Os ataques a civis durante a invasão da Ucrânia pelaRússia em 2022 foram ataques efetuados contra localidades com grande concentração de civis e sem uma justificativa válida para o risco do ataque. No geral, instituições dos direitos humanos como a Human Rights Watch e a Anistia Internacional categorizam estes ataques como crimes de guerra. No geral os ataques são efetuados de maneira aérea, e muitas vezes com arma de baixa precisão, como bombas de fragmentação que são proibidas pelas convenções de Genebra.[3][4][5][6]
Ataques
Visão geral
Dês do inicio da invasão, foram registrados cerca de 16 ataques do gênero, que acabaram por vitimar aproximadamente 957 civis e ferir outros 553. O primeiro ataque deste tipo foi registrado no dia 3 de março de 2022 na cidade de Chernigov, o bombardeio em questão acabou por ceifar 47 civis e ferindo outros 18.[7] Até o momento o ataque mais grave foi um massacre que ocorreu em Bucha que acabou por matar mais de 400 civis, vários destes com sinais de tortura e amarrados, além de outros vários enterrados em uma vala comum.[8]
As justificativas para os ataques variam, mas, no geral, baseiam-se em informações não confirmadas de que o alvo seria uma "zona militar disfarçada de zona civil". Em alguns casos, a presença de uns poucos militares, que estavam auxiliando na retirada de civis, foi citada como motivo, o que, entretanto, não retira o caráter criminoso do ataque - realizado sem as precauções necessárias à preservação da vida desses civis.[6][4]
O ataque foi justificado pela "presença das forças armadas ucranianas na Maternidade Mariupol No 1" porém o ataque foi realizado na maternidade errônea
Inicialmente a Rússia reinvidicou o ataque contra supostos "militares presentes na estação", após a noticia de vítimas civis, os russos acusaram a Ucrânia pela realização do ataque.
Um dos prédios atingido era de propriedade da Moldávia
Total
~1004
~659
68
Reações internacionais
Anistia Internacional
A Anistia Internacional vem acompanhando a guerra e relatando sobre os ataques individualmente, em uma nota a Anistia informou que:[4][3]
“
Horas depois da invasão, as equipes da Anistia Internacional conseguiram verificar fotografias, vídeos e relatos de ataques indiscriminados a civis por todo o país. Documentamos ataques a hospitais e escolas, o uso indiscriminado de armas como mísseis balísticos e ainda o uso de armas proibidas, como bombas de fragmentação. Todas estas ações, que já custaram muitas vidas, equivalem a potenciais crimes de guerra cometidos pelas tropas russas.
Ao fazer uso da força contra outro Estado, sem qualquer justificação legal, a Rússia violou, de forma flagrante, a Carta das Nações Unidas. O governo russo tem abusado de sua posição de membro permanente do Conselho de Segurança das Nações Unidas, como forma de proteger-se contra qualquer tentativa de responsabilização. A Federação Russa deve parar imediatamente com este ato de agressão contra a Ucrânia e atuar para proteger todos os civis, respeitando o Direito Internacional.
”
Human Rights Watch
A Human Rights Watch também vem acompanhando todos os ataques a civis e tentando reconhecer suas justificativas, mesmo diversas vezes sendo observado a falta de justificativas válias para os ataques.[6][5]
“
A Human Rights Watch identificou que a Rússia usou munições cluster e armas explosivas com impacto em vasta área em zonas densamente povoadas em Kharkiv, em ataques aparentemente indiscriminados e desproporcionais. O bombardeio indiscriminado em áreas densamente povoadas viola o direito internacional humanitário e pode constituir um crime de guerra.
“Em Kharkiv, as forças militares russas demostraram um total desrespeito pelas vidas civis por meio de repetidos ataques aparentemente indiscriminados em áreas povoadas”, disse Hugh Williamson, diretor para Europa e Ásia Central da Human Rights Watch. “Os militares russos talvez acreditem que podem desrespeitar as leis da guerra em seus ataques a Kharkiv, mas o Tribunal Penal Internacional tem jurisdição sobre crimes de guerra cometidos em Kharkiv e haverá responsabilização dos envolvidos”.
”
União Europeia
A União Europeia observa a situação na ucrânia de maneira mais crítica, principalmente por suas relações com a Ucrânia e com a Rússia.[25]
“
A UE e os seus parceiros internacionais estão unidos na condenação da agressão de Putin à Ucrânia. Asseguraremos apoio às pessoas que procuram abrigo e ajudaremos as pessoas que necessitam de segurança. A UE continuará a prestar uma robusta assistência política, financeira e humanitária à Ucrânia e a impor sanções severas contra a Rússia e os cúmplices da guerra.
A situação de segurança na Ucrânia deteriorou-se rapidamente após o lançamento de uma ofensiva militar da Federação Russa em 24 de fevereiro de 2022. A violência armada aumentou em pelo menos oito oblasts (regiões), incluindo o oblast de Kyivska e a capital de Kiev, bem como no leste oblasts Donetsk e Luhansk que já foram afetados pelo conflito.
A escalada do conflito desencadeou um aumento imediato e acentuado das necessidades humanitárias, à medida que suprimentos e serviços essenciais são interrompidos e os civis fogem dos combates.
”
O secretário-geral da Assembleia Geral sobre a Ucrânia, Antonio Guterres realizou uma nota à imprensa em 2 de março de 2022, esta nota diz:[27]
“
A mensagem da Assembleia Geral é alta e clara:
Acabe com as hostilidades na Ucrânia – agora.
Silencie as armas – agora.
Abra a porta para o diálogo e a diplomacia – agora.
A integridade territorial e a soberania da Ucrânia devem ser respeitadas em conformidade com a Carta das Nações Unidas. Não temos um momento a perder. Os efeitos brutais do conflito são visíveis. Mas, por pior que seja a situação para as pessoas na Ucrânia agora, ela ameaça ficar muito, muito pior. O tique-taque do relógio é uma bomba-relógio.
Também estou profundamente preocupado com suas possíveis consequências para a paz e segurança regional e global e um mundo que luta para se recuperar do COVID.
”
Organização do Tratado do Atlântico Norte
A Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN), um dos fatores que levaram a invasão do território Ucrâniano, se pronunciou através de seu secretário-geral Jens Stoltenberg em uma entrevista coletiva:[28]
“
Todos nós vimos as imagens horríveis de civis assassinados em Bucha e outros lugares controlados pelos militares russos até poucos dias atrás. É uma brutalidade insuportável que a Europa não testemunha há muitas décadas...
Atingir e assassinar civis é um crime de guerra... essas atrocidades devem ser levadas à justiça.
”
Galeria de imagens
Ataques a localidades civis
Escola arde em chamas em Bilohorivka após ataque russo
Edifício destruído após ataque em Borodianka
Civis mortos em Kramatorsk após bombardeio da estação ferroviária da cidade
Serviços de emergência prestam primeiros socorros em Kramatorsk
Civis mortos com mãos amarradas após massacre em Bucha
Civis são encontrados com sinais de execução em um porão da cidade de Bucha
Equipes de resgate chegam à prédio admnistrativo atingido na cidade de Mykolaiv
Bombeiros tentam conter incêndio de grandes proporções em shopping em Kiev após bombardeio russo
Civis são cobertos por cobertores em Chernigov após massacre
Civil é coberto por cobertor após morrer em bombardeio na cidade de Donetsk
Civil é resgatado após bombardeio em Donetsk
Míssel russo que falhou em ataque a Mykolaiv fica preso ao chão em uma zona civil
Maternidade após bombardeio em Mariupol
Bomba russa que falhou é retirada de prédio civil em Chernigov