José Maria de Alpoim Cerqueira Borges CabralGCC (Santa Cristina (Mesão Frio), 2 de Junho de 1858 — Lisboa, 12 de Dezembro de 1916), mais conhecido por José de Alpoim, foi um político progressista (depois republicano) da última fase da monarquia constitucional, que desempenhou as funções de ministro da Justiça e depois assumiu um papel de relevo durante a primeira fase da República portuguesa. Foi deputado às Cortes, Conselheiro e Par do Reino.
Biografia
José Maria de Alpoim nasceu na Casa da Rede, Santa Cristina, a 2 de Junho de 1858, filho primogénito de Francisco Borges Cerqueira de Alpoim Cabral, bacharel formado em direito, moço-fidalgo da Casa Real e Senhor da Casa da Rede, e de sua mulher, Amância Dulce Samora de Quevedo e Alpoim.
A 19 de Dezembro de 1904 foi agraciado com a Grã-Cruz da Ordem de Cristo (Diário do Governo, n.º 292, 27 de Dezembro de 1904).[1]
A sua saída do Governo levou à cisão do Partido Progressista e, acompanhado por outras importantes figuras prestigiosas da monarquia, constituiu uma nova facção política denominada Dissidência Progressista, a qual sob a sua direcção derivou lentamente para o campo republicano.
Quando se implantou a República, dissolveu-se a Dissidência Progressista e José de Alpoim aderiu ao novo regime, passando de Procurador Geral da Coroa a adjunto do Procurador Geral da República, mas foi inicialmente votado ao ostracismo político.
Considerado um "revolucionário profissional" a quem é atribuído o dito: "eu quero e desejo o poder pelo poder; nada mais", terminou a vida activa como delegado do governo na Companhia do Niassa. Nessa fase, afirmava-se afastado da política, mas os seus amigos verificavam que só ela o interessava.
Casou com Dona Maria do Carmo de Tovar Pereira Coutinho de Vilhena e Menezes, de cujo casamento nasceram Bernardo de Alpoim e Egas de Alpoim, ambos notáveis oficiais de Marinha que faleceram solteiros e sem geração.
Faleceu em Lisboa a 15 de Dezembro de 1916, tendo sido, até aos seus últimos momentos, um vigoroso adversário da participação de Portugal na Grande Guerra.
No Jardim Público da vila de Mesão Frio, na avenida que lhe tomou o nome (Avenida Conselheiro José Maria Alpoim), mesmo em frente aos Paços do Concelho, foi erguida uma estátua, com o seu busto, em 1923, homenageando-se um dos maiores vultos da história deste concelho.
Referências
↑"Mercês Honoríficas do Século XX (1900-1910)", Jorge Eduardo de Abreu Pamplona Forjaz, Guarda-Mor, 1.ª Edição, Lisboa, 2012, p. 116