Parábola Nota: Para outros significados, veja Parábola (desambiguação).
Parábola (do grego: παραβολή) é uma seção cônica gerada pela interseção de uma superfície cônica de segundo grau e um plano paralelo à reta geratriz do cone, sendo que o plano não contém esta. Equivalentemente, uma parábola é a curva plana definida como o conjunto dos pontos que são equidistantes de um ponto dado (chamado de foco) e de uma reta dada (chamada de diretriz).[1][2] Aplicações práticas são encontradas em diversas áreas da física e da engenharia como no projeto de antenas parabólicas, radares, faróis de automóveis. Definições e visão geralEquações da geometria analíticaUma parábola é o conjunto de pontos no plano que são equidistantes de um ponto dado (foco) e uma reta dada (diretriz) que não contém .[3] Assim, em coordenadas cartesianas, uma parábola de foco e reta diretriz tem equação[4] Uma parábola é dita estar em uma posição padrão quando seu foco está sobre o eixo das abscissas ou sobre o eixo das ordenadas e sua diretriz é, respectivamente, paralela ao eixo das ordenadas ou ao eixo das abscissas. A equação de uma parábola em uma posição padrão é chamada de equação padrão. Assim, além da equação acima, temos que: é, também, uma equação padrão. Esta caracteriza uma parábola de foco e diretriz De fato, por definição, pertence à parábola se, e somente se: onde, denota a distância euclidiana. Assim, para uma parábola de foco e diretriz temos: que é equivalente à equação . O procedimento é análogo para uma parábola de foco e diretriz mostrando que, neste caso, . O eixo de simetria de uma parábola é definido como a reta que passa por seu foco e é perpendicular a sua reta diretriz O vértice de uma parábola é definido pela intersecção da parábola com seu eixo de simetria. Notemos que nas equações acima corresponde a distância do vértice ao foco, bem como, à diretriz. Observamos que, por translação, obtemos a equação de uma parábola com vértice V foco e diretriz por: Analogamente, uma parábola com vértice V foco e diretriz é descrita pela equação: De maneira geral, uma parábola é uma curva no plano cartesiano definida por uma equação irredutível de coeficientes reais da forma: com . O fato da equação ser irredutível significa que ela não pode ser fatorada como um produto de dois fatores lineares. Outras definições geométricas[carece de fontes]Uma parábola também pode ser caracterizada com uma secção cônica com uma excentricidade igual a 1. Como uma consequência disso, todas as parábolas são similares. Uma parábola também pode ser obtida como o limite de uma sequência de elipses onde um foco é mantido fixo e o outro pode se mover para uma distância cada vez maior do foco em uma direção. Desta forma, uma parábola pode ser considerada a seção do segmento de uma elipse que possui um foco no infinito. A parábola é a transformada inversa de um cardióide. Se girarmos uma parábola através de seu eixo em um gráfico de três dimensões temos uma forma conhecida como o parabolóide de revolução. Dedução das equaçõesEm coordenadas cartesianasEixo vertical de simetriaEstas deduções se baseiam em uma parábola com eixo vertical de simetria, com vértice e distância entre o vértice e o foco. Por convenção, se o vértice estiver abaixo do foco p é positivo, caso contrário p é negativo.[2] Como, por definição, um ponto na parábola dista do foco tanto quanto da reta diretriz podemos escrever: onde, denota a distância euclidiana e denota a função valor absoluto. Lembrando que para qualquer real, temos: a qual é a equação padrão procurada. Comumente, esta equação aparece reescrita na forma de um trinômio do segundo grau: onde: Muitas vezes é útil descrever uma parábola via equações paramétricas. Tomando por exemplo e substituindo na equação padrão, obtemos Isto nos fornece a seguinte parametrização de uma tal parábola: Observamos que a parametrização de i.e. é arbitrária, sendo que diferentes escolhas levam a um conjunto diferente de equações paramétricas. Eixo horizontal de simetriaAnalogamente, uma parábola com eixo horizontal de simetria, vértice e distância entre o vértice e o foco tem equação padrão: Notemos que esta pode ser reescrita no trinômio de segundo grau: tomando: Tomando , , e substituindo na equação padrão, obtemos as seguintes equações paramétricas para uma tal parábola: Em coordenadas polaresEm coordenadas polares, uma parábola com o foco na origem e reta diretriz é dada pela equação[5]: De fato, tomando e e substituindo na equação polar, obtemos: que é a equação padrão da parábola de vértice e reta diretriz . Forma em coordenadas gaussianasA forma em coordenadas gaussianas é dada por:[carece de fontes] e possui a normal . Equação QuadráticaDe forma geral, uma parábola é descrita por uma equação quadrática de coeficientes reais da forma: com e . A presença do termo cruzado (i.e., ) indica que a parábola tem eixo de simetria transversal em relação aos eixos canônicos . Tal equação pode ser escrita na seguinte forma matricial[6]: onde é o vetor real bidimensional das incógnitas, é uma matriz real simétrica de autovalores reais e , sendo exatamente um deles nulo, é o vetor real bidimensional, e é um escalar real. RotaçãoUma parábola cujo eixo de simetria não é paralelo ao eixo das abscissas nem ao eixo das ordenadas pode ser descrita como uma rotação de uma parábola em uma posição padrão. Notemos que a matriz é ortogonalmente diagonalizável,[6] i.e.: onde é a matriz ortogonal, cujas colunas são autovetores , associados aos autovalores e , respectivamente. Fazendo a mudança de variável:
podemos escrever a equação da parábola nas novas variáveis como: a qual representa uma parábola cujo eixo de simetria é paralelo ao eixo , dado pelo autovetor , ou ao eixo , dado pelo autovetor . TranslaçãoUma parábola de vértice pode ser vista como uma translação de uma parábola de vértice na origem. Ou seja, fazendo a mudança de variável: obtemos a equação padrão da parábola escrita nas variáveis . Propriedade RefletoraPara uma superfície parabólica que seja construída com material reflexivo, um feixe de partículas paralelas ao eixo de simetria é direcionado para o seu foco.[7] De fato, consideramos, sem perda de generalidade, a parábola ilustrada na figura ao lado. Nela, denota seu foco, seu vértice e o ponto de incidência de um feixe de partículas paralelo ao eixo de simetria dessa parábola. A reta paralela ao eixo de simetria que contém a trajetória da onda tem interseção com o eixo das abscissas no ponto e com a diretriz da parábola no ponto . Observamos que o segmento tem interseção com o eixo das abscissas no ponto , i.e. no ponto médio entre os pontos e . Por essa razão e mais o fato de que e são equidistantes do eixo das abscissas, vemos que e são triângulos congruentes. Notamos, agora, que a reta que passa pelos pontos e têm inclinação e, portanto, é a reta tangente à parábola no ponto , pois neste ponto. Assim, se é o ângulo de incidência do feixe com a reta tangente no ponto (equivalentemente, com um elemento infinitesimal do comprimento do arco da parábola no mesmo ponto) , temos que o feixe é refletido pela parábola com o mesmo ângulo. Pela congruência dos triângulos e , vemos que a onda refletida alcança o ponto , i.e. o foco da parábola. Aplicações práticasAlgumas aplicações dessa propriedade podem ser vistas no uso de refletores parabólicos, como para captação de som a grandes distâncias com um microfone parabólico[8], que utiliza o refletor para coletar e focar ondas sonoras em um transdutor, conceito similar ao da antena parabólica. Esses microfones conseguem captar sons muitos distantes na direção em que é apontado e normalmente é utilizado para gravar sons da natureza e para espionagem. Referências
Bibliografia
Ver tambémLigações externas
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