Umbilicus rupestris
Umbilicus rupestris,[1] conhecida vulgarmente como umbigo-de-vénus[2], é uma planta com flor, carnuda, perene, da família das Crassuláceas e pertencente ao tipo fisionómico dos hemicriptófitos. Nomes comunsDá ainda pelos seguintes nomes comuns: bacelos, bifes, cachilro[3] (também grafado cochilro), chapéus-de-parede, cauxilho,[4] chapéu-dos-telhados,[5] conchelo,[6] copilas, couxilgos, orelha-de-monge[7] e sombreirinho-dos-telhados.[1][8] Regionalmente, na Madeira, dá ainda pelo nome de inhame-de-lagartixa e pimpilros.[9][10] DescriçãoOs umbigos-de-vénus podem atingir os 30 cm de altura.[11] Contam com racemos de flores campaniformes, de cor pálida rosa-esverdeada, que começam a aparecer em Maio, sendo que os frutos, de cor verde, amadurecem ao longo do Verão. Tanto o nome vernáculo, "umbigo-de-vénus" como o nome científico do género "Umbilicus" se ficam a dever à forma arredondada das folhas, com uma depressão semelhante a um umbigo no centro. A planta encontra-se por toda a Europa meridional e ocidental, particularmente na região mediterrânica, sendo frequente em muros e paredes onde haja sombra ou em fendas húmidas de superfícies rochosas onde poucas mais plantas se conseguem desenvolver. Daí o termo "chapéu-de-parede" onde se denota o seu habitat preferencialmente rupícola e ruderal[1] onde as suas folhas se desenvolvem em forma de roseta. A planta é por vezes usada para acalmar dores em feridas, aplicando a folha sobre a pele depois de remover a cutícula inferior da planta. Presentemente, não é considerada uma planta ameaçada.[12] DistribuiçãoTrata-se de uma espécie presente no Sul e Oeste do continente europeu, bem como na orla mediterrânea e na Macaronésia.[13] PortugalTrata-se de uma espécie presente no território português, nomeadamente em Portugal Continental, no Arquipélago dos Açores e no Arquipélago da Madeira.[13] Mais concretamente, no que toca a Portugal Continental,[1] encontra-se em todas as zonas do território nacional, ao passo que no Arquipélago da Madeira se encontra na ilha da Madeira e na Deserta Grande.[10] Em termos de naturalidade é nativa de todas as regiões atrás referidas.[13] EcologiaTrata-se de uma espécie rupícola, pelo que privilegia brechas de fragas, troncos caídos e cascas de árvores, bem como espaços denotativos da presença humana, como muros, telhados e orlas de caminhos.[13] EtimologiaDo que toca ao nome científico:
Uso medicinal
Devido ao nome vulgar em inglês ("pennywort"), há quem confunda esta planta com outra, com o mesmo nome vulgar, designada cientificamente como Centella asiatica e que é muito usada na medicina asiática. A planta que é objecto deste artigo, contudo, é utilizada em medicina homeopática. Os homeopatas preferem referir-se a ela como Cotyledon umbilicus, já que era este o seu nome científico quando a homeopatia foi desenvolvida. Nicholas Culpepper refere-se a uma planta designada como "kidneywort" ( possível nome desta planta em inglês) no seu livro "The English Physician", de 1653, ainda que, provavelmente se estivesse a referir à espécie Anemone hepatica, sem qualquer relação com esta. Culpepper utilizou a astrologia, mais que a ciência, para classificar as plantas que estudava, pelo que não pode ser considerado como fonte fiável. A certa altura reclama: "o sumo ou água dela destilada, ao ser bebida, tem efeitos notáveis no tratamento de todas as inflamações e febres não naturais, de modo a acalmar estômagos e fígados inflamados, bem como os intestinos: a planta, sumo ou a água dela destilada, poderá, por conseguinte, e se aplicada exteriormente, curar borbulhas, fogo-de-santo-antónio, entre outras inflamações externas. O referido suco ou água ajuda a curar rins doridos, lacerados, que sofram de pedra ou ulcerados no interior; provoca a produção de urina, útil para inchaços, e quebra a pedra. Usada em banhos ou como unguento, pode acalmar achaques de hemorróidas. Não é menos eficaz no tratamento das dores da gota, da ciática, bem como nos nós de garganta ou escrófulas. No tratamento de frieiras, mesmo que ulceradas, lavando-as com o sumo ou cobrindo-as com o unguento a partir dele feito, colocando também uma parte da película inferior da folha sobre elas: é também usado em feridas recentes para estancar o sangue e cicatrizá-las rapidamente." Referências
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