A série conta a história de dois irmãosgêmeos bivitelinos de quinze anos, Pedro e Bianca, sendo ele branco e ela negra,[nota 1] o que fez deles conhecidos na região onde moram.[2]Pedro e Bianca mostra os adolescentes da classe C[3] que recém ingressaram no primeiro ano do ensino médio, na Escola Estadual Piquerobi (Escola Estadual Alberto Torres),[4] uma escola pública em São Paulo,[1][5] e acompanha o dia a dia de ambos na escola, onde eles enfrentam problemas comuns pelos quais passam os adolescentes.[1][2]
Elenco e personagens
Principal
Pedro Soares Araújo (Giovanni Gallo) é um garoto tranquilo, observador e introvertido, que gosta de andar de skate com a amiga Tuca, e de pesquisar fatos na internet com o amigo Raul. É um garoto estudioso, que não consegue conquistar sua grande paixão, Ciça.[4]
Bianca Soares Araújo (Heslaine Vieira) é uma garota agitada, determinada e extrovertida, além de ser impulsiva ao tomar suas decisões. Ela se dedica ao máximo no que faz, tanto nos esportes quanto no amor. Também gosta de defender o irmão e, se precisar, se impõe para ajudá-lo, assim como quando vê algo injusto.[6]
Edison Araújo (Thogun Teixeira) é o pai de Pedro e Bianca, que trabalha como eletricista, onde recebeu muitas descargas elétricas[7] e, desde então, quando se estressa acaba fazendo as luzes da casa piscarem e queima onde põe as mãos.
Zuleika Soares Araújo (Gorete Milagres), mais conhecida como Zuzu, é a mãe de Pedro e Bianca. Ela trabalha como cabeleireira e vive usando os filhos como cobaias do seu salão Zuzu’s Hair, que fica dentro da casa da família.[8]
Luara (Amanda Guarnieri)[5] é uma menina precoce, que gostar de ficar com vários garotos, sem se prender muito a nenhum deles. Ela vai a festas e baladas frequentadas por pessoas mais velhas e se torna a primeira da turma a ter uma relação sexual.[9]
Tuca (Olívia Klein) é a melhor amiga de Pedro. É uma garota bissexual, descolada e hardcore, que passa a maior parte do seu tempo com Pedro, tendo inclusive ensinado ele a andar de skate e a gostar de rock.[10]
Leonardo (Vitor Hugo Rapace) é um garoto que serve como líder da sala. É folgado e popular. Gosta de pegar no pé de Pedro, mas mesmo assim Bianca se apaixona por ele.
Fafá (Nina Lima)[5] é uma das amigas de Bianca. Foi crida em uma família conservadora e por isso é comportada e obediente. Ela sempre está a disposição de Bianca para ouvi-la e ajudá-la quando precisa. Namorada de Feijão.[9]
Ciça (Letícia Fagnani) é a paixão platônica de Pedro. Ela é uma garota bonita e tem ciência disso, mas só deseja ser como qualquer outra menina. No entanto, ela guarda um segredo.[11]
Feijão (Fernando Haro) é um dos melhores amigos de Pedro. Ele é atrapalhado e sem noção, mas também pode ser um garoto sensível e simpático. Namorado de Fafá.[12]
Raul (Jucelino Lopes) é um garoto portador de deficiência física e anda em cadeira de rodas. No entanto, isso não é um impeditivo para ele, que é bem agitado e independente, e não gosta de se fazer de vítima, pedindo ajuda apenas quando é extremamente necessário.[9]
Recorrente
Xavier (Tick Logansky Bassanelli Rodrigues), assim como Raul, Xavier também é portador de deficiência física. Xavier usa uma cadeira de rodas motorizada, é roqueiro, filho da zeladora, mora no colégio, é amigo da turma, sempre ajuda Bianca quando é preciso, ama música, entende muito de tecnologia e criou o Diário da Piquerobi junto com Bianca.
Roseli (Thamiris Dias), uma garota namorou Pedro por muito tempo. Se conheceram na feira aonde ele trabalhou com seu tio Everton.
Arminda Araújo (Teca Pereira) é a avó de Pedro e Bianca. Ela morre no primeiro episódio.[13]
Toshiro Araújo (Arthur Abe), filho de Edson, meio-irmão de Pedro e Bianca. Tem descendência japonesa por parte de mãe. É homossexual.
Anderson L.A. (Edgard Max de Araújo), saiu da Fundação Casa há pouco tempo e ganhou Liberdade Assistida (por isso o apelido de L.A.). Sofreu preconceito quando os celulares de alguns alunos começaram a sumir, e todos o acusaram, principalmente Pedro.
Carla (Bruna Tatar), amiga de Tuca que teve um affair com ela, estuda no colégio também.
MC Profecia (Thaíde), um rapper que já teve seus tempos de glória, mas que agora está falido e apronta com Pedro.
Toninho (Theo Werneck), ousado professor de literatura que, ensinando Gregório de Matos, sofreu um tipo de censura por parte dos pais de Ciça e Emília.
Inspetor da Piquerobi (Raimundo Moura)
Rosemary (Aysha Nascimento), chefe de Bianca no emprego de telemarketing.
Terezinha (Neusa Velasco), professora de matemática.
Vanessão (Nathália Alfieri), garota que sofre bullying por estar acima do peso, por isso acaba sendo reclusa e "durona", ficando sozinha nos intervalos. Com a ajuda de Bianca, passa a socializar e se torna amiga de todos.
Everton (Antonio Ricardo Batista), tio de Pedro e Bianca, irmão de Zuzu. Trabalha na feira junto com Roseli.
Dolores (Maria Cecília Audi), diretora do colégio.
Pedro e Bianca se diferencia de seus pares por "explorar mais os tabus", nas palavras do diretor de criação Cao Hamburger, abordando temas como sexo, gravidez, bebida, trabalho, namoro, drogas, amizades, bullying e o papel da escola durante a adolescência.[1][5] Há também na série Raul e Xavier, dois personagens cadeirantes, bem como Tuca e Carla, que são bissexuais, uma imigrante boliviana, Luara que é uma jovem "periguete", Leonardo que é um aluno mais malandro, Ciça uma adolescente que tem um filho bebê, Anderson L.a um garoto que saiu da Fundação Casa e que é Liberdade Assistida, além de Toshiro, o irmão de Pedro e Bianca por parte de Pai e que é homossexual e japonês.[1][14] Além disso, a série trata da relação entre irmãos.[2]
Produção
A primeira ideia da equipe de produção foi criar uma série que abordasse a adolescência, pois segundo Cao "faltava uma boa abordagem desse universo na televisão brasileira". É a primeira série teen brasileira produzida e exibida pela emissora dezoito anos depois do seriado Confissões de Adolescente, que foi exibido entre 1994 e 1995 e também é a primeira série brasileira educativa produzida e exibida pela TV Cultura três anos depois da série Tudo o que É Sólido Pode Derreter exibido em 2009. A TV Cultura aceitou o projeto, onde se pretende discutir o tema "com profundidade e leveza ao mesmo tempo, um pouco de poesia e de humor também." O diretor revelou que a ideia de Pedro ser branco e Bianca, negra, surgiu após ler uma matéria sobre o tema, em uma revista.[1]
Pedro e Bianca foi gravada numa escola real, Escola Estadual Alberto Torres, localizada perto do Butantã, contando com setenta pessoas no set de filmagem, 250 atores, dois mil figurantes, 35 pessoas para a produção e 30 para a finalização da série. Para o roteiro, por exemplo, foram contratadas diversas pessoas de diferentes "origens, experiências e idades".[1][5] A produção encomendada pela Secretaria da Educação do Estado de São Paulo como parte do projeto Escola 2.0, teve um orçamento estimado em cerca de sete milhões de reais.[14]
“
Não é um programa chapa-branca. Mostramos a escola pública real. Não é um universo cor-de-rosa, mas também não é um bicho-papão como se prega por aí.
”
— Fernando José de Almeida, diretor da área de educação da TV Cultura, a respeito da abordagem feita sobre a escola pública.[14]
Renovação para 2ª temporada
Após ganhar o Emmy, foi revelado que a série poderá ganhar uma 2ª temporada, e que será vendida para outros países.
[15][16]
Recepção
A série tem recepção positivas na maioria dos críticos, considerando em alguns aspectos superior as outras séries adolescentes brasileira como Malhação e Rebelde. Maurício Stycer, escrevendo para a Folha de S. Paulo, elogiou a série por não ter paternalismo ou clichês, assim conseguindo "interessar a qualquer público". Ele comentou que os problemas não são novos, mas que o ótimo roteiro, direção e atuação "despertam curiosidade do início ao fim."[3] Cristina Padiglione, do Estado de S. Paulo, embora tenha dito que a série é "palatável e bem acabado [sic]", notou que horário é "o maior inimigo do produto".[13]
Audiência
Os primeiros 7 episódios teve uma audiência entre 0,7 e 1 ponto.[3] Cada ponto equivale a 65 mil domicílios na Grande São Paulo.
Prêmios
O primeiro episódio de Pedro e Bianca, "Entre Nascer e Morrer, a Gente Cresce!", recebeu o Prêmio Prix Jeunesse Iberoamericano na categoria "ficção para o público de 12 a 15 anos" após concorrer com mais onze produções de países latino-americanos e ibéricos.[17][18]
Em 10 de fevereiro de 2014, Pedro & Bianca foi a vencedora na categoria melhor série infanto-juvenil no 2º Prêmio Emmy Kids Internacional.[19] Em 05 de junho de 2014, Pedro & Bianca foi a vencedora na Ficção e não-ficção para adolescentes de 12 a 15 anos no Prix Jeunesse International.
Notas
↑Essa situação realmente pode ocorrer na vida real, porém há apenas 0,0001% de chances de acontecer tal fato.[1]