Guimarães é uma cidadeportuguesa e capital da sub-região do Ave, pertencendo à região do Norte e ao distrito de Braga e ainda à antiga província do Minho, com uma população de 54 178 habitantes, distribuídos por uma malha urbana de 20,4 km2,[3][nota 2] em 16 freguesias e uniões de freguesias[3] e com uma densidade populacional de 2 305,4 hab./km2.[nota 3] Estas freguesias têm uma área total de 51,66 km2,[7] 71 330 habitantes em 2021[8] e uma densidade populacional de 1 380,8 hab./km2.
É uma cidade histórica, com um papel crucial na formação de Portugal, e que conta já com mais de um milénio desde a sua formação, altura em que era designada como Vimaranes. Podendo este topónimo ter tido origem em Vímara Peres, nos meados do século IX, quando fez deste local o seu principal centro governativo do condado Portucalense que tinha conquistado para o Reino das Astúrias e onde morreu.[carece de fontes?]
Guimarães é uma das mais importantes cidades históricas do país, estando o seu centro histórico inscrito na lista de Património Mundial da UNESCO desde 2001, o que a torna definitivamente num dos maiores centros turísticos da região. As suas ruas e monumentos respiram história e encantam quem a visita.
A Guimarães actual soube conciliar, da melhor forma, a história e consequente manutenção do património com o dinamismo e empreendedorismo que caracterizam as cidades modernas, que se manifestou na nomeação para Capital Europeia da Cultura em 2012, factores que levaram Guimarães a ser eleita pelo New York Times como um dos 41 locais a visitar em 2011 e a considerá-la um dos emergentes pontos culturais da Península Ibérica.[11] Foi ainda Cidade Europeia do Desporto (CED), em 2013. Nesta última, Guimarães foi distinguida como sendo a melhor CED de 2013.[12]
Guimarães é muitas vezes designada como "Cidade Berço", devido ao facto aí ter sido estabelecido o centro administrativo do Condado Portucalense por D. Henrique e por seu filho D. Afonso Henriques poder ter nascido nesta cidade e fundamentalmente pela importância histórica que a Batalha de São Mamede, travada na periferia da cidade em 24 de Junho de 1128, teve para a formação da nacionalidade.[13] Contudo, as necessidades da Reconquista e de proteger os territórios a sul levou o centro da monarquia para Coimbra em 1131,[14] no mesmo ano em que foi fundado o Mosteiro de Santa Cruz de Coimbra.[15]
Toponímia
O nome «Guimarães» provém do baixo-latim [Villa] Vimaranis,[16] embora autores antigos defendiam que o nome derivava primeiramente de Via Maris.[17]
A cidade está historicamente associada à fundação da nacionalidade e identidade Portuguesa. Guimarães, entre outras povoações, antecede e prepara a fundação de Portugal, sendo conhecida como "O Berço da Nação Portuguesa". Aqui tiveram lugar em 1128 alguns dos principais acontecimentos políticos e militares, que levariam à independência e ao nascimento de uma nova Nação. Por esta razão, está inscrito numa das torres da antiga muralha da cidade "Aqui nasceu Portugal", referência histórica e cultural de residentes e visitantes nacionais.
Pré e Proto-História
A região em que Guimarães se integra é de povoamento permanente desde pelo menos o Calcolítico Final nacional, como atestam a presença, no município, das citânias de Briteiros e de Sabroso ou a Estação arqueológica da Penha. Estes mesmos povoados foram romanizados pela ocupação romana que fundou outros novos povoamentos.[18]
Após a intervenção política de reconquista organizada pelo Reino das Astúrias, com a intervenção do fidalgo Vímara Peres ainda no remoto século IX, a fundação medieval da moderna cidade tem as suas raízes no remoto século X. Foi nesta altura que a condessaMumadona Dias, viúva de Hermenegildo Gonçalves, mandou construir, na sua propriedade de Vimaranes, um mosteiro dúplice, que se tornou num núcleo de atracção e deu origem à fixação de um grupo populacional conhecido como vila baixa. Paralelamente e para defesa do aglomerado, mandou construir um castelo a pouca distância, na colina, criando assim um segundo ponto de fixação na vila alta. A ligar os dois núcleos formou-se a Rua de Santa Maria.
Posteriormente o Mosteiro transformou-se em Real Colegiada e adquiriu grande importância devido aos privilégios e doações que reis e nobres lhe foram concedendo. Tornou-se num afamado Santuário de Peregrinação, e de todo o lado acorriam crentes com preces e promessas.
A outorga, pelo conde D. Henrique, do primeiro foral nacional (considerado por alguns historiadores anterior ao de Constantim de Panóias), em data desconhecida, mas possivelmente em 1096,[19] atesta a importância crescente da então vila de Guimarães, escolhida ainda como capital do então Condado Portucalense.
Em 1127 Guimarães foi cercada por D. Afonso VII, para terminar com a tentativa de revolta liderada por D. Afonso Henriques, e exigir que este se torne seu vassalo.[20] Aqui se daria, a 24 de Junho de 1128, a Batalha de São Mamede. Em 1131 D. Afonso Henriques faz de Coimbra o centro da monarquia nacional, posição que até então pertencia a Guimarães.[21]
Como a vila foi-se expandindo e organizando, foi rodeada parcialmente por uma muralha defensiva no reinado de D. Dinis. Entretanto as ordens mendicantes instalam-se em Guimarães e ajudam a moldar a fisionomia da cidade,[22] tendo a Ordem Franciscana fundado, por volta de 1217, um eremitério em Guimarães.[23] Posteriormente, os dois núcleos fundem-se num único e após o derrube da muralha que separava os dois núcleos populacionais no reinado de D. João I, a vila intramuros já pouco mudará, expandindo-se extramuros com a criação de novos arruamentos como a Rua dos Gatos.[24]
Haverá ainda a construção de algumas igrejas, conventos e palácios, a formação do Largo da Misericórdia (presente Largo João Franco) em finais do século XVII e inícios do XVIII, mas a sua estrutura não sofrerá grande transformação. Será a partir de finais do século XIX, com as novas ideias urbanísticas de higiene e simetria, que a vila, elevada a cidade, pela Rainha D. Maria II, por decreto de 23 de Junho de 1853,[25] irá sofrer a sua maior mudança.
Será autorizado e fomentado o derrube das muralhas, haverá a abertura de ruas e grandes avenidas como o moderno Largo de Martins Sarmento, o Largo da Condessa do Juncal e a Alameda de São Dâmaso, e a parquização da Colina da Fundação. No entanto, quase tudo foi feito de um modo controlado, permitindo assim a conservação do seu magnífico Centro Histórico.
O papel de Guimarães desempenhado na formação da nacionalidade portuguesa confere-lhe uma singularidade, muito marcada no contexto turístico nacional, um estatuto simbólico que mantém desde há séculos. Primeira capital do Condado Portucalense e do país é uma das mais importantes memórias vivas, da afirmação e independência de Portugal. Este facto, aliado à classificação do Centro Histórico de Guimarães como Património Cultural da Humanidade em 2001, desempenha um papel fundamental na diferenciação de Guimarães como atracção turística no contexto dos circuitos de turismo cultural no Noroeste Peninsular.
Em 2021, foi aberto o procedimento de ampliação da classificação do Centro Histórico de Guimarães à Zona de Couros[27] e em 19 de Setembro de 2023 foi aprovado o alargamento da área Património Mundial e os respectivos atributos, e alterada a designação, passando a designar-se "Centro Histórico de Guimarães e Zona de Couros" (até então designava-se "Centro Histórico de Guimarães").[28]
As Capelas dos Passos da Paixão de Cristo são pequenas capelas distribuídas pela cidade de Guimarães, representando os diferentes momentos da Via Sacra.
O Convento de Santa Clara, fundado no século XVI, é um importante edifício histórico e religioso em Guimarães. Actualmente, é a sede da Câmara Municipal de Guimarães. O convento é um excelente exemplo de arquitectura conventual, e a sua transformação em edifício público reflecte a adaptação dos patrimónios históricos a novas funções contemporâneas, preservando ao mesmo tempo a sua herança cultural.
Igreja da Misericórdia, localizada no centro histórico de Guimarães, é um edifício religioso significativo que combina elementos de diferentes estilos arquitectónicos, resultantes das várias fases de construção e restauro ao longo dos séculos. É conhecida pelo seu estilo maneirista e pela sua fachada classicista[31] e pelo rico interior decorado, sendo um importante local de culto e um marco no património religioso da cidade.
Basílica de São Pedro, situada no Toural é um templo neoclássico e uma basílica menor.
O Convento de São Francisco construído no início do século XV, foi alterada no século XVII. Apenas o portal e a cabeceira conservam o seu carácter gótico primitivo.[32] Na capela-mor tem ainda interessantes retábulos de talha dourada e azulejos historiados do início do século XVIII, retornando cenas da vida de Santo António.
A Igreja de São Domingos, de estilo gótico, foi mandada construir pela ordem dominicana, em 1270 mas seria reedificada noutro lugar a partir de 1375. A igreja destaca-se pelas suas características arquitectónicas, incluindo o corpo da igreja dividido em três naves, que reflectem o estilo mendicante[32] austero e espiritual dos dominicanos. É um dos exemplares mais importantes da arquitectura gótica em Guimarães.
Igreja e Convento das Domínicas são outro exemplo importante de património religioso em Guimarães foram construídos no século XVII e XVIII.[33] O convento é conhecido pelo seu claustro e pela igreja anexa, que possui uma rica decoração interior.
Igreja de Nossa Senhora da Consolação e Santos Passos (conhecida vulgarmente por Igreja de São Gualter) é uma das igrejas mais icónicas de Guimarães. Construída no século XVIII, em estilo barroco e com risco de André Soares é famosa pela sua imponente fachada.[34] A igreja é um importante local de devoção e um ponto de referência para os habitantes da cidade.
O Mosteiro de Santa Marinha da Costa, inserido num percurso ascendente até á montanha da Penha, foi fundado no século XII, mas com possíveis origens num templo de finais do século IX, foi convertido em Pousada de Portugal por projecto do arquitecto Fernando Távora. Esta transformação preservou a essência histórica e arquitectónica do mosteiro, enquanto o adaptou a novas funções turísticas e culturais. O mosteiro é um exemplo impressionante de como o património religioso pode ser revitalizado e integrado na vida contemporânea.
O Santuário da Penha, localizado no alto da montanha da Penha, é um importante local de peregrinação e devoção. Construído no século XX, o santuário oferece uma vista panorâmica sobre a cidade de Guimarães e é um local de grande beleza natural e espiritual. O acesso ao santuário pode ser feito através de teleférico, tornando-o um destino popular tanto para turistas como para peregrinos.
A Igreja de Serzedelo, classificada como Monumento Nacional, é um edifício religioso significativo pela sua história e arquitectura. Situada na freguesia de Serzedelo, esta igreja destaca-se pela sua estrutura medieval e pelos elementos decorativos que reflectem a riqueza artística da época em que foi construída.
Arquitectura civil
A cidade de Guimarães apresenta uma riquíssima variedade na sua arquitectura civil, nela sobressaindo-se o Paço dos Duques de Bragança, construído no século XV por D. Afonso, 1.º duque de Bragança, e que devido ao seu posterior abandono seria reconstruído na década de 1930.
A Rua de Santa Maria, de origem medieval, era zona privilegiada da elite vimaranense, ligando antigamente a Zona do Castelo à Colegiada de Guimarães na praça da Oliveira, mas presentemente começa no Largo do Carmo, onde despontam a casa onde morreu Francisco Martins Sarmento, a Igreja do Carmo e o seu chafariz central.
Descendo essa rua acedemos à zona central da zona histórica onde se encontram a Praça de Santiago, ladeada de casas antigas, de sacadas rematadas pelo tradicional alpendre, guardando um cunho medieval acentuado e a Praça da Oliveira, onde pode-se admirar a Igreja de Nossa Senhora da Oliveira e o Padrão do Salado. Estas duas praças são conhecidas localmente por serem o centro da movida vimaranense, devido à concentração de bares que se estende pelas praças e arruamentos periféricos. Como elemento de ligação, existem os Antigos Paços do Concelho, onde se localiza o actual Museu de Arte Primitiva Moderna.
A Casa da Rua Nova, situada na presente Rua de Egas Moniz, que albergou durante anos o Gabinete Técnico Local, responsável pelos estudos tendentes à reabilitação do Centro Histórico.
O Largo do Toural (conhecido como a "sala de visitas" da cidade e assim chamado por ter sido inicialmente construído como uma feira de venda de gado), é presentemente com o conjunto das praças da Oliveira e de Santiago, considerado popularmente como o centro da cidade. É ladeado de casas antigas com telhados de águas furtadas, janelas enormes que ocupam toda a fachada e belas grades de ferro forjado.
A Rua D. João I, antiga Rua dos Gatos, foi uma das primeiras ruas a existir fora do perímetro amuralhado e servia de ligação à antiga estrada para o Porto.[35]
O Palácio Vila Flor, até finais do século XIX, situado até princípios do século XX nos arrabaldes da cidade, foi onde primeiramente se situou a Universidade do Minho e onde presentemente se situa o Centro Cultural Vila Flor.
Fora da área urbana pode-se encontrar o Campo da Ataca, onde se terá iniciado a Batalha de São Mamede. Sobranceira à cidade, o Monte da Penha é um aprazível sítio de onde se pode desfrutar de uma panorâmica do município e municípios envolventes. Merece aí destaque a igreja projectada por José Marques da Silva ou estátua de Pio IX, situada no ponto mais alto do município. Gravado numa rocha, observa-se um baixo-relevo dos aviadores Gago Coutinho e Sacadura Cabral. Deva-se ainda referir o busto sobre pedestal de José de Pina e a imagem de São Cristóvão, enquadrada no alto de um rochedo.
Arquitectura militar
A cidade de Guimarães possui somentes estruturas militares românico-góticas.[36] O Castelo de Guimarães foi mandado construir no século X pela Condessa Mumadona para defender a população dos ataques dos muçulmanos, tendo ainda sido construído posteriormente as Muralhas de Guimarães, iniciadas cerca de 1265 e terminadas em 1318.[37]
A Estação arqueológica da Penha, situada na montanha da Penha próxima à cidade, compreende vestígios de um povoado permanente inserido cronologicamente entre o Calcolítico Final e o Bronze Inicial.[38]
De referir ainda a presença, dispersa pelo município, de vários castros e vestígios arqueológicos menores.
Estátuas, esculturas e monumentos comemorativos
A estátua de D. Afonso Henriques, inserida no acesso principal ao Paço dos Duques de Bragança, é uma obra de Soares dos Reis (estátua) e José António Gaspar (pedestal). A ideia da sua construção partiu de um grupo de portugueses, residentes no Rio de Janeiro, sendo feita a angariação dos fundos necessários nas duas cidades. Esta não é a sua localização original, uma vez que aquando da sua inauguração, em 20 de Setembro de 1887, estava situada num espaço que corresponde ao presente Largo de São Francisco. Teve depois duas trasladações, a primeira para o Toural e a segunda, em 1940, para a sua presente localização.[40]
A escultura de D. Afonso Henriques, situada no largo João Franco e da autoria de João Cutileiro, foi inaugurada a 24 de Junho de 2001 e segundo o seu autor a inspiração veio dos livros de instrução primária da década de 1940, em que D. Afonso Henriques era representado com um montante.
Mumadona Dias, fundadora da cidade, tem uma estátua em sua homenagem na praça homónima. Localiza-se no espaço onde foram demolidos os inacabado futuros Paços do Concelho. Foi oferecida por António de Oliveira Salazar e a sua autoria é de Álvaro de Brée. Foi inaugurada, conjuntamente com a praça e o actual tribunal, em Junho de 1960, pelo então Presidente da República, Almirante Américo Thomaz. Foi recentemente mudada de posição.
O Monumento ao Nicolino, da autoria de José de Guimarães, foi inaugurado a 25 de Janeiro de 2008 junto da Igreja de São Gualter. Representa, a vermelho, a capa usada pelos Nicolinos no seu traje, em vez do preto tradicional do traje nicolino.[41]
Francisco Martins Sarmento foi um arqueólogo e historiador português, natural de Guimarães, conhecido pelas suas escavações e estudos sobre a cultura castreja no Noroeste Peninsular. O monumento a Martins Sarmento homenageia as suas contribuições para a arqueologia e a preservação do património cultural da região. Este monumento encontra-se no centro histórico de Guimarães, destacando a importância de Martins Sarmento na identidade cultural local.
Monumento ao Centenário da Elevação de Guimarães a Cidade. Guimarães foi elevada à categoria de cidade em 1853 e, para celebrar o centenário desta elevação, em 1953, foi erigido este monumento comemorativo. Este monumento simboliza o crescimento e desenvolvimento de Guimarães ao longo de um século, desde uma vila histórica até se tornar uma cidade moderna.
Monumento a Abel Salazar. Abel Salazar, natural de Guimarães, a sua influência na cultura e na ciência portuguesas é reconhecida em várias partes do país. foi um médico, cientista, artista português e resistente ao Estado Novo, conhecido tanto pelas suas contribuições científicas como pelas suas obras de arte. O monumento a Abel Salazar em Guimarães celebra as suas múltiplas facetas e a sua contribuição para a sociedade portuguesa.
Monumento ao Conde de Arnoso. Henrique Lopes de Mendonça, mais conhecido como Conde de Arnoso, foi um escritor, diplomata, par do reino e militar português. Ele foi uma figura importante na literatura, membro do grupo de intelectuais conhecido pelos Vencidos da Vida, e na diplomacia portuguesa do final do século XIX e início do século XX. O monumento em sua homenagem em Guimarães reconhece o seu legado literário e o seu papel na promoção da cultura portuguesa. O Conde de Arnoso também é lembrado pelas suas ligações familiares à nobreza da região.
Monumento a Alberto Sampaio. Alberto Sampaio (1841-1908) foi um historiador e economista português, conhecido pelos seus estudos sobre a economia e a sociedade medievais em Portugal. Nascido em Guimarães, o seu trabalho ajudou a lançar luz sobre a história económica e social do país. O monumento a Alberto Sampaio na cidade celebra as suas contribuições para a historiografia e a economia, bem como o seu papel na preservação da história local.
Monumento ao Gravador Molarinho. José Arnaldo Molarinho foi um ourives, conhecido pelo seu trabalho na medalhística. O monumento, que o homenageia, foi inaugurado em 1935, por iniciativa da Sociedade de Defesa e Propaganda de Guimarães e é da autoria de António de Azevedo e o baixo-relevo de Teixeira Lopes.[42]
Monumento de homenagem a Gil Vicente e aos 500 anos do Teatro Português, inaugurado em 2003 e da autoria da escultora Irene Vilar e encontra-se presente na Alameda de São Dâmaso. É constituído por "sete máscaras evocativas da representação dramática" e homenageia os 500 anos do teatro português[43] e o dramaturgo que terá nascido em Guimarães, em meados do século XV.
Cultura
Guimarães, como cidade de dimensão média, tem uma vida cultural interessante. Para além dos museus, monumentos, associações culturais, galerias de arte e festas populares, tem desde Setembro de 2005 um importante espaço cultural, o Centro Cultural Vila Flor, com dois auditórios, um centro expositivo, e um café-concerto. Escolhida, em Outubro de 2006 para ser Capital Europeia da Cultura em 2012,[44] juntamente com Maribor, cidade da Eslovénia.[45][46] Até Guimarães 2012 estava previsto ser construída uma Plataforma das Artes, no antigo mercado municipal e terrenos de uma indústria de transformação de mármores,[47] tendo sido inicialmente previsto ser este espaço usado para um Centro de Arte Contemporânea.[48] Esta Plataforma das Artes dividir-se-ia em Centro de Arte a instalar em novo edifício e Ateliers Emergentes de Apoio à Criatividade e Laboratórios Criativos (gabinetes de apoio empresarial).[47] O Centro de Arte ficou conhecido como Centro Internacional das Artes José de Guimarães.
Gastronomia
O facto de Guimarães ter como gérmen as terras de um convento feminino influenciou muito a gastronomia marcante da região, especialmente a nível da doçaria, como nas tortas de Guimarães e, principalmente, no toucinho do céu. Para além do que é habitual no Minho, como o vinho verde, as papas de sarrabulho, os rojões, etc., confecciona-se também a chamada "bôla de carne" constituída por um tipo de pão (com o formato de uma pizza) servido com carne de porco, sardinhas ou outros acompanhamentos.
Tradições e festividades
As Festas Gualterianas ou Festas da Cidade e Gualterianas, em honra de São Gualter, decorrem desde 1906 sempre no primeiro fim-de-semana de Agosto,[49] mas com possíveis origens nas Feiras Francas de São Gualter, existentes desde 1452.[50] Nos últimos anos, a Câmara Municipal tem assumido a organização das festividades através de uma comissão presidida pelos vereadores da Cultura e outras instituições, nomeadamente a extinta Associação Comercial e Industrial de Guimarães e a Associação Recreativa da Marcha Gualteriana. Estas festas são marcadas pelo Cortejo do Linho e pela Batalha das Flores. Por fim, como é tradição, a Marcha Gualteriana encerra as festas.
As Nicolinas são Festas de Estudantes de Guimarães, celebradas em honra de São Nicolau de Mira. Iniciam-se a 29 de Novembro e terminam a 7 de Dezembro. São compostas por vários números: o Pinheiro e Ceias Nicolinas (o número mais concorrido onde os participantes, após um jantar pelos restaurantes da cidade, desfilam pelas ruas de Guimarães entoando os Toques Nicolinos ao som dos bombos e das caixas), as Novenas, as Posses, o Pregão Académico Vimaranense, as Maçãzinhas, as Danças de São Nicolau, o Baile da Saudade e a Roubalheira. Ultimamente tem vindo a ser defendida a candidatura das Festas Nicolinas a Património Oral e Imaterial da Humanidade.[51][52]
Em Agosto decorre a festa em honra de Nossa Senhora da Oliveira. Tem uma importância acrescida para os Vimaranenses, já que esta é a santa padroeira da cidade, junto com São Gualter e São Dâmaso.[53]
A Feira Afonsina decorre desde 2011 e nela pode-se encontrar uma variedade de espectáculos e animações que remontam à idade média.[54]
A Festa de Santa Luzia acontece anualmente a 13 de Dezembro, junto à capela de Santa Luzia, na Rua Francisco Agra. Associada a esta festividade está a tradicional venda de bolos, confeccionados com farinha de centeio e açúcar, designados como Sardões e Passarinhas, com óbvias conotações sexuais. Segundo a tradição, os rapazes deveriam oferecer o Sardão, de forma fálica, à rapariga que, estando interessada em namorar, lhe deveria retribuir com uma Passarinha.[55]
A Peregrinação à Penha que decorreu pela primeira vez a 8 de Setembro 1893[56] e desde então decorre no segundo Domingo de Setembro. Os romeiros sobem então ao Monte da Penha juntamente com o Arciprestado de Guimarães e Vizela para prestar devoção à Senhora da Penha dando por fim uma bênção à cidade.[57]
A Romaria Grande de São Torcato, chamada ainda por muitos como a maior romaria do Minho, acontece anualmente em Julho, na vila de São Torcato. Tem normalmente a duração de quatro dias e a particularidade da procissão em honra de São Torcato serem enfeitados a cetim.
Museus, espaços culturais e galerias de arte
A cidade de Guimarães possui diversos espaços culturais de referência na região e a nível nacional.
São eles o Centro Cultural Vila Flor e o São Mamede Centro de Artes e Espectáculos de Guimarães. O Centro Cultural Vila Flor é o principal equipamento cultural de Guimarães. Concluído em Setembro de 2005, nasceu da recuperação do Palácio Vila Flor e espaços envolventes e da construção de um novo edifício para a sala de espectáculos. Tem dois auditórios, um café-concerto, área expositiva e é a sede da Assembleia Municipal. Os jardins do antigo palácio foram recuperados e receberam, em 2006, a Menção Honrosa na categoria Espaços Exteriores de Uso Público do Prémio Nacional de Arquitectura Paisagista.[58]O São Mamede Centro de Artes e Espectáculos de Guimarães, de iniciativa privada, resulta do aproveitamento de um antigo cinema.
Os dois principais auditórios culturais da cidade são ambos construções da primeira década do século XXI.
A Biblioteca Municipal Raul Brandão, tem a sua sede na cidade e dispõe ainda bibliotecas anexas nas vilas de Pevidém, Caldas das Taipas,[64] e Ronfe, oferecendo ainda os serviços de uma biblioteca itinerante a 42 freguesias,[65] serviços de leitura ao Estabelecimento Prisional de Guimarães,[66] bibliotecas escolares, centros de dia e cafés.
O Arquivo Municipal Alfredo Pimenta, criado em Junho de 1931, é um caso singular no panorama dos arquivos nacionais, já que tem uma duplicidade de competências, é municipal e distrital, para área do município de Guimarães. Em virtude disso, incorpora, entre outros arquivos: o arquivo da extinta Colegiada de Guimarães, os documentos do antigo recolhimento do Anjo, processos crimes, cíveis e orfanológicos, livros dos cartórios e tabeliães extintos, livros paroquiais do município, todos os documentos, livros, processos e estatutos provenientes das irmandades, corporações e repartições extintas, para além de toda documentação municipal.
Plataforma das Artes e da Criatividade é um complexo cultural multifuncional que inclui o Centro Internacional das Artes José de Guimarães (CIAJG). Com uma arquitectura contemporânea e espaços versáteis, este espaço moderno, edificado no antigo mercado municipal, foi concebido para ser um polo de inovação e criação artística, abrigando exposições de arte contemporânea, performances, conferências e workshops. A Plataforma visa apoiar artistas emergentes e estabelecidos, promovendo a criatividade e o desenvolvimento cultural na cidade. O CIAJG, cuja colecção permanente apresenta várias peças e objectos da Colecção do Artista José de Guimarães, que percorrem um largo espectro geográfico e temporal, organizada em três núcleos, Arte Africana, Arte Pré-colombiana e Arte Antiga Chinesa.
O Centro para os Assuntos da Arte e Arquitectura (CAAA) é um espaço cultural que se foca na intersecção entre arte e arquitectura. Sedeado numa antiga fábrica têxtil, oferece um local para exposições, workshops, conferências e residências artísticas, fomentando a inovação e a experimentação nestas áreas.[67]
A Casa da Memória de Guimarães é um centro de interpretação dedicado à preservação e divulgação da história e identidade de Guimarães, onde os visitantes podem explorar a exposição que conta a história da cidade, desde a sua fundação até os dias actuais, nas naves do “Território” e “Comunidade”.[68] Procura envolver a comunidade local e os visitantes através de exposições, actividades educativas e eventos culturais, promovendo uma melhor compreensão e valorização do património vimaranense.
O Círculo de Artes e Recreio (CAR) é uma associação cultural que promove uma variedade de actividades artísticas e recreativas. Fundado a 15 de Novembro de 1939,[69] é um dos espaços culturais mais antigos de Guimarães e tem uma longa tradição na promoção das artes, teatro, música e literatura. O CAR organiza eventos, espectáculos, exposições e actividades formativas, funcionando como um ponto de encontro para artistas e o público em geral.
O Cineclube de Guimarães é uma instituição dedicada à exibição e promoção do cinema. Oferece uma programação diversificada que inclui filmes clássicos, contemporâneos, independentes e de diferentes géneros e nacionalidades. O Cineclube organiza sessões regulares de cinema e outros eventos culturais, proporcionando um espaço para os amantes do cinema discutirem e apreciarem a sétima arte. É uma plataforma importante para a educação e formação cinematográfica na região.[70]
O Laboratório das Artes, informalmente surgida em 2001,[71] foi fundado em 2004 por estudantes da ESAP, oito meses após o projecto Espaço Provisório, dedicado a intervenções artísticas numa loja comercial da Rua de Santo António. Em Fevereiro de 2004 ocupou uma casa na Rua de Camões, em avançado estado de degradação, sendo palco de exposições, performances, música, workshops, entre outras formas de expressão artística até Novembro de 2005. Entretanto o grupo muda-se para uma loja na Avenida de São Gonçalo, a que dão o nome de Sala de Espera. Entretanto organizou o Projecto Teleférico e muda-se, em finais de 2006, para uma casa na Rua de Santa Maria.
Geografia
Geologia
As rochas graníticas ocupam a maioria da área do município, predominando as rochas xistentas em pequenas zonas no noroeste e sudoeste do município e as argilas e cascalheiros fluviais ao longo dos leitos dos rios Ave, Vizela e Selho.[72]
Orografia e hidrografia
O município é delimitado a norte pela Senhora do Monte, a noroeste pelos montes da Falperra e Sameiro, Outeiro e Penedice e a sul pelo monte da Penha.[73] Este, com a elevação de 613 metros, apresenta-se como o ponto mais elevado do município.
A diversidade de espécies é escassa, em especial nas zonas urbanas. Ainda assim, o município apresenta algumas espécies com interesse cinegético como a Raposa-vermelha, Javali, Rola-comum, Tordo, Pombo ou a Perdiz-vermelha.[76] Nas áreas verdes da cidade as espécies mais comuns são os roedores. Existe também o Esquilo.
Flora
Apresenta uma flora marcada por factores como o clima e a altitude e uma paisagem bastante repartida.[77] A área florestal cobre 101,6 km2 ou 42% do município.[78]
População
Da população do município, em 2001, 68 643 pessoas habitavam nas freguesias que fazem parte da cidade e dessas 52 182 pessoas viviam na área urbana da cidade,[79] e 44 221 nas vilas do município.[80] Estava previsto que até 2010, o município, atingisse uma população de 188 178 habitantes,[81] o que não se verificou, tendo a população recuado para os 156 310 habitantes.
A população residente é constituída por 76 774 indivíduos do sexo masculino e 81 350 indivíduos do sexo feminino.
A cidade era, em 2004, a 13.ª maior do país, em população residente.[82]
(Obs: De 1900 a 1950 os dados referem-se à população presente no município à data em que eles se realizaram Daí que se registem algumas diferenças relativamente à designada população residente)
Evolução da população do município de Guimarães (1801 – 2021)
O concelho é compreendido por 48 freguesias, sendo 1 freguesia classificada como Área Predominantemente Rural (APR), 11 freguesias classificadas como Áreas Mediamente Urbanas (AMU), tendo 1 o estatuto de vila, e as restantes 36 freguesias categorizadas como Áreas Predominantemente Urbanas (APU), sendo que dessas freguesias 8 têm o estatuto de vila e 16 são total ou parcialmente inseridas na cidade.[3][87] Com a reorganização administrativa das freguesias, as 69 antigas freguesias foram agrupadas em 48 novas freguesias e uniões de freguesia, mantendo as anteriores freguesias a "sua identidade histórica, cultural e social, conforme estabelece a Lei n.º 22/2012, de 30 de maio", Diário da República.[2]
Considerada em 2008, pelo jornal Expresso, como a 2.ª cidade com melhores condições para se viver,[108] era contudo também a segunda cidade mais poluída do país.[109], embora segundo um estudo de 2018 divulgado pela Organização Mundial de Saúde, Guimarães era então a cidade portuguesa estudada com menor nível de partículas finas inaláveis (PM2,5).[110]
Guimarães surgia no Top 10 das melhores cidades para se viver, visitar e investir numa análise realizada pela consultora internacional Bloom Consulting em 2019 ao desempenho das autarquias portuguesas nas áreas do investimento, turismo e qualidade de vida.[111] Surgia também, em 2020, em 2º lugar como cidade com melhor qualidade de vida, pela MyBroker, com uma avaliação que mede o acesso à saúde, educação, serviços, jardins etc.[112]
Guimarães é uma das dez cidades 15 minutos em Portugal e surge de uma análise a cerca de 10 000 cidades em todo o mundo.[113] Essa ferramenta permite mostrar as cidades onde maioria das necessidades diárias pode ser atendida a pé ou de bicicleta pelos seus habitantes.[114]
Guimarães foi anunciada como uma das três finalistas a ser Capital Verde Europeia 2025,[115] tendo anteriormente apresentado outra candidatura a ser Capital Verde Europeia 2020.[116]
Se em 2004, a rede de abastecimento de água cobria 89% da população, sendo previsto pela concessionária Vimágua que em finais de 2006 a cobertura atingisse 95% da população,[117] O abastecimento de água era fornecido na efectividade a cerca de 70% da população[carece de fontes?], a mesma rede tinha crescido para cobrir 98% da população em 2021[118]
A cobertura da rede de saneamento básico doméstico pública era, em 2001, de 63,5% da população (previsto pela Vimágua que atinja os 80% em 2006),[117] sendo que 47% dos alojamentos familiares se encontravam ligados ao sistema público, enquanto 49% se encontrava ligada a sistemas particulares (principalmente fossas sépticas) e 1,1% não possuía qualquer sistema de esgotos. Em 2021, cerca de 92% dos alojamentos encontrava-se servida por um sistema de drenagem de águas residuais.[119]
Na recolha e tratamento de resíduos, o acesso da população era de 100%.
Contudo, o Diário de Notícias defendia que a cidade, conjuntamente com outras cidades do Distrito de Braga, têm crescido "desordenadas e inestéticas, sujeitas a políticas de betão promovidas pelas autarquias responsáveis".[120]
Comunicação Social
Imprensa Escrita
Guimarães foi a quarta cidade de Portugal a dispor de jornais,[121] com o "Azemel Vimaranense" fundado em 1822 e cuja publicação, possivelmente, terminou com os acontecimentos da Vilafrancada.[122] Contudo, somente a partir de 1856 é que este teria seguimento, com o aparecimento de vários jornais locais, dos quais o primeiro a ser publicado, foi "A Tesoura de Guimarães",[123] tendo desde esta altura sido publicados cerca de 150 títulos de imprensa periódica.[124][125]
No concelho todo existem duas rádios, ambas sedeadas na cidade. A Rádio Fundação emite em 95.8 MHzFM. A Rádio Santiago emite em 98.0 MHz FM. Refira-se ainda a Rádio Universitária do Minho, sedeada em Braga,[126] que emite em 97.5 MHz FM para os pólos da Universidade do Minho de Braga e Guimarães.[127] Todas possuem ainda emissão pela Internet. A Rádio Inquieta é outra rádio do concelho que emite exclusivamente online.[128]
Televisão
A Guimarães TV começou a emitir on-line em site próprio[129] desde 24 de Junho de 2007[130] no Sapo Vídeos[131] e Youtube,[132] fruto da iniciativa da câmara municipal e do Cybercentro,[133] sendo os seus conteúdos transmitidos no canal Região Norte TV, na plataforma por cabo da TVTEL.[134] Chegou também a ser transmitido no MEO KANAL a 1 de agosto de 2014.[135]
O canalguimaraes.com iniciou as suas emissões em Março de 2010, e era propriedade da CINEREPUBLICA, CRL, e resultou dos esforços da Associação de Socorros Mútuos Artística Vimaranense.[136]
Actualmente nenhum destes canais de TV continua a transmitir.
Guimarães nos últimos anos, assistiu à construção de vários equipamentos desportivos, maioritariamente inseridos na Cidade Desportiva, que servem maioritariamente a população da cidade.
Da Cidade Desportiva, salienta-se a o novo Multiusos de Guimarães, situado na Veiga de Creixomil, junto a uma das principais entradas rodoviárias e à circular urbana. Com uma capacidade máxima aproximada de 7 000 lugares,[137] já acolheu várias competições de nível internacional, concertos, congressos e feiras.[138]
Relativamente perto do pavilhão multiusos, as Piscinas de Guimarães, são compostas por três piscinas interiores aquecidas, sendo uma delas de 25m e as restantes dedicadas à aprendizagem e bebés e duas piscinas exteriores. Dispõe ainda, de um ginásio, gabinete de massagens, entre outros serviços.[139]
Mesmo a seu lado encontramos a Pista de atletismo Gémeos Castro, com 8 corredores em piso sintético e bancada com capacidade para 1 200 pessoas.[140]
Da mesma cidade desportiva, mas fora da gestão da Tempo Livre, a Pista de Cicloturismo Guimarães-Fafe, resultado do aproveitamento parcial da desactivada, em 1986, ligação ferroviária a Fafe, fazendo esta a ligação da cidade à cidade e concelho de Fafe, compreendendo uma extensão de 14,1 km, sendo assim um excelente traçado para percursos cicloturísticos ou pedestres, maioritariamente feito pelo meio de montes e campos agrícolas. O primeiro troço abriu em 1996, no concelho de Fafe e tinha a extensão de 6 km, sendo aberto o troço vimaranense em 1999, formando assim o presente percurso intermunicipal.[141]
O parque da Cidade Desportiva está situado ao lado da pista de atletismo Gémeos Castro e é um enorme espaço relvado de acesso livre que permite a prática individual ou colectiva de todo o tipo de desportos e actividades físicas. Inclui ainda uma parque infantil e espaços de lazer e de estar em família.
Localizado perto do centro de Guimarães, o Parque da Cidade ou Parque Urbano de Guimarães é um enorme espaço relvado e arborizado, com parque de estacionamento de automóveis nos principais acessos, equipamentos de restauração, parque infantil e mobiliário fixo para realização de algumas práticas desportivas. Fica ao lado do complexo desportivo do Vitória de Guimarães e, num dos jardins, tem um lago artificial dedicado à cidade de Kaiserslautern, geminada com Guimarães.[142]
As Piscinas dos Bombeiros Voluntários de Guimarães, pertença dos Bombeiros Voluntários de Guimarães[143] possui um ginásio e serviços complementares.
Instituições desportivas
Existem, no município de Guimarães cerca de 145 organizações desportivas.[144]
O clube mais importante e conhecido do concelho é o Vitória Sport Clube, sedeado na cidade, e embora participe em mais modalidades, é conhecido especialmente pelo futebol, onde esteve 48 épocas consecutivas na primeira divisão portuguesa até a época de 2005/06, tendo descido durante uma época à Liga de Honra. Na época de 2007/08 garantiu, pela primeira vez na sua história, o apuramento para a 3ª pré-eliminatória da Liga dos Campeões. Na época de 2019/20 teve o seu melhor resultado europeu ao derrotar o FK Ventspils por 6-0, num agregado de 9-0, jogos a contar para a 3ª pré-eliminatória da UEFA Europa League.
Também no futebol sobressai-se o Moreirense Futebol Clube, da vila de Moreira de Cónegos, que compete presentemente na Primeira Liga. O seu maior feito foi a conquista da Taça da Liga em 2016/17 e a sua melhor classificação foi o 6.º lugar na Primeira Liga.
No sector primário, o solo é maioritariamente ocupado por culturas forrageiras e prados temporários, seguido de culturas cerealíferas e vinha. Ao contrário da região do Ave, onde as pastagens e prados permanentes ocupam 3 529 hectares, no concelho apenas 54 hectares são ocupados dessa mesma forma.
Quanto ao sector secundário, integra-se no vale do Ave, zona que se caracteriza historicamente pela sua forte industrialização, nomeadamente na indústria transformadora e no sector têxtil.
No sector terciário, a maioria de serviços concentra-se na cidade e vilas.
Situado na freguesia de Barco e perto da vila das Caldas das Taipas e as freguesia de São Lourenço de Sande e de São Salvador de Briteiros como pólo do Ave do Parque de Ciência e Tecnologia do Porto. Aqui, em parceria com a Universidade do Minho e no âmbito de uma candidatura efectuada à União Europeia, instalou-se o Instituto Europeu de Excelência em Engenharia de Tecidos e Medicina Regenerativa, o primeiro Centro Europeu de Excelência em território nacional, sede do "Grupo de Investigação 3B's - Biomateriais, Materiais Biodegradáveis e Biomiméticos, da Universidade do Minho, membro do Laboratório Associado Instituto de Biotecnologia e Bioengenharia".[145][146]
Em Setembro de 2005 passavam diariamente, pela cidade, cerca de 120 000 viaturas.[148] Este tráfego provoca vários congestionamentos, especialmente nas horas de ponta, nas áreas centrais da cidade e na EN 101, entre Guimarães e Caldas de Taipas.[149]
As praças de táxis cobriam, em 2006, 63,2% das freguesias ou 82,3% da população.[79]
O concelho de Guimarães, a nível de transporte ferroviário, é servido pela Linha de Guimarães cobrindo 5,9% das freguesias e 12,7% da população, sendo a distância média das freguesias não servidas por este transporte, de 5,8 km.[79] Esta linha beneficiou de uma renovação em 2004 que passou pela reedificação de estações e apeadeiros, electrificação da linha e seu alargamento para Bitola ibérica, bem como a compra de automotoras UME 3400.[150][151]
Os transportes públicos cobriam, em 2006, 97,1% das freguesias correspondente a 98% da população e a rede de transportes urbanos municipal[152] servia 23 freguesias a que correspondia 33,8% das freguesias ou 50,9% da população,[79] esteve concessionada até final de 2021 aos Transportes Urbanos de Guimarães passando a concessão para a Guimabus, que cobriu todas as freguesias com 66 carreiras diurnas e 8 carreiras nocturnas [153] e 1 519 paragens[154] e transportou 4,3 milhões de passageiros em 2022, número abaixo do previsto.[155]
Segundo dados dos censos de 2021, a percentagem da população que utiliza transporte colectivo baixou de 26% para 12,1%, em 20 anos. Por outro lado, a percentagem que se desloca de carro subiu de 41,5% para 71,6%, no mesmo período.[156]
O uso de bicicleta como meio de transporte, em movimentos pendulares no ano de 2018, tinha uma quota de 0,1%.[147]
O Teleférico da Penha liga a cidade ao Monte da Penha tendo realizado um total de 267 686 mil viagens em 2022. Este valor está próximo dos registos antes Covid-19 e revela um maior crescimento de uso por parte dos residentes que até à pandemia era usado mais pelos turistas.[157]
Educação
A cidade de Guimarães possuí várias escolas públicas e privadas de jardins de infância, ensino primário, ensino básico e secundário.
A taxa de analfabetismo era, em 2001, de 7,4%,[carece de fontes?] abaixo da média nacional e do Norte do país que eram de 8,9% e 8,3%, respectivamente, ao passo que em 2021, o número de indivíduos era de 3.765 correspondendo a cerca de 2,4% da população.[158]
A população residente com 15 e mais anos por nível de escolaridade na cidade de Guimarães em 2021 indicava que 21,2% da população tinha pelo menos o secundário (escolaridade mínima obrigatória). Com o nível de ensino superior era de 15,1%. No que diz respeito ao ensino básico, Guimarães tem uma percentagem superior à média do país, correspondendo a uma percentagem de 27% de população com o quarto ano de escolaridade, de 12,6% com o sexto ano e 18,3% com o nono ano.[159]
Está ainda em Guimarães o Laboratório Colaborativo ProChild e o polo de Governação Digital da Universidade das Nações Unidas
O total de inscritos nas instituições de ensino superior público e privado foi, no ano lectivo de 2007-2008, de 15 718 para a Universidade do Minho (no total de alunos em Braga e Guimarães) e de 74 alunos no pólo de Guimarães da Escola Superior Artística do Porto.[160]
Os planos originais, para a criação da Universidade do Minho, apontavam para a instalação de um campus único na vila de Caldas das Taipas, contudo razões políticas levaram à divisão da universidade entre as cidades de Braga e Guimarães.[161] Guimarães recebeu na época lectiva de 1977-1978, no Palácio de Vila Flor (actual centro cultural), parte dos cursos da então recém criada Universidade do Minho. As instalações definitivas da Escola de Engenharia foram inauguradas em 1989 no actual Campus de Azurém, onde hoje em dia se lecciona os cursos de arquitectura, geografia, design e marketing de moda e a maioria dos cursos de engenharia.
A extensão da Escola Superior Artística do Porto, instituição pertencente ao Ensino Politécnico, encontrava-se vocacionada para a formação académica na área das artes. Aqui iniciou a sua actividade no ano lectivo de 1983 - 84, designada então como Cooperativa de Ensino Superior Artístico Árvore, na sede da Associação Cultural e Recreativa Convívio, no âmbito de um protocolo entre estas duas instituições. [162] Transferiu-se para a última morada no ano lectivo seguinte. Em 2015 transformou-se na Escola Superior Artística de Guimarães,[163] encerrando a mesma no ano de 2020.[164]
↑agrupamento de 69 antigas freguesias com a reforma administrativa de 2013, mantendo as anteriores freguesias a "sua identidade histórica, cultural e social, conforme estabelece o artigo nº4 da Lei n.º 22/2012, de 30 de maio"[2]
↑Repartidos por 21253 agregados, em 25165 alojamentos e 11436 edifícios [4]
↑Em 2012 eram 54 097 habitantes,[5] repartidos por uma malha urbana de 23,5 km2, total ou parcialmente inserida em 20 das 69 freguesias existentes aquando da reforma administrativa de 2013 e com uma densidade populacional de 2 223,9 hab./km2.[6]
Referências
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↑ abCorreia, Jorge. Da herança construída no concelho de Guimarães(PDF). Guimarães: Hereditas - Atlas da Paisagem Cultural de Guimarães. p. 3-4. A igreja de S. Domingos (...) Construída originalmente em 1270, junto a umas das saídas da urbe, foi reerguida a partir de 1375, paralela à rua dos Gatos, hoje rua de D. João I. Morfologicamente, a igreja dominicana complementa quase na perfeição os vestígios da arquitectura mendicante (...) preservação integral do corpo da igreja composto por três naves em corte basilical (...) Dir-se-ia que juntando as peças coevas de S. Francisco - portal e cabeceira
↑Correia, Jorge. Da herança construída no concelho de Guimarães(PDF). Guimarães: Hereditas - Atlas da Paisagem Cultural de Guimarães. p. 5. (...) [n]a Igreja dos Santos Passos ou Nossa Senhora da Consolação, (...) mestre André Soares, (...), desenha um objecto que transcende a mera resposta ao programa para propor uma peça de excepção com ecos italianos. Obliterando as torres (...) a igreja de 1769 joga-se entre o plano convexo do tramo central, prolongado pelo frontão, o plano côncavo do portal de entrada, um convite à entrada, e os curtos planos rectos das pilastras laterais. O dinamismo barroco assume-se morfologicamente e adensa-se na carga decorativa que enfeita o frontispício. Este programa contrasta com o restante invólucro do edifício, (...) como se elegesse a fachada como programa de cidade.
↑Correia, Jorge. Da herança construída no concelho de Guimarães(PDF). Guimarães: Hereditas - Atlas da Paisagem Cultural de Guimarães. p. 3. A arquitectura militar presente é totalmente medieval, de referente românico-gótico
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