A Fórmula 5000 (ou F5000) é uma categoria de fórmula que teve diversas iterações em várias regiões do mundo entre 1968 até 1982. A categoria, incialmente, tinha como objetivo ser uma divisão de baixo custo para carros que não se encaixam em nenhuma outra classe do automobilismo. A designação "5000" provêm da capacidade máxima dos motores na categoria - que era de 5.000cc (5.0L). Várias fabricantes produziram carros para a F5000, como a McLaren, Eagle, March, Lola e Lotus.
Categorias pelo Mundo
América do Norte
A F5000 foi introduzida em 1968 como uma classe em conjunto da SCCA Fórmula A. A Fórmula A era uma categoria na qual monopostos de diferentes classes podiam disputar, porém, foi rápidamente dominada por carros com motores V8 de produção americana. Geralmente eram motores Chevrolet 5.000cc (5.0L) injetados, gerando 506 cv (370 kW) à 8000 rpm, porém, motores de outras marcas eram encontráveis.[1] O conceito foi inspirado no sucesso da Can-Am, que contava em seus grids com carros esportivos equipados com motores V8 americanos; a ideia era replicar o conceito com fórmulas.
Os custos cada vez mais altos e a dominação da Lola Cars fez a categoria perder seu apelo popular por volta de 1975. Carros mais antigos continuaram sendo utilizados nas corridas nacionais da SCCA, com maioria dos carros e equipes competitivas indo para a Can-Am (que havia sido ressuscitada em 1977). Essas equipes converteram seus carros em protótipos utilizando carenagens maiores.
Europa
No Reino Unido, a advento dos motores Cosworth DFV significou que muitas pequenas equipes poderiam construir seus próprios carros baseados em um conjunto mecânico confiável e competitivo, com a Cooper, Lotus e Brabham terminando a produção de chassis para terceiros. Nesse interim, algumas pequenas equipes e pilotos que se inscreviam em etapas britânicas da Fórmula 1 foram deixados para trás, e o Clube do Automóvel Real (RAC), vendo esse nicho, adotou as regras da F5000 norte americana.
O campeonato europeu de F5000 foi estabelecido em 1969 como a Guards Formula 5000 Championship.[2] O campeonato foi renomeado em 1970 para Guards European Formula 5000 Championship, em 1971 para Rothmans European Formula 5000 Championship e em 1975 para ShellSport European Formula 5000 Championship.[2]
Ao contrário de sua contraparte norte americana, a categoria europeia não atraiu muitos pilotos da Fórmula 1 e dos campeonatos de protótipos, com a divisão sendo dominada por pilotos da Fórmula 2 ou pilotos de fim de grid na Fórmula 1. Peter Gethin conseguiu lançar sua carreira na F1 devido a seus títulos na F5000. Apesar de ser baseada no Reino Unido, a categoria conseguiu se estender para o restante da Europa, com etapas em Monza (Itália), Hockenheim (Alemanha) e Zandvoort (Países Baixos), atraindo muitos pilotos europeus para a divisão.
O enfraquecimento da libra esterlina (devido a crise do petróleo) e os altos custos para a importação de motores V8 americanos causou preocupações na organização da categoria europeia, fazendo com que o regulamento técnico fosse modificado para admitir outros motores além dos V8, como o Cosworth GA V6, com 3.500cc (3.5L). Esse motor, baseado nos motores utilizados no Ford Capri do Grupo 2, foi utilizado com sucesso em chassis da March e da Chevron.
Apesar de tudo, o mesmo problema norte americano da F5000 atingiu a Europa, e em 1976, a Fórmula 5000 Europeia se tornou o Shellsport Group 8 Championship. Essa categoria era baseada no Reino Unido e era voltada para carros da Fórmula 1, Fórmula 2, Fórmula 5000 e Fórmula Atlantic, se tornando a base do que viria a ser a Aurora F1 Championship em 1978.[3] Quando a categoria foi reservada para carros de F1 e F2, os carros da F5000 foram excluidos, sendo utilizados no Campeonato de Sprint Britânico e na Fórmula Libre até meados dos anos 80.
Porém, no início dos anos 70, devido a comercialização da F1, vários grandes nomes deixaram de participar da Tasman Series, transformando a categoria em um competitivo campeonato local, dominado por pilotos locais, como Vern Schuppan, Graham McRae, Warwick Brown, Alan Jones e Larry Perkins, que disputavam corridas contra alguns europeus e americanos, como David Hobbs, Teddy Pilette, Mike Hailwood, Sam Posey, Richard Attwood e Peter Gethin. As etapas australianas continuaram após 1976 como Rothmans International Series, durando até 1979.
Carros da Fórmula 5000 também eram utilizados na Fórmula 1 Australiana de 1971 até 1981. Essa categoria era a principal do Campeonato Australiano de Pilotos por sua duração, bem como o Grande Prêmio da Austrália até 1980. Apesar de ser chamada de Fórmula 1 Australiana até 1983, os F5000 foram substituidos pela Fórmula Pacific e pela Fórmula Mondial após 1981.
Enquanto os carros europeus produzidos pela Lola, McLaren e Chevron eram populares, chassis australianos da Matich, McRae e Elfin fizeram muito sucesso na categoria. O motor mais popular na categoria era o Chevrolet 5.0L V8, com motores Holden 5.0L V8 também sendo bastante populares.
A F5000 continua sendo uma categoria histórica popular na Austrália e Nova Zelândia. A S5000 foi anunciada como uma iteração moderna da F5000, utilizando um chassis moderno de produção europeia com um motor Ford 5.2L V8.[5]
África do Sul
O Campeonato Sul-Africano de Fórmula 1 foi aberto para carros da F5000 em 1968, disputando corridas com carros da F1 e F2 até 1976, quando foi substituído por carros da Fórmula Atlantic.[6]
↑Posey, Sam (15 de março de 2010). «Formula 5000, The Secret Series». Road & Track (em inglês). Consultado em 6 de janeiro de 2024. Arquivado do original em 6 de maio de 2010
↑«1970 Tasman Season». sergent.com.au (em inglês). Consultado em 7 de janeiro de 2024. Arquivado do original em 18 de setembro de 2009
↑Chapman, SImon (5 de abril de 2019). «S5000 Championship Debut Delayed». Velocity News (em inglês). Consultado em 7 de janeiro de 2024. Arquivado do original em 20 de abril de 2019