Stuxnet é um worm de computador projetado especificamente para atacar o sistema operacionalSCADA desenvolvido pela Siemens e usado para controlar as centrífugas de enriquecimento de urânioiranianas.[1] Foi descoberto em junho de 2010 pela empresa bielorrussa desenvolvedora de antivírus VirusBlokAda. É o primeiro worm descoberto que espiona e reprograma sistemas industriais.[2] Ele foi especificamente escrito para atacar o sistema de controle industrial SCADA, usado para controlar e monitorar processos industriais.[3] O Stuxnet é capaz de reprogramar CLPs e esconder as mudanças.[4] O vírus pode estar camuflado em mais de 100 mil computadores, porém, para sistemas operacionais domésticos como o Windows e Mac OS X, o worm é inofensivo, só funciona efetivamente nas centrífugas de enriquecimento de urânio iranianas, já que cada usina possui sua própria configuração do sistema SCADA.
Origem do Stuxnet
A origem do worm Stuxnet é oficialmente desconhecida. Sabe-se que provavelmente tenha sido desenvolvido a mando de um país (Estados Unidos ou Israel), teoria defendida por Mikka Hypponen, não sendo possível o seu desenvolvimento por usuários domésticos e necessitando-se de informações detalhadas e de difícil acesso sobre o funcionamento da usina.[1][5]
Ataque
O Stuxnet foi o primeiro worm de computador a incluir um rootkit de CLP.[6] Também é o primeiro worm conhecido a ter como alvo infraestrutura industrial crítica.[7] Ainda, o alvo provável do worm foi a infraestrutura do Irã que utiliza o sistema de controle da Siemens.[8][9] De acordo com jornais, a infestação do worm pode ter danificado as instalações nucleares iranianas de Natanz[10] e acabou atrasando o início da produção da usina de Bushehr. A Siemens, inicialmente, declarou que o worm não causou nenhum dano.[11] Além do Irã, também foram afetados pelo worm Indonésia, Estados Unidos, Austrália, Inglaterra, Malásia, e Paquistão.[12] Como a usina não tem computadores conectados à Internet, a infecção deve ter ocorrido quando um dispositivo com o vírus foi conectado aos computadores da usina.
No complexo de Dimona, no deserto de Negev, em Israel, funcionavam centrífugas nucleares virtualmente idênticas às localizadas em Natanz, o que permitiu testar o Stuxnet em condições muito próximas das reais, antes de desfechar o ataque real. O worm tinha duas funções. A primeira delas era fazer com que as centrífugas iranianas começassem a girar 40% mais rapidamente por quinze minutos, o que causava rachaduras nas centrífugas de alumínio. A segunda forma inicialmente gravava dados telemétricos de uma típica operação normal das centrífugas nucleares, sem que o alarme soasse, para depois reproduzir esse registro para os operadores dos equipamentos enquanto as máquinas, na verdade, as centrífugas estavam literalmente se destruindo sob a ação do Stuxnet sem que os funcionários soubessem.[13]
Kevin Hogan, diretor sênior do setor de resposta a ataques da Symantec observou que 60% dos computadores infectados no mundo estavam no Irã, mais de 60.000,[16][17] isso pode ser explicado pelo fato da usina não ser conectada à Internet, o ataque foi direcionado para que um funcionário da usina fosse infectado. Stuxnet, descoberto por Sergey Ulasen, inicialmente se espalhava através da Microsoft Windows, e era direcionado a sistemas de controle industrial da Siemens. A Kaspersky Lab concluiu que o worm fora desenvolvido pelo governo de um país.[18][19] O governo iraniano declarou em novembro de 2010 que algumas centrífugas haviam sido danificadas e que o vírus infectou apenas computadores pessoais da usina. Esse ataque, juntamente com outros ataques do mesmo gênero, pode ser considerado o início de uma ciberguerra, que poderia tornar-se uma preocupação para governos de todo o mundo.
Ver também
O Commons possui uma categoria com imagens e outros ficheiros sobre Stuxnet