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São João do Sabugi

 Nota: Não confundir com São José do Sabugi (na Paraíba).

São João do Sabugi
Município do Brasil
Vista aérea de São João do Sabugi
Vista aérea de São João do Sabugi
Vista aérea de São João do Sabugi
Hino
Gentílico sabugiense
Localização
Localização de São João do Sabugi no Rio Grande do Norte
Localização de São João do Sabugi no Rio Grande do Norte
Localização de São João do Sabugi no Rio Grande do Norte
São João do Sabugi está localizado em: Brasil
São João do Sabugi
Localização de São João do Sabugi no Brasil
Mapa
Mapa de São João do Sabugi
Coordenadas 6° 43′ 04″ S, 37° 12′ 03″ O
País Brasil
Unidade federativa Rio Grande do Norte
Municípios limítrofes Ao norte: Caicó; a leste: Várzea (PB); ao sul: Ipueira; a oeste: Serra Negra do Norte.
Distância até a capital 293 km[1]
História
Fundação 05 de março de 1832
Emancipação 23 de dezembro de 1948
Administração
Prefeito(a) Anibal Pereira de Araújo (MDB, 2025–2028)
Características geográficas
Área total [2] 277,011 km²
População total (est. IBGE/2022[3]) 5 956 hab.
Densidade 21,5 hab./km²
Clima Semiárido
Fuso horário Hora de Brasília (UTC−3)
CEP 59310-000
Indicadores
IDH (PNUD/2010[4]) link 0,655 médio
 • Posição RN: 21°
PIB (IBGE/2018[5]) R$ 59 396,76 mil
PIB per capita (IBGE/2018[5]) R$ 9 612,68
Sítio saojoaodosabugi.rn.gov.br (Prefeitura)

São João do Sabugi[nota 1] é um município brasileiro do estado do Rio Grande do Norte. Localiza-se na região do Seridó, a uma distância de 297 quilômetros a sudoeste da capital do estado, Natal. Ocupa uma área de 277,011 km². A população do município foi estimada no ano de 2022 em 5 956 habitantes, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, sendo então o centésimo primeiro mais populoso do estado.

História

O local onde hoje ocupa o município, já fora ocupado por índios Cariris, expulsos pelos portugueses após a Guerra dos Bárbaros. Seus primeiros colonizadores foram Francisco Barbosa, José Barbosa Diniz, Antônio Martins do Vale, alferes Pascoal Rodrigues do Vale e suas respectivas famílias, após concedidas sesmarias às margens do rio Sabugi, no ano de 1786. O município se consolida a partir de 1832, quando foi construída a capela de São João Batista em terras doadas por Ana Joaquina, situadas na Fazenda São João. Em 1855, é construída sua primeira escola; até que em 1868, o povoado foi elevado à categoria de distrito, com o nome de São João do Príncipe. Em 1890, o nome fora alterado para São João do Sabugi, em referência ao rio. Quando em 1948, o Decreto-Lei n º 146, de 23 de dezembro, criou, como território desmembrado de Serra Negra do Norte, o município de São João do Sabugi, em sua configuração atual.[6]

Datas

1683- Guerra dos Bárbaros foram os conflitos, rebeliões e confrontos envolvendo os colonizadores portugueses e várias etnias indígenas tapuias que aconteceram nas capitanias do Nordeste do Brasil, a partir de 1683

1686- No ano de 1686 foram concedidas sesmarias medindo sete léguas de comprimento por sete de largura acima do rio Sabugi e estendendo-se por uma légua abaixo da serra do Sabugi.

1832- A povoação realmente teve início a partir da doação feita por dona Ana Joaquina de Souza, viúva de Francisco Correia de Souza, em 1832, de uma faixa de terra da sua Fazenda São João para a construção de uma capela em homenagem a São João Batista.

1868- Em 1868 o povoado foi elevado à categoria de distrito, com o nome inicial de São João do Príncipe.

1890- Em 7 de julho de 1890, o distrito passou a se chamar São João do Sabugi em referência ao rio Sabugi, em cuja margem o povoado nascera

1932- O povoado de São João do Sabugi assumiu a condição de sede do município de Serra Negra entre o período que vai de 27 de maio de 1932 a 13 de dezembro de 1935, elevado a vila.

1948- No dia 23 de dezembro de 1948, através da Lei nº 146, São João do Sabugi desmembrou-se de Serra Negra do Norte, tornando-se município do Rio Grande do Norte.

Geografia

Serra do Mulungu, localizada em São João do Sabugi
Vista do Açude Sabugi, do mirante onde o Presidente CASTELO BRANCO realizou a inauguração o Açude

O relevo sabugiense apresenta baixas altitudes, variando entre 200 a 400 metros de altitude, localizados na Depressão Sertaneja, como são conhecidos os terrenos baixos situados entre a Chapada do Apodi e as partes altas do Planalto da Borborema. Destaca-se a Serra do Mulungu, um inselberg localizado no pediplano sertanejo com vertentes parcialmente vegetadas.[7]

O município de São João do Sabugi encontra-se totalmente inserido nos domínios da bacia hidrográfica do rio Piranhas-Açu, sendo banhado pela sub-bacia do Rio Sabugi. Os principais tributários são os riachos Salgado, Carnaubinha e do Cordeiro. Existe no município um açude de médio a grande porte, o açude Sabugi com capacidade para 65.334.000 de metros cúbicos d'água, alimentado pelo Rio Sabugi. O reservatório foi construído pelo DNOCS em 1965, sendo inaugurado pelo então presidente da República Humberto de Alencar Castelo Branco. Os cursos d’água do município são intermitentes e possuem grande quantidade de afluentes e subafluentes (dendrilico). O município de São João do Sabugi compõe o Domínio Hidrogeológico Fissural. O Domínio Fissural é formado por rochas do Complexo Caicó e do Complexo Serra dos Quintos.

Flora: caatinga hiperxerófila do Seridó, vegetação de caráter mais seco, com abundância de cactáceas e plantas de porte mais baixo e espalhadas. Entre outras espécies destacam-se a pereiro, umbuzeiro, pau-ferro, velame, jurema-preta, mofumbo, faveleira, marmeleiro, xique-xique e facheiro. São João do Sabugi está inserido em área susceptível à desertificação em categoria "Muito Grave", segundo o Plano Nacional de Combate a Desertificação.

Clima: semiárido, com estação chuvosa de verão e outono, o que ocorre entre fevereiro e maio. Desde julho de 2020, quando a EMPARN instalou uma estação meteorológica automática na cidade, as temperaturas variaram de 17,2 °C em 25 de julho de 2022 a 40,6 °C em 31 de outubro de 2023.[8]

Dados climatológicos para São João do Sabugi
Mês Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez Ano
Temperatura máxima recorde (°C) 39,6 39,6 38,7 36,2 36,5 36,3 38 38,3 39,8 40,6 40 39,7 40,6
Temperatura mínima recorde (°C) 21,1 21,1 21,6 20,9 19,3 18,8 17,2 18,2 19,4 21,3 21,8 20,6 17,2
Precipitação (mm) 79,5 124,5 210,1 174 76,5 30,6 14,4 3,9 1,5 4,7 4,8 27,8 752,3
Fonte: EMPARN (médias de precipitação: 1962-2020;[9] recordes de temperatura: 28/07/2020-presente)[8]

Infraestrutura

Educação

O município conta com 8 unidades escolares, com 1469 alunos matriculados, segundo o censo escolar 2010. O ensino médio é oferecido apenas pela Escola Estadual Senador José Bernardo, com um total de 290 alunos matriculados nessa modalidade de ensino.[10] A cidade se destacou por possuir o melhor índice IDEB em 2010 dentre os municípios do Rio Grande do Norte no primeiro ciclo do Ensino Fundamental.[11]

Saúde

São João do Sabugi conta com 8 estabelecimentos de saúde, sua maioria realiza procedimentos da atenção básica e de baixa complexidade, em postos de saúde, unidades básicas e mista; casos que exigem procedimentos de maior complexidade são referenciados a municípios de maior porte.[12] O município conta com a Maternidade Dr. José Medeiros Rocha (atualmente inoperante), que conta 18 leitos, em Clínica Geral, Obstetrícia e Pediatria.[13]

Economia: Do algodão a scheelita - o salto ecônomico da década de 1940

São João do Sabugi foi um dos municípios pioneiros na extração da scheelita no Brasil e, tão logo, chegou a produzir 300 mil kg desse mineral na década de 1940. O início, do que seria a mudança de cenário econômico no município, teve Mariêta Úrsula, como uma das responsáveis pela proeza de encontrar a primeira scheelita no Sítio Lagoa do Alto. João Ursulino de Maria (João Úrsula), proprietário do local, assim que compreendeu a possibilidade de existir scheelita em abundância em suas terras, recorreu a seu amigo e vizinho de propriedade, Dr. José de Medeiros Rocha. O entusiasmo foi tanto que os dois fundaram uma sociedade e deram entrada no requerimento de uma área encravada para pesquisa desse minério. O processo de extração do minério se expandiu cada vez mais e chegou a contar com a mão de obra de mais de 200 operários. Foi assim que a mineradora dinamizou o setor comercial de São João do Sabugi, de forma a resultar em uma virada econômica, que transformou, na época, a atividade de mineração na principal fonte de renda do município. Próximo onde era a jazida, foi construída uma vila operária, onde era uma espécie de alojamento para os trabalhadores, que vinham de diferentes estados e municípios. Havia também pequenos hotéis para as refeições, como o de dona Maria de André, além de um escritório para administração e o almoxarifado. A preservação do local de trabalho era uma das exigências, assim, buscava-se mantêlo sempre limpo e em ordem, tal determinação tinha a finalidade de evitar que possíveis doenças se alastrasse e contaminasse os trabalhadores. Desse modo, sob pena de rescisão de contrato de trabalho, ficava proibido defecação e poluição no lugar. Pelos arredores da Mina Quixeré já era comum a grande circulação de pessoas. Além dos próprios operários, uma das testemunhas da dinâmica da mina foi Aderaldo Calixto de Assis, filho de João Ursulino de Maria, que ressalta a presença de estrangeiros no lugar, “Engenheiros da França e norte-americanos visitaram a mina, sendo que Oscar Piquet, avô de Nelson Piquet – famoso no automobilismo –, chegou a construir

Scheelita

uma residência no sítio, chamada de bangalô”. Contudo, muitas dessas construções, como a de Oscar, hoje se encontram deterioradas pela ação do tempo. Havia a presença de uma escola e de um barracão com venda de alimentos e, ainda, era comum o acontecimento de festividades, como carnaval, casamentos e forrós. Logo, essas terras abrigam muitos vestígios e lembranças de uma época muito lembrada pelos sabugienses. A Capela de São Sebastião, bem como, os túneis, ruínas, materiais utilizados na atividade de mineração, passaram a ser atrativos para os visitantes, que têm a oportunidade de conhecer um pouco da história do município de São João do Sabugi.

Cultura

Dentre as manifestações culturais religiosas, citam-se a Festa de São João Batista, padroeiro do município, que ocorre dos dias 15 a 24 de junho, e a Festa do Sagrado Coração de Jesus no mês de outubro. Ainda existem a Festa do Agricultor e o Encontro de Poetas, é realizada no mês de junho, e a Festa do Folclore, no mês de agosto. As manifestações culturais musicais são das mais importantes, sendo referenciadas no brasão do município. Dentre elas destaca-se a Filarmônica Honório Maciel, fundada em 1926. Quanto a pontos turísticos, o município apresenta a Capela de São Sebastião e o Cruzeiro da Nossa Senhora dos Impossíveis.[14] Além de ser ponto de visitação as pinturas rupestres, localizadas nos sítios arqueológicos da Gruta do Letreiro, Pedra Lavrada, Vaca Brava, e no Sítio Cachos.

Notas

Referências

  1. «SÃO JOÃO DO SABUGI» (PDF). IDEMA/RN. Consultado em 15 de janeiro de 2012. Arquivado do original (PDF) em 12 de janeiro de 2012 
  2. IBGE (11 dez. 2020). «Área territorial oficial». Resolução da Presidência do IBGE de n° 5 (R.PR-5/02). Consultado em 4 jan. 2021 
  3. «Estimativa Populacional 2022». estimativa Populacional 2022. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). 28 de junho de 2023. Consultado em 28 de junho de 2023 
  4. «Ranking decrescente do IDH-M dos municípios do Brasil». Atlas do Desenvolvimento Humano. Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD). 2010. Consultado em 31 de agosto de 2013 
  5. a b «Produto Interno Bruto dos Municípios 2018». Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Consultado em 4 jan. 2021 
  6. IBGE (2007). «São João do Sabugi Histórico» (PDF). Consultado em 1 de março de 2012 
  7. IBGE, Coordenação de Recursos Naturais e Estudos Ambientais (2009). Manual Técnico de Geomorfologia (PDF) 2ª ed. Rio de Janeiro: IBGE. 182 páginas [ligação inativa]
  8. a b EMPARN. «Relatório de variáveis meteorológicas». Consultado em 22 de novembro de 2023 
  9. EMPARN. «Relatório pluviométrico». Consultado em 22 de novembro de 2023 
  10. SEEC / ATP Dados do Censo Escolar 2010 (2010). «Consulta Matrícula por Escola - 10ª DIRED - SAO JOAO DO SABUGI». 2010. Consultado em 1 de março de 2012. Arquivado do original em 20 de março de 2012 
  11. Tribuna do Norte. «NE tem 84 escolas de boa qualidade». 06 de julho de 2010. Consultado em 1 de março de 2012 
  12. DATASUS. «Estabelecimento de Saúde do Município: SÃO JOÃO DO SABUGI». 2012. Consultado em 1 de março de 2012 [ligação inativa]
  13. DATASUS. «Consulta Leitos São João do Sabugi». 2012. Consultado em 1 de março de 2012 [ligação inativa]
  14. ICMBIO. «Plano de Manejo ESEC do Seridó» (PDF). Consultado em 1 de março de 2012 
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