Nicolae Steinhardt
Nicolae Steinhardt (nascido Nicu-Aurelian Steinhardt; Pantelimon, 12 de julho de 1912 – Baia Mare, 29 de março de 1989) foi um escritor romeno, doutor em direito, crítico literário, ensaísta, preso político, monje ortodoxo e confessor. BiografiaInfânciaEle nasceu em Pantelimon, próximo de Bucareste, de pai judeu e mãe romena. Seu pai foi um engenheiro, arquiteto e participante condecorado da Segunda Guerra Mundial. Por causa da linhagem de seu pai, sofreu discriminação antissemita durante o governo fascista da Romênia da Segunda Guerra. Pela linha materna, era parente de Sigmund Freud[1]. Entre os anos de 1919 e 1929, ele frequentou a escola primária Spiru Haret em Bucareste, onde, como pano de fundo, ele foi ensinado sobre religião por um padre cristão. Seu talento na escrita foi notado quanto entrou no círculo literário Sburătorul. Carreira e Segunda GuerraEm 1934, ele conquistou seu diploma em Direito e Literatura na Universidade de Bucareste. sob o pseudônimo Antisthius, uma das personagens de La Bruyère, ele publicou seu primeiro volume, o romance cômico În genul lui Cioran, Noica, Eliade... ("À Maneira de Cioran, Noica, Eliade..."). Em 1936, ele conquistou seu PhD em Direito Constitucional, e entre 1937 e 1938, ele viajou para a Suíça, Áustria, França e Inglaterra. Em 1939 Steinhardt trabalhou como editor para a Revista Fundaţiilor Regale (uma revista literária do governo), perdendo seu emprego entre 1940 e 1944, durante a limpeza étnica sob o regime da Guarda de Ferro(a National Legionary State) e Ion Antonescu. Apesar dos problemas com este último, ele perdoou Antonescu, e até o elogiou por supostamente ter salvo centenas de milhares de judeus (que ele afirmou ter ocorrido após um debate cara a cara com Adolf Hitler em Berchtesgaden). Perseguição comunista e aprisionamentoEm 1944 ele retornou para a Revista Fundaţiilor Regale, e manteve seu emprego até 1948, quando o rei Michael I foi forçado a abdicar pelo Partido Comunista da Romênia. De 1948 a 1959, ele testemunhou um novo período de privação, desta vez pelo regime comunista romeno, quando os intelectuais não-comunistas foram declarados inimigos do povo. Em 1959, durante um julgamento contra seu colega de faculdade Constantin Noica, ele se recusou a ser testemunha contra o amigo. Como consequência ele foi acusado de "crime de conspiração contra a ordem social" e sentenciado a treze anos de trabalho forçado, numa prisão do tipo gulag. Ele cumpriu sua sentença em Jilava, Gherla, Aiud e outras prisões comunistas. Enquanto estava na prisão, ele foi batizado no Cristianismo Ortodoxo, em 15 de março de 1960, por Mina Dobzeu, um ermitão conhecido. Como testemunhas do evento havia Alexandru Paleologu, dois padres católicos romanos, dois padres greco-católicos e um pastor protestante. Ele se referiu ao seu batismo futuramente como de "caráter ecumênico". Este episódio seria a base de sua obra mais conhecida e celebrada, Happiness Diary (O diário da Felicidade). Últimos anosApós ser solto em 1964, ele se tornou um notável tradutor e publicador. Seus primeiros trabalhos literários, Între viaţă şi cărţi ("Entre a Vida e os Livros"), e Incertitudini literare ("Incertezas Literárias") foram publicados em 1976 e 1980, respectivamente. Um novo capítulo na vida de Steinhardt começou em 1980, depois de ser aceito no Monastério de Rohia. ele trabalhou na biblioteca do monastério, ao mesmo tempo se dedicando a escrever. Durante este tempo, sua fama como conselheiro e confessor cresceu, atraindo jovens visitantes semanalmente para Rohia. Ele morreu no hospital da cidade de Baia Mare. Seu funeral teve a presença de muitos de seus amigos e admiradores. Happiness DiaryA primeira edição foi confiscada pela Securitate em 1972, e liberada em 1975, depois de uma intervenção da censura. Entretanto, ele terminou uma segunda versão do livro que também foi confiscada em 1984. Ao final, Steinhardt editou diversas versões, com as quais atingiu Monica Lovinescu e Virgil Ierunca em Paris. No Brasil, o livro foi lançado em 2010, com o título de O Diário da Felicidade. ObrasPor motivos políticos, a maioria de suas obras foram publicadas postumamente em versões sem censura (após a Revolução Romena de 1989).
Póstumas
Referências
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