Paulo de Tarso Santos
Paulo de Tarso Santos (Araxá, 12 de janeiro de 1926 – São Paulo, 13 de julho de 2019) foi um advogado, professor e político brasileiro. Ocupou diversos cargos públicos ao longo de sua carreira, incluindo o de ministro da Educação em 1963, prefeito de Brasília em 1961, deputado federal, secretário da Educação do estado de São Paulo entre 1983 e 1985 e conselheiro do Tribunal de Contas do Estado de São Paulo, último cargo exercido, de 1985 a 1991.[1] É referido por algumas fontes como "o primeiro prefeito de Brasília."[2][3][4][nota 1] BiografiaMineiro, bacharelou-se em ciências jurídicas e sociais pela Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo no ano de 1949. Na USP, foi distinguido academicamente com os prêmios Rodrigues Alves Filho e Duarte de Azevedo. Mais tarde, continuou os estudos e especializou-se em Direito Processual Civil e Direito Empresarial pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo.[6][1] Em relação à sua vida pessoal, casou-se com Maria Nilse da Cunha Santos e com ela teve cinco filhos. O acervo da família foi doado ao Arquivo Público do Distrito Federal em 2015.[7][8] De 1948 a 1952, trabalhou no setor jurídico do Banco Brasileiro de Descontos.[9] Eventualmente entrou para o mundo da política, através do Partido Democrata Cristão (PDC), auxiliando o político Jânio Quadros em suas campanhas eleitorais.[10] Na eleição municipal de 1955, elegeu-se para a Câmara Municipal de São Paulo e, no pleito de 1958, foi eleito deputado federal.[11] Um ativo participante da campanha de Jânio à presidência em 1960, foi nomeado por este como prefeito de Brasília em fevereiro de 1961. Manteve-se no cargo até agosto de 1961, quando Jânio renunciou à Presidência da República.[12] Durante seu mandato como prefeito de Brasília, determinou a criação das comissões de fundação da Sociedade de Transportes Coletivos de Brasília, da Fundação Cultural e da Fundação do Serviço Social do Distrito Federal. Suas ações foram igualmente importantes para que a Asa Norte e o Núcleo Bandeirante fossem urbanizados.[13] Também contratou os primeiros professores da cidade.[14] Na eleição de 1962, reelegeu-se para a Câmara dos Deputados.[1] Em janeiro de 1963, foi designado pelo presidente João Goulart para comandar o Ministério da Educação, ofício que desempenhou por poucos meses, de junho a outubro de 1963.[15] Mais uma vez, retornou ao parlamento, momento em que integrou a Comissão do Distrito Federal, responsável por exercer o Poder Legislativo da capital federal.[1][16] Opositor da ditadura militar, teve seu mandato cassado pelo Ato Institucional n.º 1, bem como suspensos seus direitos políticos por dez anos.[17] Além de ter seu mandato cassado, foi preso mais de uma vez pela ditadura militar. Posto em liberdade, exilou-se no Chile de 1964 a 1971 e naquele país trabalhou na Organização das Nações Unidas (ONU).[18][19] De volta ao Brasil, passou a ministrar no Instituto dos Advogados Brasileiros (IAB) em 1977[20] e se filiou ao Movimento Democrático Brasileiro (MDB) em 1979. Também trabalhou no Ecuador, atuando como assessor do governo daquele país para a educação.[1] Em 1983, foi designado pelo governador Franco Montoro para o cargo de Secretário da Educação do estado de São Paulo.[21] Permaneceu no cargo até julho de 1985, quando foi nomeado, também por Montoro, como conselheiro do Tribunal de Contas do Estado de São Paulo, cargo que ocupou até 1991.[22] De 1989 a 1991, presidiu a corte de contas paulista.[1] Após deixar a presidência da Fundação Memorial da América Latina, em 1994,[23] dedicou-se ao seu escritório de advocacia.[24] Faleceu em julho de 2019, aos 93 anos de idade, sendo sepultado no Cemitério Gethsêmani.[3]
NotasReferências
Ligações externas
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