Líder Supremo da China
Na política chinesa moderna, o líder supremo, grande líder ou ainda o líder político da República Popular da China (chinês tradicional: 最高領導人, chinês simplificado: 最高领导人, pinyin: Zuìgāo Lǐngdǎorén; literalmente "líder supremo") é um título não oficial atribuído à figura política mais proeminente e que exerce influência e controle sobre as três esferas de poder mais elevadas do país (Partido Comunista da China, Conselho de Estado da República Popular da China e o Exército de Libertação Popular), onde possui poderes absolutos.[1] O termo ganhou proeminência durante a era de Deng Xiaoping (1978–1989), onde ele foi capaz de exercer o controle político sem a necessidade de possuir cargos oficiais ou significantes na hierarquia do partido ou do governo (como Chefe de Estado, Chefe de governo ou Secretário-Geral do Partido Comunista da China). Desde então, o termo tem sido usado com menos frequência para descrever os sucessores de Deng Xiaoping, ou seja, Jiang Zemin, Hu Jintao e Xi Jinping, que formalmente ocuparam os cargos de Secretário-Geral do Partido Comunista da China (líder máximo do Partido), Presidente da República Popular da China e Presidente da Comissão Militar Central do Partido Comunista da China. Jiang, Hu e Xi são geralmente referidos como "presidente" no cenário internacional, mesmo título usado pela maioria dos outros Chefes de Estado. No entanto, os sucessores de Deng obtêm seu real poder do cargo de secretário-geral, que é a principal posição na estrutura de poder chinesa e geralmente considerada pelos estudiosos como o cargo cujo titular pode ser de fato considerado o Líder Supremo do país.[2][3] De acordo com a Constituição, o presidente é um gabinete em grande parte cerimonial.[nota 1] Dessa forma, Xi Jinping é considerado o Líder Supremo da China desde novembro de 2012, após se tornar secretário-geral, e não março de 2013, quando sucedeu Hu Jintao como presidente.[2] Atualmente, o Líder Supremo possui os seguintes postos:
HistóriaO Presidente Mao Zedong foi o dirigente indisputável da República Popular da China desde sua fundação em 1949 e possuía três cargos de liderança de uma só vez: Presidente do Partido Comunista da China, Presidente da Comissão Militar Central e Presidente da República Popular da China (1954–1959), fazendo dele o líder do partido, exército e estado, respectivamente. Após a Grande Revolução Cultural Proletária, um amplo consenso emergiu no interior do partido de que os maiores excessos foram causados pela falta de freios e contrapesos no exercício do poder político e o resultante "culto à personalidade" de Mao[4]. Desse modo, apesar de ser o sucessor direto e o escolhido por Mao, o líder Hua Guofeng acabou entrando na obscuridade por causa do pouco tempo em que esteve no poder e por sua controversa política de dar continuidade à agenda maoista, de modo que o Partido Comunista não o inclui no panteão de líderes supremos do país, apesar de ter ocupado esse papel entre a morte de Mao 1976 e 1978, quando Deng assumiu a liderança definitiva.[5] A partir dos anos 1980, a liderança passou a experimentar uma relativa separação de poderes, onde os postos de secretário-geral, presidente e primeiro-ministro eram ocupados por diferentes pessoas. Em 1985, por exemplo, o Secretário-Geral do Partido Comunista da China era Hu Yaobang, o Presidente da China era Li Xiannian e o Primeiro-ministro da China era Zhao Ziyang. No entanto, Deng Xiaoping ainda era reconhecido como o núcleo da liderança durante esse período. Tanto Hu como Zhao caíram em desgraça ao final da década de 80, mas Deng foi capaz de manter o controle político. O título de líder supremo foi usado para se referir aos sucessores de Deng, Jiang Zemin e Hu Jintao, ainda que seja geralmente reconhecido que eles não possuíram tantos poderes como Deng apesar de ocuparem mais cargos de liderança. Houve também grande ênfase na liderança compartilhada, na qual o líder máximo é uma figura igual entre as demais, exercendo poder a partir de consensos obtidos no Comitê Permanente do Politburo. Isso foi particularmente aparente durante o mandato de Hu Jintao. A partir de 1993, Jiang formalmente possuía três cargos que faziam dele o líder do partido, estado e exército. Quando Jiang deixou os cargos de Secretário-Geral e Presidente em 2002 e 2003, respectivamente, ele seguiu na posição de de Presidente da Comissão Militar Central. Assim, enquanto Jiang deixava seus postos formais entre 2002 e 2005, era ambíguo quem era o líder supremo da China. Posteriormente, Hu Jintao acabou ocupando as mesmas três posições durante seus anos no poder. Hu transferiu todas essas três posições para seu sucessor Xi Jinping entre novembro de 2012, quando Xi passou a ser Secretário-Geral do Partido Comunista e Presidente da Comissão Militar Central; e março de 2013, quando Xi tornou-se Presidente da China. Desde sua ascensão ao poder, dois novos órgãos, a Comissão de Segurança Nacional e o Grupo de Liderança Central para Aprofundamento Compreensivo das Reformas, foram estabelecidos, reforçando a concentração de poder político na figura do líder supremo de uma forma mais elevada do que qualquer outro líder pós-Deng. Esses órgãos foram encarregados de estabelecer a direção da política geral para segurança nacional assim como a agenda para reforma econômica. Ambos os grupos são liderados pelo Secretário-Geral. Lista de Líderes políticosAté agora, o termo "Líder Supremo" foi designado a seis líderes chineses, divididos em cinco gerações.
Primeira Geração Segunda Geração Terceira Geração Quarta Geração Quinta Geração
Notas
ReferênciasFontes
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