O Volt Europa (frequentemente abreviado para Volt) é um movimento político federalista e pró-europeu que também serve como estrutura pan-europeia para as suas secções nacionais em vários estados-membros da União Europeia. Os candidatos do Volt participaram nas eleições para o Parlamento Europeu de maio de 2019 em oito Estados-membros, tendo por base um programa pan-europeu comum.
Foi fundado em 2017 por Andrea Venzon, apoiado por Colombe Cahen-Salvador e Damian Boeselager. A organização segue uma "abordagem pan-europeia" em muitas áreas políticas, como as alterações climáticas, a migração, as desigualdades económicas, os conflitos internacionais, o terrorismo e o impacto da revolução tecnológica no mercado de trabalho[7] Nas eleições europeias de 2019, o partido conquistou um assento no Parlamento Europeu ao obter 0,7% dos votos na Alemanha, elegendo Damian Boeselager como o primeiro eurodeputado do Volt.[8]
História
O Volt Europa foi fundado a 29 de março de 2017 por Andrea Venzon, juntamente com Colombe Cahen-Salvador e Damian Boeselager, no mesmo dia em que o Reino Unido anunciou formalmente a sua intenção de abandonar a União Europeia ao abrigo do artigo 50. Segundo o trio, a fundação do Volt foi uma reação ao crescente populismo no mundo, bem como ao Brexit.[9][10] Em março de 2018, a primeira secção nacional foi fundada em Hamburgo, na Alemanha. Desde então, o Volt criou equipas nacionais em todos os Estados-Membros da UE e está registado legalmente como partido em vários desses países. A secção com mais membros é o Volt Nederland, nos Países Baixos, o país de origem de Reinier van Lanschot e Laurens Dassen.[11]
O Volt Europa foi constituído como uma associação sem fins lucrativos no Luxemburgo sob o nome de Volt Europa,[12] abandonando o nome original de Vox Europe para evitar confundir-se com um partido espanhol de extrema-direita com o mesmo nome.[13] Hoje, o movimento tem mais de 40.000 membros em mais de 30 países europeus.[14] Cerca de 70% dos atuais membros nunca estiveram envolvidos em partidos políticos antes de aderirem ao Volt.[15]
De 27 a 28 de outubro de 2018, o Volt Europa organizou a sua Assembleia Geral em Amesterdão, aprovando a Declaração de Amesterdão, que serviu de programa político comum para as eleições ao Parlamento Europeu.[16]
A 9 de junho de 2019, na sequência de uma votação pan-europeia entre os membros do partido, o Volt decidiu juntar-se ao grupo dos Verdes/Aliança Livre Europeia no Parlamento Europeu.[18] De futuro, o Volt espera poder formar o seu próprio grupo político no Parlamento Europeu, o que exigirá um mínimo de 25 deputados de pelo menos sete estados-membros diferentes.
Ideologia e políticas
Do ponto de vista económico, o Volt Europa apoia a digitalização, o investimento na economia verde e azul, a luta contra a pobreza e desigualdades (incluindo a implementação de um salário mínimo europeu), um sistema fiscal europeu mais unificado e a criação de mais parcerias público-privadas para relançar o crescimento económico e reduzir o desemprego. Apoia também investimentos sólidos em políticas sociais, nomeadamente nos domínios da educação e da saúde.[19]
Do ponto de vista social, o Volt defende o combate ao sexismo e ao racismo, bem como a luta pelos direitos LGBTIQ+. Institucionalmente, apoia grandes reformas para a União Europeia: defende uma abordagem conjunta aos fenómenos migratórios, a criação de um exército europeu e a emissão de Eurobonds.[20][21][19]
Nos meios de comunicação social, o Volt é descrito como tendo por objetivo a promoção da democracia a nível da UE. Sublinha a importância de uma voz europeia unida que seja ouvida no mundo.[22] Além disso, apoia a ideia de uma Europa federal, com um Parlamento Europeu fortalecido, na qual os cidadãos sejam eles próprios o centro da democracia europeia.[23][13]
O Volt distingue-se de outros movimentos pró-europeus, como o Pulse of Europe ou os Federalistas Europeus, uma vez que pretende participar em eleições europeias, nacionais e locais através das suas secções nacionais nos vários estados-membros da UE. O seu primeiro grande objetivo foram as eleições para o Parlamento Europeu em maio de 2019,[24] onde conseguiram eleger o seu primeiro eurodeputado pela Alemanha.
O europeísmo federal do Volt Europa tem sido comparado ao movimento La Republique en Marche de Emmanuel Macron[25] e também a outros partidos pró-europeus recentes, como o NEOS da Áustria.
O Volt tinha a intenção de participar nas eleições para o Parlamento Europeu noutros estados-membros, mas não conseguiu cumprir os requisitos locais a tempo.[48] O Volt pretendia concorrer em:
França (não conseguiu angariar 800.000 euros de financiamento para cumprir a obrigação legal de imprimir os seus próprios boletins de voto);[49])
O partido usa crowdfunding e doações diretas para se financiar. O partido afirma que publicará todas as doações que excedam 3.000 Euros por doação ou doador por ano no prazo de 15 dias a partir do seu registo no site do partido. Como os dois maiores doadores, o site do partido indica a Initiative for Europe, com um total de 19.191 Euros, e o empresário Christian Oldendorff, fundador e CEO da ParkU,[57] com uma doação de 25.000 Euros (à data de 27 de maio de 2019).