Rui Grácio licenciou-se em Ciências Histórico-Filosóficas na Universidade de Lisboa e frequentou cursos de ciências pedagógicas nas Universidades de Lisboa e de Coimbra. Terminados os estudos, foi contratado como professor do Lycée Français Charles Lepierre, de Lisboa, funções que exerceu entre 1947 e 1972. Em 1961 colaborou na redação do Programa para a Democratização da República. Paralelamente, a partir de 1963 desenvolveu investigação científica sob a égide da Fundação Calouste Gulbenkian, instituição onde foi bolseiro. A convite de Delfim Santos, ingressou e dirigiu o Centro de Investigação Pedagógica da Fundação Gulbenkian,[1] "onde planeou e orientou diversos cursos de aperfeiçoamento da especialidade sob solicitação do Sindicato dos Professores".[2]
Naquele centro, realizou, orientou e coordenou estudos nos campos da história da educação e do ensino em Portugal e de diversas outras áreas das ciências da educação. Sob a sua orientação, o Centro de Investigação Pedagógica da Fundação Calouste Gulbenkian tornou-se um importante pólo de investigação pedagógica, organizando conferências, colóquios e seminários que trouxeram a Portugal conhecidos investigadores e especialistas em educação. Nessas mesmas funções, manteve um activo serviço de extensão cultural,[1] o qual promovia acções de formação destinadas a docentes, algo ao tempo considerado inovador.
Após a Revolução dos Cravos de Abril de 1974 exerceu durante alguns meses funções governativas, como Secretário de Estado da Orientação Pedagógica no II e no III Governo Provisório, presididos por Vasco Gonçalves, que tomou posse em 30 de Setembro de 1974 e terminou o mandato em 26 de Março de 1975. Nesse período de governação operacionalizou políticas inovadoras, entre as quais a reforma da orientação dos estágios pedagógicos, a gestão colegial das escolas e a criação de área curricular de educação cívica.[3]
Fou um dos fundadores do Partido Socialista, do qual pertenceu ao seu Conselho Directivo.
É autor de estudos publicados em revistas e obras das quais se destacam:
A Reforma das Faculdades de Letras e a formação do magistério (1959);
Educação e Educadores (1969);
Os Professores e a reforma do ensino (1973).
Encontra-se colaboração da sua autoria no número 18, Maio de 1946, da revista Mundo Literário[4] (1946-1948).