Modelo da hélice dupla é uma estratégia da gestão da cadeia de suprimentos criada por Charles H. Fine para auxiliar empresas a tomar decisões de forma racional levando em conta as suas competências centrais, o produto em desenvolvimento, os sistemas de engenharia e a cadeia de suprimentos.[1]
O modelo da hélice dupla descreve as dinâmicas instáveis das competências centrais em estruturas industriais. O modelo explica as mudanças ocorridas ao longo do tempo nas cadeias de fornecimento de indústrias, que movimenta-se em ciclo entre setores integrados verticalmente e setores desintegrados horizontalmente.[4] Em diversos setores do mercado é impossível manter, de forma estática, sua [[cadeia de valor }}]], devido às forças dinâmicas do mercado ou à própria estratégia da empresa, criando assim uma constante migração entre a verticalização e a horizontalização da cadeia.[5]. O modelo descreve estas forças e demonstra este regime de transição entre as duas arquiteturas: modular (horizontal) e integral (vertical).
A movimentação das cadeias entre horizontal e vertical é consequência da própria dinâmica da rede de suprimentos. O período de mudança corresponde à inversão da curva da hélice dupla e ocorre em momentos extremos da cadeia:
A cadeia é composta por inúmeras empresas inovadoras (integração horizontal).
O autor acredita que a melhor estratégia para uma empresa em mercados dinâmicos é não ficar estagnado e estável, mas em deslocar-se conforme as mudanças da rede. Portanto, o modelo de hélice dupla tornou-se uma ferramenta importante para auxiliar na tomada de decisão comprar ou fazer.[6]
As forças dinâmicas descritas no modelo de Fine incluem:
Para tornar a arquitetura mais modular:
A entrada constante de novos competidores em segmentos específicos.
O desafio de manter-se a frente dos competidores nos diversos segmentos técnicos e tecnológicos requeridos por um sistema integrado.
A rigidez burocrática e organizacional desenvolvida em empresas de grande porte.
Para tornar a arquitetura mais integral:
Avanços técnicos e tecnológicos em um subsistema que podem dar mais poder de mercado.
O poder de mercado em um subsistema incentiva a criação de pacotes com outros subsistemas para aumentar o controle e poder.
O poder de mercado incentiva maior integração com outros subsistemas para o desenvolvimento de soluções integradas.
Estas forças tendem a direcionar as empresas a alterarem sua cadeia e demonstra que não existe uma única solução de cadeia de valor [7].
As transições entre as arquiteturas estão diretamente associadas ao “clockspeed” do segmento do mercado[5] e podem variar de poucas décadas (como no caso do computador) até um século (por exemplo, os automóveis).
Este modelo também é utilizado para analisar a relação entre a arquitetura de produto e a cadeia de valor. O alinhamento entre estas duas arquiteturas[8] é um dos fatores que possibilitam o sucesso de empresas como Toyota e Dell e a seu desalinhamento ajuda a explicar a queda de outras como a Daimler Chrysler.
Tipos de arquitetura
Arquitetura modular é caracterizada por componentes ou
módulos que podem ser combinados devido a uma extrema padronização de interface. Isso permite a alteração de um destes componentes de forma independente, sem a necessidade de se alterar o projeto inteiro[9]. Um exemplo típico deste tipo de arquitetura é o microcomputador[10].
Arquitetura integral é um conjunto de componentes e subsistemas desenvolvidos para funcionar apenas entre si. Geralmente é concebido visando o alto desempenho e a fronteira entre os componentes não é claramente delineada[9].