Teatro Colombo
O Teatro Colombo foi uma sala de espetáculos brasileira situada no Largo da Concórdia, bairro do Brás, na cidade de São Paulo. Era considerado o teatro de melhor acústica da cidade e tinha capacidade para 1968 lugares.[1][2] Neste teatro o compositor italiano Pietro Mascagni regeu pessoalmente sua sua ópera Amica.[3] HistóriaO teatro foi inaugurado em 20 de fevereiro de 1908 após a reforma do prédio do antigo Mercado do Brás, no Largo da Concórdia, com apoio do coronel França Pinto. Na inauguração foi apresentada a peça Maria Antonieta, rainha da França, de Giacometti, pela Companhia Dramática Italiana dirigida pelo ator Antonio Bolognesi.[3][4] O teatro tinha capacidade para 1968 lugares, contando com 39 camarotes e 24 frisas. Tinha ainda as cadeiras de plateia e três arquibancadas, comportando 260 lugares em pé. Era considerado o teatro de melhor acústica da cidade.[1][2] A criação do Colombo foi uma resposta das classes menos favorecidas à elitização dos teatros paulistanos e de seus preços exorbitantes cobrados pelas bilheterias. Era conhecido como o local de reunião das famílias dos bairros industriais e populosos, por praticar preços ao alcance das classes operárias.[2] Em 3 de agosto de 1911 o compositor Pietro Mascagni regeu pessoalmente sua ópera Amica, ocasião tão especial que o edifício recebeu uma placa comemorativa em seu saguão.[1][3] A apresentação na época foi anunciada como "A mais completa expedição lírica de todos os tempos", contando com uma produção de 183 pessoas vindas da Itália, incluindo os músicos da orquestra.[5] Do teatro brasileiro, o Colombo recebeu artistas como Itália Fausta, Leopoldo Fróes, Procópio Ferreira e Nino Nello.[5] Recebeu também artistas internacionais e numerosas companhias estrangeiras, especialmente italianas, em apresentações de óperas, balé, concertos e peças de teatro. Com o tempo, passou a exibir filmes e a hospedar bailes de carnaval que se tornaram famosos na cidade.[3] O local também foi palco de grandes manifestações de trabalhadores e grupos de tendência anarquista.[2] Em 1911, arrendado pela Companhia Cinematográfica Brasileira de propriedade de Francisco Serrador, o teatro tornou-se uma sala de exibição de filmes e entrou em decadência nos anos seguintes. A prefeitura do município conseguiu reavê-lo para reinaugurá-lo em 1952, mas o Colombo não conseguiu se impor no cenário cultural paulistano como antes. Posteriormente a prefeitura fez planos de sua demolição para a construção da Radial Leste.[5] Em julho de 1957 o edifício foi interditado por não apresentar condições de segurança devido a problemas em seu telhado.[6] Em 19 de julho de 1966 seu edifício ardeu em chamas e foi completamente destruído. As causas do incêndio são suspeitas. Foi publicado no jornal O Estado de S. Paulo que o teatro vinha sendo ameaçado de destruição por telefonemas anônimos. O primeiro incêndio se iniciou num colchão colocado no teatro vazio no domingo, 17 de julho. Na ocasião o fogo foi controlado, mas na quarta-feira irrompeu novamente e destruiu o edifício em apenas trinta minutos.[5] Do outro lado da mesma praça ficava a antiga "Estação do Norte", da Estrada de Ferro Central do Brasil, mais tarde denominada "Estação Roosevelt". Hoje chama-se Estação Brás da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM), integrada com o Metrô de São Paulo. Ver também
Referências
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