É sede do município de Palmela que tem 465,12 km² de área[2] e 68 856 habitantes (censo de 2021).[3] O município é limitado a norte pelos municípios de Benavente e Alcochete, a nordeste pela porção oriental (exclave) do município de Montijo, a leste por Vendas Novas, a sudeste por Alcácer do Sal, a sul por Setúbal, a oeste pelo Barreiro e a noroeste pela Moita e pela porção ocidental (área principal) do município do Montijo.
A vila mais populosa do concelho é Pinhal Novo, com uma população de 26991 habitantes em 2021.
Evolução da população do município
★ Os Recenseamentos Gerais da população portuguesa, regendo-se pelas orientações do Congresso Internacional de Estatística de Bruxelas de 1853, tiveram lugar a partir de 1864, encontrando-se disponíveis para consulta no site do Instituto Nacional de Estatística (INE).
(Obs: De 1900 a 1950 os dados referem-se à população "de facto", ou seja, que estava presente no concelho à data em que os censos se realizaram. Daí que se registem algumas diferenças relativamente à designada população residente)
★ Pelo decreto nº 12 615, de 01/01/1926, foi criado o concelho de Palmela com lugares desanexados do concelho de Setúbal. Daí que os resultados dos censos etários só tenham sido publicados a partir de 1930
A presença do homem na região que hoje é ocupada pelo município de Palmela remonta ao Neolítico superior, onde a sua presença é bastante notada, sobretudo durante a cultura do campaniforme, e cujo testemunho nos foi deixado sob a forma do mundialmente conhecido Vaso de Palmela. Ocupada por celtas, romanos e árabes, todos encontraram neste território um lugar estratégico para se fixarem.
Em 1147 foi conquistado por D. Afonso Henriques, outorgando-lhe foral em 1185. Mas o período áureo de Palmela pode ser localizado nos primeiros anos da Nacionalidade, quando Palmela era a chave do território entre o Sado e o Tejo. Esta importância estratégica deve-se a aspectos conjunturais de natureza político-religiosas relacionadas com o processo de conquista e consolidação do Estado português, e do qual a Ordem de Santiago e Espada, (que recebeu Palmela como doação de D. Afonso Henriques por volta de 1172), não pode ser separado.
A Ordem de Santiago marca a sua presença na sociedade portuguesa por ser senhora de um vastíssimo território que ia do antigo município de Riba Tejo (que engloba os actuais municípios do Barreiro, Moita, Montijo e Alcochete) até Mértola, no Baixo Alentejo. O poder administrativo da Ordem passa a estar centrado em Palmela “já em tempos do Infante D. João, filho de D. João I”. A importância desta escolha não se prendeu apenas com a proximidade de Palmela face a Lisboa, onde a congregação detinha o convento de Santos, entre outros, mas também devido ao facto de Palmela ser a maior Comenda da Ordem e às características do seu castelo, de grandes dimensões, com capacidade de albergar o conjunto monumental da Ordem – o Convento e a Igreja. Afastados os perigos das invasões – árabe, inicialmente, e castelhana, numa época posterior – a Ordem de Santiago começa a perder a importância e o poder que detinha. Junto com ela, Palmela deixa também de possuir o papel de guardiã avançada, um papel desempenhado anteriormente pelas antigas sedes da Ordem – Mértola e Alcácer do Sal.
Após a extinção das Ordens Militares e Religiosas, Palmela já não possuía qualquer tipo de importância, nem estratégica, nem económica, nem política, a tal ponto que a Reforma Administrativa de Mouzinho da Silveira, em 1855, extingue o seu município integrando-o no de Setúbal, onde permanecerá até 1926. Aproveitando o movimento militar decorrente do 28 de Maio de 1926, as elites locais pressionam a Junta Militar a aceder à restauração do município de Palmela, facto que é consumado em Novembro desse mesmo ano.
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