José Mariano Gago foi aluno do Liceu Camões entre os anos letivos de 1958-1959 e 1964-1965, tendo concluído o curso dos liceus com a classificação final de 17 valores (Distinto)[1].
Obteve o grau de Docteur d'État ès Sciences, no domínio da Física, pela Université Paris VI Pierre et Marie Curie em 1976[5], com a tese «Production de @ de @ et de résonances @ dans les interactions K--proton à 14,3 GeV/C»[6].
José Mariano Gago iniciou a sua atividade no Movimento Estudantil Português por altura da grande mobilização estudantil associada às cheias que atingiram a zona de Lisboa em 1967[7][8][9].
Em 1987, promove a realização das Jornadas Nacionais de Investigação Científica e Tecnologia, na sequência das quais lançou o Programa Mobilizador de Ciência e Tecnologia, que visava a implementação de um conjunto de projetos dinamizadores de C&T, a nível nacional[10]. O programa visava o fomento de projectos de investigação científica e tecnológica, tendo sido abertos concursos em 1987 (PMCT/87) e em 1990 (PMCT/90). O programa articulava-se com outros programas de financiamento, nomeadamente os Programas CIÊNCIA e Formação de Recursos Humanos em Ciência e Tecnologia[11].
Em 1988, é publicada a Lei n.º 91/88, de 13 de agosto[12], que define a investigação científica e o desenvolvimento tecnológico como prioridades nacionais envolvendo a participação ativa dos setores público, privado e cooperativo.
O docente universitário e investigador
Ainda antes da conclusão do curso foi monitor do Instituto Superior Técnico.
Em 1979 foi contratado como professor catedrático do Departamento de Física do Instituto Superior Técnico.
José Mariano Gago desenvolveu a sua actividade profissional de investigador no domínio da física experimental das partículas elementares em Paris, na Escola Politécnica, em Genebra, na Organização Europeia de Pesquisa Nuclear (CERN), e em Lisboa, no Laboratório de Física Experimental de Partículas (LIP), que criou e de que foi Presidente[13][14].
O Instituto da Prospetiva
Dinamizou a criação do Instituto de Prospectiva no âmbito do qual coordenou a realização de vários estudos de prospectiva à escala europeia e promoveu, desde 1991, os Encontros Anuais de Prospectiva no Convento da Arrábida.
Foi o primeiro titular de um cargo ministerial vocacionado exclusivamente para a área da ciência e da tecnologia.
Enquanto Ministro da Ciência e da Tecnologia, assumiu a responsabilidade de coordenação das áreas da política científica e tecnológica e da política para a sociedade da informação.
Neste âmbito dinamizou iniciativas para a promoção da cultura científica e tecnológica em Portugal (Ciência Viva) e na União Europeia.
Coordenou e dinamizou igualmente a Estratégia para Sociedade da Informação, que incluiu iniciativas como a da ligação de todas as escolas à Internet, a criação de Espaços Internet, o Programa Cidades e Regiões Digitais e a Rede Ciência, Tecnologia e Sociedade (RCTS)][15].
O Ministro da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior
A revisão do regime de reingresso, mudança de curso e transferência[26].
Promoveu ainda a revisão do regime jurídico dos cursos de especialização tecnológica[27], potenciando a sua expansão no quadro das instituições de ensino superior politécnico.
A morte
José Mariano Gago faleceu, em Lisboa, em 17 de abril de 2015, de doença súbita[28].
Como reconhecimento público da comunidade científica nacional pela contribuição de Mariano Gago para a ciência em Portugal, os centros de investigação e faculdades pararam as suas atividades normais durante cinco minutos no dia 20 de abril, às 12h00, realizando uma concentração em frente das respetivas instituições[29].
No mesmo sentido, foi criada uma página em que foram reunidos testemunhos, documentos e fotografias documentando o seu legado de pensador e humanista.
Algumas homenagens
Em 2015, foi dado o seu nome a um conjunto de prémios de educação e comunicação de ciência, os Prémios Ecsite Mariano Gago. [30]
Em Novembro de 2016 a Câmara Municipal de Lisboa atribuiu o seu nome ao antigo Largo Diogo Cão, no Parque das Nações[31].
Homens e ofícios: manual de fichas de exploração temática para animação cultural sobre tecnologia e sociedades. Genéve : Grupo Português da Université Ouvriére, 1978.
Objetivos, situações e práticas de educação de adultos em Portugal : 1979 : Levantamento de experiências e propostas de ação. Lisboa : Ministério da Educação e Cultura, Direção-Geral da Educação de Adultos, 1980[35]
«O exercício prático da cultura científica» in 1.º encontro de história da educação em Portugal : Comunicações. Lisboa : Fundação Calouste Gulbenkian, Serviço de Educação, 1988, pp. 11-44.
Manifesto para a ciência em Portugal: ensaio. Lisboa, Gradiva, 1990. ISBN972-662-186-0[36]
«Física das partículas em Portugal», in O estado das ciências em Portugal. Comissariado para a Europália 91. Lisboa : D. Quixote, 1992, pp. 179-185. ISBN972-20-1014-X
«Elogio da superioridade: uma ideia feroz da universidade» in Colóquio Educação e Sociedade, Lisboa : Fundação Calouste Gulbenkian 1993, n.º 3, pp. 67-77. ISSN0872-282X
Documento de orientação sobre o ensino superior em Portugal. Lisboa : Conselho Nacional de Educação, 1993.
Como coordenador
Ciência em Portugal. Lisboa : Comissariado para a Europália 91 : Imprensa Nacional - Casa da Moeda, 1991. ISBN972-27-0439-7
O estado das ciências em Portugal. Comissariado para a Europália 91. Lisboa : D. Quixote, 1992. ISBN972-20-1014-X
Prospectiva do ensino superior em Portugal. Lisboa : Ministério da Educação : Departamento de Programa e Gestão Financeira, 1994. ISBN972-614-262-8[37]
O Futuro da Cultura Científica. Lisboa : Instituto de Prospectiva, 1994. ISBN972-8269-00-5
The future of science technology in Europe : setting the Lisbon agenda on track. Lisboa : Ministério da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, 2007. ISBN978-989-95654-0-1
Como prefaciador
CARVALHO, Rómulo de. Física no dia-a-dia. Lisboa : Relógio d'Água, 1995.
MASSADA, Jorge. Vale a pena ser cientista?. Porto : Campo das Letras, 2002. ISBN972-610-588-9
OLIVEIRA, Luísa Tiago (Grelha e aplicação). «Entrevista: 7 de novembro de 2010: José Mariano Gago: Aluno 1965-71: Presidente DAEIST 1969-70.» in BRANCO, Jorge Freitas, ed. Visões do Técnico, no Centenário 1911-2011 Lisboa: ISCTE-IUL, 2013, pg. 599-619. ISBN978-989-732-153-5.
↑ abCf. OLIVEIRA, Luísa Tiago (Grelha e aplicação). «Entrevista: 7 de novembro de 2010: José Mariano Gago: Aluno 1965-71: Presidente DAEIST 1969-70.» in BRANCO, Jorge Freitas, ed. Visões do Técnico, no Centenário 1911-2011 Lisboa: ISCTE-IUL, 2013, pg. 599-619. ISBN978-989-732-153-5.
↑ abCf. História da Junta Nacional de Investigação Científica e Tecnológica.
↑ Estudo elaborado por Ana Benavente, Karin Wall, José Mariano Gago e Lucília Salgado. Trabalhos preparatórios do Plano Nacional de Alfabetização e Educação de Base de Adultos (PNAEBA).