O Patriarca de Antioquia era o chefe da Igreja de Antioquia. Segundo a tradição, o bispado de Antioquia foi estabelecido por Pedro no século I d.C. e mais tarde foi elevado ao status de patriarcado pelo Primeiro Concílio de Nicéia em 325.[1] A Igreja sofreu o primeiro cisma após a deposição de Eustáquio em 330 sobre a questão da controvérsia ariana e persistiu até sua resolução em 414.[2]
Após o Concílio de Calcedônia de 451, a Igreja sofreu divisão até que a deposição do patriarca Severo de Antioquia em 518 resultou em um cisma permanente do qual duas linhas separadas de patriarcas emergiram. Os apoiadores não calcedonianos de Severo passaram a formar o que hoje é conhecido como a Igreja Ortodoxa Siríaca, enquanto os calcedonianos desenvolveram a Igreja agora conhecida como a Igreja Ortodoxa Grega de Antioquia.
Muito pouco se sabe sobre a vida de Evódio. Ele era um pagão que foi convertido para o cristianismo pelas mãos de Pedro. Nos Atos dos Apóstolos, uma das primeiras comunidades a receber os missionários cristãos foram as judias e pagãs de Antioquia, que era então um centro cosmopolita e opulento e com forte influência do helenismo. A tradição cristã sustenta que Pedro teria sido o primeiro bispo da cidade e liderou a consolidação da igreja ali, deixando Evódio como seu sucessor quando partiu para Roma.
Discípulo do apóstolo João, também conheceu São Paulo. Considerado santo e mártir, Inácio foi detido pelas autoridades romanas e transportado para Roma, onde foi condenado à morte no Coliseu, atacado por leões.
Primeiro bispo de Antioquia do qual uma obra chegou aos nossos dias (Ad Autolychum - "Para Autólico"). Foi o primeiro autor cristão a atestar que os evangelistas eram inspirados por Deus, exatamente como os autores do Antigo Testamento. Além disso, acreditava que a Terra era plana.
Santo e mártir, sucumbiu durante a perseguição de Décio, tão severa que é possível que a cidade tenha ficado sem bispo entre 251 e 253. A homilia de João Crisóstomo sobre São Bábilas relata a história que Bábilas recusou-se a visitar um imperadorpagão por conta de seus hábitos pecadores, negou-lhe a entrada na igreja e ordenou que ele tomasse seu lugar entre os penitentes. Este imperador é provavelmente Filipe, o Árabe, que era provavelmente um "simpatizante" cristão, e o ódio de Décio por ele teria sido a causa da perseguição que ele iniciou logo após a sua morte.
Foi um personagem ativo durante o cisma novaciano. Novaciano pregava que todos os cristãos que haviam cedido às pressões pagãs durante a perseguição - ao invés de enfrentar o martírio - não deveriam ser recebidos de volta na comunhão da igreja, exceto se sujeitassem ao rebatismo. O Papa Cornélio era o líder da facção contrária, que advogava que os lapsi deveriam ser recebidos abertamente após a simples confissão dos pecados e a penitência correspondente. É neste contexto que Cornélio então escreveu para Fábio para lhe contar o resultado da reunião e avisá-lo sobre Novaciano, que é descrito nos mais duros termos. Trocou também correspondências com Dionísio, o patriarca de Alexandria sobre o mesmo tema.
Algumas listas incluem um tal Anfilóquio de Antioquia entre Demétrio e Paulo, com um reinado em algum período entre 260 e 267, uma pessoa sobre a qual não há absolutamente nenhuma informação. A maioria das listas sequer o cita e iniciam o reinado de Paulo em 260
Apoiado por Zenóbia e deposto pelo imperadorAureliano. Ele foi deposto e considerado um herético de ideias monarquianistas. Paulo considerava que Jesus era apenas um homem que, após o seu batismo, foi transformado em Deus. Suas teorias seriam debatidas ainda por muitos anos, pois ele é considerado um precursor das ideias adocionistas e o seu pupilo, Luciano de Antioquia, teve grande influência sobre Ário.
Santo, reinou durante a Perseguição de Diocleciano, a mais severa de todas as perseguições, há muitas divergências sobre o período de seu reinado. É possível que ele tenha morrido logo antes dela ter iniciado.
Participou do Primeiro Concílio de Niceia (325), que condenou o arianismo. Foi deposto e banido, acusado de cortejar uma mulher. Porém, os aderentes do Credo de Niceia o consideraram bispo até sua morte. Era um firme opositor da doutrina de Ário e é um santo.
Segundo Teodoreto, o sucessor escolhido de Eulálio era pra ter sido Eusébio de Cesareia, mas ele rejeitou o convite e abriu a possibilidade para a ascensão de Eufrônio, que era também um ariano.
Segundo Teodoreto, Leôncio era frígio e teria se castrado para poder viver com uma mulher chamada Eustolia sem ser acusado de atos pecaminosos, uma história que Teodoreto reputa a Atanásio e que teria provocado a sua deposição do presbiterato. Apesar de não declarar abertamente, Leôncio era um ariano convicto e o demonstrou por seus atos, principalmente negando o avanço dos fiéis ortodoxos e promovendo os arianos, como fez em 350, quando ordenouAécio de Antioquia, o grande líder do anomoeanismo. Ele foi o responsável por disseminar o canto antifonal, inventado por Flaviano e Diodoro, ortodoxos, em Antioquia, de onde ele se espalhou por todo o império.
Ele participou do Concílio de Selêucia e subscreveu à fórmula acaciana (semi-ariana). Ele foi exilado pelos arianos e acabou formando um grupo paralelo de postulantes ao trono de Antioquia. Essa divisão deu origem ao período chamado de cisma meleciano, que iria complicar a situação na sé de Antioquia pelos próximos cinquenta anos.
Melecianos
O maior deles, centralizado no bispo deposto Melécio. Ele se moveu em direção à aprovação do credo de Niceia e participou do Concílio de Constantinopla, mas não foi reconhecido nem por Alexandria e nem por Roma:
Alexandre I de Antioquia (408 - 418) ou (412 - 417) - que terminou o cisma com os eustacianos em 415
Eustacianos
Os seguidores de Eustácio, aderentes estritos do credo de Niceia, elegeram os seguintes bispos, que foram reconhecidos tanto por Roma quanto por Alexandria:
Após sua morte, os eustacianos não elegeram outro bispo. Em 399, eles perderam o reconhecimento de Alexandria e de Roma, embora tenham permanecido em cisma até 415
Os não-calcedônios siríacos reconheceram Severo como patriarca legítimo até sua morte em 538 Em 544, o líder não-calcedônio Tiago Baradeu consagrou Sérgio de Tela como Bispo de Antioquia, abrindo o duradouro cisma entre a Igreja Síria e a Igreja Grega.
↑Este artigo incorpora texto do verbete Theophilus, bishop of Antioch no "Dicionário de Biografias Cristãs e Literatura do final do século VI, com o relato das principais seitas e heresias" (em inglês) por Henry Wace (1911), uma publicação agora em domínio público.
↑Fox, John (1851) [1550]. «The seventh persecution under Decius». In: Cumming, John. Acts and monuments of the Church (em inglês). 1. Londres: George Virtue
↑«St. Asclepiades» (em inglês). Catholic Online. Consultado em 7 de maio de 2011
↑Henry Melvill Gwatkin. «The Arian Controversy» (em inglês). Aolib.com. Consultado em 26 de dezembro de 2011. Arquivado do original em 26 de abril de 2012