Tia Marota
Maria dos Reis Campos (Salvador, Bahia, 6 de janeiro de 1900 - Rio de Janeiro, 20 de agosto de 1978), mais conhecida como Tia Marota de Ogum, foi iaefum da Casa Branca do Engenho Velho e importante liderança na luta pela regulamentação da profissão das baianas do tabuleiro na então capital federal, Rio de Janeiro. Tia Marota é considerada uma grande referência no mundo do Candomblé, sendo uma das responsáveis pela transferência de conhecimento sobre a religião entre Bahia e Rio de Janeiro, sendo citada em publicações acadêmicas sobre o tema. Tia Marota nasceu em 1900 no bairro de Brotas, Salvador e foi iniciada na religião do Candomblé no terreiro da Casa Branca do Engenho Velho, o mais antigo templo de Candomblé do qual de tem registro no Brasil. Transferiu-se para o Rio de Janeiro aos 20 anos de idade, em 1920, indo residir na Rua do Livramento, em frente ao antigo clube Recreio das Flores. Ainda jovem, Tia Marota começou a vender doces em tabuleiros, usando trajes típicos de baiana, nas imediações do Largo de São Francisco, no centro do Rio de Janeiro. A atividade de vendedor ambulante era então considerada ilegal e fortemente reprimida pela polícia. Em 1945 travou ferrenha batalha na concessão de licenças para o desempenho dessa profissão e reunindo um grande grupo de companheiras procurou o então presidente da Republica Getúlio Vargas, que depois de recebe-la no Palácio do Catete fez com que se editasse um decreto-lei, oferecendo as Baianas do tabuleiro do Rio de Janeiro todas as facilidades de trabalho. Na década de 60 teve de retornar ao Palácio para novamente exigir a garantia da lei para que as baianas pudessem trabalhar livremente. Foi recebida pelo então presidente Juscelino Kubitschek e mais uma vez o apelo de Tia Marota em favor de suas companheiras foi atendido. Rafael Soares de Oliveira relata em sua tese de doutorado:
Doutor Ordep José Trindade Serra cita Tia Marota em seu artigo publicado pela revista Afro-Ásia:
ReferênciasOliveira, R., (2005) Feitiço de Oxum: Um estudo sobre o Ilê Axé Iyá Nassô Oká e suas relações em rede com outros terreiros, Tese de Doutorado, Universidade Federal da Bahia. Serra, O., (2005) Monumentos Negros: Uma experiência, Afro-Ásia - Universidade Federal da Bahia, No. 33., p. 185 Ligações externasInformation related to Tia Marota |