. Com a crise nas companhias tradicionais, a TAM logo se transformou na maior empresa brasileira de aviação e, após sua rápida internacionalização, viu-se obrigada a renovar e ampliar a frota, escolhendo para isso a família Airbus, o que fez com que paulatinamente aposentasse os aviões holandeses que a ajudaram a se tornar uma gigante no setor. A partir de 2006, a Avianca Brasil (antiga Ocean Air) passou a utilizar unidades de segunda-mão adquiridas da norte-americana American Airlines. Os aviões foram rebatizados MK-28.[6] Outra companhia que operou o tipo, duas aeronaves que acabaram na frota da TAM, foi a extinta TABA No dia 24 de novembro de 2015 o Fokker 100 se despediu do Brasil, quando a Avianca Brasil fez seu último voo com o modelo.[7] Operadores e ex-operadoresEm 2013, 157 aeronaves Fokker 100 continuavam em operação em diversas empresas mundo afora:[8]
Ex-operadores do Fokker 100:[carece de fontes]
AcidentesHá registros de 30 acidentes envolvendo o modelo Fokker 100 entre 1987 e 2019,[9][10][11] dentre os quais em 12 houve perda total (hull loss) da aeronave.[12]
Notas
Ver também
Ligações externas
Referências
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