Matilde Bensaúde
Matilde Bensaude (Lisboa, 23 de Janeiro de 1890 – 22 de Novembro de 1969) foi uma fitopatologista portuguesa pioneira da investigação biológica.[1] BiografiaFilha do Dr. Alfredo Bensaude[1] (1856-1941), o fundador e primeiro director do Instituto Superior Técnico da Universidade Técnica de Lisboa, e de Jane Oulman Bensaude. Concluiu os estudos secundários na Suíça em 1909. Iniciou os estudos universitários em Lausanne, mas interrompeu-os para voltar a Portugal, só os retomando em 1913, quando se matriculou na Faculdade de Ciências da Universidade de Paris (Sorbonne).[1] Estudou Ciências Naturais, licenciando-se em 1916. Doutorou-se em 1918[1] com uma tese muito original sobre a sexualidade dos Basidiomicetos. Trabalhou para o seu doutoramento no Laboratório de Botânica da École Normale Supérieure, sob a direcção do Prof. Matruchot. A investigação de doutoramento resultou na tese intitulada Recherches sur le cycle évolutif et la sexualité chez les Basidiomycètes[1] (Nemours, 1918). Aí apresentou, estabeleceu e demonstrou a descoberta da noção de heterotalismo nos autobasidiomicetos,[1] a ideia mais importante para a explicação do mecanismo da sexualidade dos basidiomicetos. Este trabalho, que decorreu durante a Primeira Guerra Mundial, foi desenvolvido independentemente e em simultâneo pelo botânico alemão Hans Kniep (1881-1930), embora este só tenha publicado as suas conclusões sobre o heterotalismo dois anos depois de Bensaúde. No ano anterior, em 1917, fizera aparecer nos Compte rendus de l'Académie des Sciences de Paris (165, pp. 286-9), uma notícia Sur la sexualité chez les champignons basidiomicètes.[1] Em 1920, foi a única mulher entre os fundadores da Sociedade Portuguesa de Biologia. Passou a maior parte do período entre 1919 e 1923 nos Estados Unidos da América, para onde se foi especializar em Fitopatologia. Estes trabalhos foram interrompidos pela sua ida para os Açores, onde se estabeleceu de 1923 a 1926. Desde 1928, fez estudos em Wisconsin, nos Estados Unidos da América, com o Professor D. Keitel.[1] De regresso ao seu país, em 1928, entrou como investigadora para o Instituto Rocha Cabral, em Lisboa, onde trabalhou e se dedicou, sobretudo, a indagações sobre fuscínias.[2] Nos Açores montou um serviço de assistência fitopatológica aos cultivadores do ananás, e, depois, em 1931, desde a sua fundação, foi convidada para organizar e passou a dirigir a estrutura fitossanitária e a Inspecção dos Serviços Fitopatológicos, do Ministério da Agricultura, onde desenvolveu uma actividade muito intensa, devendo-se-lhe uma fervorosa e estrénua intervenção na defesa e fomento dalgumas das culturas portuguesas, e, especialmente, a da batata.[3] Em 1940, com apenas 50 anos de idade, solicitou a rescisão do seu contrato no Ministério e retirou-se. Faleceu em 1969. Além dos seus escritos já citados, mencionam-se: [3]
Referências
Bibliografia
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