João da Purificação Marques Perdigão
Dom Frei João da Purificação Marques Perdigão OSA • CvC • CvNSC (Viana do Minho, 4 de março de 1779 - Recife, 30 de abril de 1864) foi um religioso agostiniano e 17º Bispo de Olinda. BiografiaFilho de João Marques Perdigão e Catarina Rosa Marques Perdigão, nasceu em Viana do Castelo, na província do Minho, Portugal. Ao completar 16 anos, entrou para o Mosteiro de Santa Cruz, da Ordem de Santo Agostinho, em Coimbra, recebendo o hábito de noviço das mãos de D. Bernardo da Porta, então prior-geral, e adotou o nome de Frei João da Purificação. No ano seguinte, fez sua profissão solene da ordem. Fez o curso das doutrinas teológicas, pela maior parte, no Mosteiro da Serra do Pilar. Atingindo a idade canônica para começar sua ordenação, aconteceu de achar-se ausente na corte o bispo do Porto, em virtude do que teve frei João de ir a Braga, onde recebeu das mãos do arcebispo D. Frei Caetano Brandão, TOR, os quatro graus menores da ordem em 19 de setembro de 1800 e, no dia seguinte, o subdiaconato. Em 21 de março de 1801, conferiu-lhe D. João António Binet Pincio, bispo de Lamego, a ordem de diácono, e, em 12 de agosto de 1801, foi ordenado presbítero em Leiria por D. Manuel de Aguiar. Em 1805, desejoso de visitar o Mosteiro de São Vicente de Fora, foi a Lisboa. Aí, seu tio, o conselheiro Feliciano Marques Perdigão, preceptor do Príncipe Regente, e de grande influência na corte, sabendo estar vago o cargo de tesoureiro-mor da sé do Rio de Janeiro, arranjou para que este fosse dado ao sobrinho. Assim, em 14 de julho de 1806, baixava o decreto da nomeação de frei João para tesoureiro-mor da sé do Rio de Janeiro. Outro o nomeou cavaleiro da Ordem de Cristo, cujo estatuto conferia-lhe o título de Dom, simultaneamente com o uso do barrete, o qual recebeu das mãos do prelado local, o prior de São Vicente de Fora. Posteriormente, Dom João viria ser um dos primeiros agraciados com o grau de cavaleiro da Ordem de Nossa Senhora da Conceição de Vila Viçosa, logo após à sua instituição, em 1818.[1] Dom João chegou ao Brasil em 1809, e permaneceu no Rio de Janeiro até passar-se para Pernambuco, ao ser nomeado Bispo de Olinda, por Dom Pedro I, a 18 de outubro de 1829. Mas, só chegou a Olinda/Recife em 4 de agosto de 1830, ficando à frente daquela diocese como Administrador, no aguardo da confirmação da Santa Sé, que só aconteceu em 1833 - sua ordenação episcopal e posse solene se deu a 29 de setembro desse ano. Foi seu sagrante o frade franciscano D. Antônio de Arrábida, bispo titular de Anemúria. O seu episcopado foi o mais longo da história da Diocese de Olinda, hoje Arquidiocese de Olinda e Recife, estendendo-se até falecer. Figura marcante como bispo, de espírito missionário, mudou-se do palácio de Olinda para o Palácio da Soledade, em Recife, de onde empreendeu cinco visitas pastorais, a cavalo, visitando todo o sertão abrangido por sua diocese, que se estendia, no seu tempo, pelas províncias que hoje constituem os estados de Pernambuco, Alagoas, Ceará, Paraíba e Rio Grande do Norte. Em 14 de fevereiro de 1851, foi nomeado cavaleiro da Ordem do Santo Sepulcro de Jerusalém.[2] Faleceu em 30 de abril de 1864, em extrema pobreza, porque distribuía aos pobres todos os seus recursos. Foi sucedido por D. Manuel do Rego Medeiros, o qual recebeu de suas mãos a ordenação presbiterial. Frei João também foi o principal consagrante de D. Carlos de São José e Sousa, bispo do Maranhão, e co-consagrante de D. Pedro de Santa Mariana e Sousa, bispo auxiliar do Rio de Janeiro. Bibliografia
Referências
Ligações externas
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