Bacu Nota: Para outros significados, veja Bacu (desambiguação).
Bacu[4][5][6][7][8] ou Baku (em azeri: Bakı, pronunciado: [bɑˈcɯ]; em persa: بادکوبه, Bâd-kube[9][10]) é a capital do Azerbaijão, sendo a sua maior cidade, e seu maior porto. Localizada às margens do Mar Cáspio, na margem sul da península de Absheron, Bacu consiste em duas partes principais: a cidade baixa e a cidade velha, abrangendo 21,5 mil hectares. A 1 de janeiro de 2011 a população era de 2 045 815 habitantes,[2] dos quais 153 400 eram deslocados internos (DIs) e 93 400 refugiados.[11] e à Sister Cities International.[12] A cidade também concorreu aos Jogos olímpicos de 2016, mas foi eliminada em 4 de junho de 2008.[13] Em 2007 os Ministros da Cultura dos estados membros da Organização da Conferência Islâmica declararam Bacu como Capital da Cultura Islâmica de 2009.[14] Bacu divide-se em onze distritos administrativos, ou raions: Azizbayov, Binagadi, Garadagh, Narimanov, Nasimi, Nizami, Sabail, Sabunchu, Khatai, Surakhany e Yasamal e 48 municipalidades. Entre estas incluem-se as municipalidades localizadas nas ilhas da Baía de Bacu (arquipélago de Bacu) e a cidade de Oil Rocks, construída sobre estacas no Mar Cáspio, distando 60 km de Bacu. EtimologiaPensa-se que o nome Bacu derive do nome da cidade em persa arcaico Bād-kube باد کوبہ, que significa "cidade fustigada pelo vento", no qual bād significa "vento" e kube radica no verbo kubidan, "fustigar", referindo-se assim a um lugar onde o vento é forte e fustigador. De facto, a cidade é conhecida pelas rigorosas tempestades de neve de Inverno e ventos severos.[15] Também se acredita que Bacu possa referir-se a Baghkuh, que significa "Montanha de Deus". Baga (hoje bagh) e kaufa (hoje kuh) são as palavras em persa arcaico para "deus" e "montanha" respectivamente; o nome Baghkuh pode ser comparado com Baghdād ("Dádiva de Deus") na qual dā é a palavra em persa arcaico para "dar". Fontes árabes referem-se à cidade como Bacu, Bakukh, Bakuya, e Bakuye, todas estas formas derivando aparentemente dum nome persa. Várias outras hipóteses diferentes foram ainda propostas para explicar a etimologia da palavra Bacu. De acordo com L.G.Lopatinski[16] e Ali Huseynzade[17] Bacu deriva da palavra turca para "monte". O especialista na história do Cáucaso K.P. Patkanov também explica o nome como "monte" mas na língua lak.[17] A Enciclopédia Islâmica turca apresenta a origem da palavra Bacu como sendo derivada das palavras Bey-Kyoy, que significam "cidade principal" em turco. HistóriaDurante a maior parte da sua história mais remota, Bacu foi parte de diferentes impérios persas. O primeiro registo escrito sobre Bacu remonta ao século VI.[18]
A cidade ganhou importância após um sismo ter destruído Shamakhy e, no século XII, o regente Xá de Xirvão Ahsitan I ter tornado Bacu a nova capital. Em 1501, o xá safávida Ismail I cercou Bacu. Nesta época a cidade estava, no entanto, rodeada por linhas de forte muralhas, que eram banhadas pelo mar de um dos lados, e protegidas por um largo fosso em terra. Em 1540, Bacu foi novamente capturada pelas tropas Safávidas. Em 1604, a fortaleza de Bacu foi destruída pelo xá Abas I. A 26 de junho de 1723, depois de um cerco final em que foram usados canhões, Bacu rendeu-se aos russos. De acordo com o decretado por Pedro, o Grande, os soldados de dois regimentos (2 382 pessoas) foram deixados na guarnição de Bacu sob o comando do Príncipe Baryatyanski, o comandante da cidade. Em 1795, Bacu foi invadida por Maomé Cã Cajar, como defesa contra a política iniciada pela Rússia czarista de submeter o Cáucaso meridional ao seu domínio. Na Primavera de 1796, por ordem de Catarina II, as tropas do General Zubov deram início a uma grande campanha na Transcaucásia. Bacu rendeu-se após o primeiro pedido de Zubov, o qual tinha enviado 6 000 militantes para capturar a cidade. A 13 de junho de 1796 a frota russa entrou na baía de Bacu, e uma guarnição de tropas russas foi colocada na cidade, sendo o General Pavel Tsitsianov designado comandante de Bacu. Posteriormente, no entanto, o Czar Paulo I ordenou-lhe que suspendesse a campanha e retirasse as forças russas. Em março de 1797 as tropas czaristas deixaram Bacu, mas um novo czar, Alexandre I, começou a demonstrar um interesse especial pela captura de Bacu. Em 1803, Tsitsianov chegou a um acordo com o cã de Bacu sobre um compromisso, mas esse acordo foi rapidamente anulado. A 8 de fevereiro de 1806, após a rendição de Bacu, o cã de Bacu Huseyngulu apunhalou e matou Tsitsianov às portas da cidade. Em 1813 a Rússia assinou o Tratado de Gulistão com a Pérsia, obtendo a cedência de Bacu e da maior parte do Cáucaso pelo Irão e a sua anexação pela Rússia. Boom petrolíferoBacu conheceu grande desenvolvimento a partir de meados do século XIX graças à indústria petrolífera. O primeiro poço de petróleo foi construído no subúrbio de Bibi-Heybat em 1846. No entanto, o desenvolvimento petrolífero em larga escala apenas ocorreu em 1872, quando as autoridades da Rússia imperial leiloaram as parcelas de terra rica em petróleo em volta de Bacu a investidores privados. Num curto período de tempo, investidores suíços, britânicos, franceses, belgas, alemães, suecos e americanos surgiram em Bacu, contando-se entre eles as firmas dos irmãos Nobel, junto com a família von Börtzell-Szuch[19] e a família Rothschild, e a cintura industrial petrolífera, mais conhecida como Cidade Negra, foi estabelecida perto de Bacu. No início do século XX quase metade das reservas petrolíferas mundiais haviam sido extraídas em Bacu.[20] Em 1917, depois da Revolução de Outubro, em meio ao tumulto da I Guerra Mundial e da dissolução do Império Russo, Bacu ficou sob controle da Comuna de Bacu, liderada por um veterano bolchevique, Stepan Shahumyan. Buscando tirar proveito dos conflitos inter-étnicos existentes durante a primavera 1918, os bolcheviques inspiraram e toleraram uma guerra civil em Bacu e seus arredores. Durante o famoso Dias de Março, com o apoio da milícia Dashnak armênia na cidade, e sob o pretexto de suprimir o partido Musavat, os bolcheviques atacaram e massacraram milhares de azeris e outros muçulmanos em Bacu.[21] Em 28 de maio de 1918, a parte correspondente ao Azerbaijão na Sejm Transcaucasiana proclamou a independência da República Democrática do Azerbaijão (ADR) em Ganja. Pouco depois, forças azeris, com o apoio do Exército Otomano do Islão liderado por Nuru Paxá, iniciaram seu avanço para Bacu, capturando a cidade da frouxa coalizão dos bolcheviques, Esers, Dashnaks, Mencheviques e forças britânicas sob o comando do general Lionel Dunsterville, em 15 de Setembro de 1918. Milhares de armênios foram massacrados na cidade em vingança ao ocorrido nos Dias de Março.[22] Bacu tornou-se a capital da ADR e, dois anos mais tarde - quando em 28 de abril de 1920 o 11° exército vermelho invadiu Bacu e reinstalou o poder bolchevique - a capital da República Socialista Soviética do Azerbaijão. A sua conquista foi o grande objetivo da campanha alemã no Cáucaso durante a Segunda Guerra Mundial. Até o desenvolvimento da exploração de hidrocarbonetos na Sibéria, Bacu foi o principal centro petrolífero da URSS. Após a independência do Azerbaijão a cidade sofreu o impacto indireto, mas negativo, da guerra do Alto Carabaque, vindo a recuperar-se lentamente. A recente inauguração do oleoduto Bacu-Ceyhan tem criado muitas esperanças de um renascimento, quer de Bacu, quer do Azerbaijão na sua totalidade. ClimaO clima de Bacu é temperado e semiárido (Classificação climática de Köppen-Geiger: BSk). Durante a era soviética, Bacu era um destino de férias onde os turistas podiam desfrutar das praias ou relaxar no complexo de spas (atualmente dilapidados) com vista para o Mar Cáspio. O clima é quente e úmido no verão, e frio e úmido no inverno. Durante o inverno ventos fortes sopram de vez em quando impulsionados por massas de ar polar (ventos fortes do norte Khazri e do sul Gilavar são típicos aqui); a neve é comum, e a temperatura na costa frequentemente cai abaixo de zero. A temperatura média anual de Bacu, 14,2 °C (57,6 °F), difere da média do planeta em menos de 0,1 °C (32,2 °F).[23] A parte sudoeste da Grande Bacu é a parte mais árida do Azerbaijão (a precipitação aqui é inferior a 200 mm (8 in) ao ano). Nos Arredores da cidade existe um grande número de vulcões de lama (Keyraki, Bogkh-bogkha, Lokbatan e outros) e lagos de sal (Boyukshor, Khodasan, etc.).
DemografiaAté 1988, em Bacu havia grande quantidade de armênios, russos e judeus, que contribuíram para a diversidade cultural, acrescentando de várias formas (música, literatura, arquitetura) a cidade. Sob o comunismo, os soviéticos assumiram a maioria das propriedades judaicas em Bacu e Kuba. Desde o colapso da União Soviética, o e presidente do Azerbaijão Heydar Aliev reformou várias sinagogas e um reabriu um colégio judaico nacionalizado pelos soviéticos. Ele incentivou a reurbanização destes edifícios e era bem-visto pelos judeus do Azerbaijão. A renovação já começou em sete das onze sinagogas originais, incluindo o sinagoga Gilah, construída em 1896, e a grande sinagoga Kruei.[25] A nova Constituição do Azerbaijão concede a liberdade religiosa e afirma que não existe uma religião estatal. No início do século XXI, a grande maioria da população Bacu era composta de azeris (mais de 90%). O intenso crescimento da população começou em meados do século XIX, quando Bacu era uma pequena cidade com a população de cerca de 7 mil pessoas no seu conjunto. A população aumentou novamente, passando de cerca de 13 000 nos anos 1860 para 112 000 em 1897 e 215 000 em 1913, tornando Bacu a maior cidade da região do Cáucaso.[26] Bacu tem sido uma cidade cosmopolita e em certos momentos de sua história os azeris, não constituíam a maioria da população.[27]
ReligiãoMais de 94% dos residentes de Bacu pratica diversas formas de Islão. Uma pequena minoria da população (cerca de 4%) são cristãos (maioria Igreja Ortodoxa Russa, Igreja Ortodoxa da Geórgia e Molokanos). Bacu também possui três comunidades judaicas, a saber, os Judeus asquenazes, os Judeus das Montanhas e os Judeus Georgianos. Infra-estruturaO abastecimento de Bacu é prestado por cinco linhas 110 kV. Em 8 de fevereiro de 2008 três delas (total de comprimento 23,6 km) foram totalmente reequipadas e modernizadas com a sua capacidade de carga a ser duplicada.[28] Três 110 kV e 35 kV doze subestações foram encomendadas recentemente.[28] O abastecimento de água é assegurado por várias linhas, a mais pura água vem de linhas Khachmaz e Shollar.[29] Bacu foi chamada a mais suja das cidades no mundo por revista Forbes citando "a capital sofre com risco de morte pelos níveis de poluição do ar emitida a partir de perfuração de petróleo e marítimo".[30] Transporte e comunicaçãoBacu é servido pelo Aeroporto Internacional Heydar Aliyev e o Metro de Bacu. Houve também uma vez bondes elétricos. Existem duas companhias de táxi oficial na cidade: O yellow Star cabs e os táxis brancos com sinal azul da Azerq Táxis. Os ônibus vã param em qualquer ponto ao longo do percurso sinalizando para baixo ou quando dizer para parar. Os serviços de transporte marítimo regular de Bacu operam em todo o Mar Cáspio para Turkmenbashi (anteriormente Krasnovodsk) no Turcomenistão e para Bandar Anzali e Bandar Nowshar no Irã. Bacu teve o seu primeiro link de internet permanente apenas em 1995, através da Academia de Ciências. A linha discada de acesso à Internet está disponível desde 1991. O serviço ADSL foi amplamente divulgado em 2007. EducaçãoComo centro da educação do Azerbaijão, Bacu possui muitas universidades e escolas profissionais. Após a independência do Azerbaijão, a queda do comunismo levou ao desenvolvimento de um número de instituições privadas. Bacu também abriga a Academia de Ciências do Azerbaijão fundada aqui em 1945. Universidades públicas
Universidades privadas
EntretenimentoBacu tem uma vida vibrante no teatro, ópera e ballet, tirando proveito do rico repertório dramático local e também do repertório internacional. A principal sala de cinema é o Azerbaijan Cinema. O "Teatro de Ópera e Ballet da Academia Estatal do Azerbaijão", projetado pelo arquiteto N. G. Bayev, é uma das mais ornamentadas salas de música da cidade. A Sala Filarmônica Estatal do Azerbaijão, com condições acústicas excelentes, frequentemente faz apresentações a céu aberto, em um agradável parque. O Museu de Arte do Tapete exibe tapetes de todos os períodos e estilos, do Azerbaijão e das províncias Azeris do Irã. Bacu também abriga o maior museu de artes do país - O Museu de Arte Estatal do Azerbaijão, um depositário de obras de arte domésticas e estrangeiras, ocidental e oriental - e o Nizami Museu de Literatura do Azerbaijão. O Palácio Heydar Aliyev, um dos principais locais para grandes apresentações (por exemplo, a de Coolio), foi reaberto recentemente após uma grande reforma. As discotecas e boates mais populares incluem: X-site', Le Chevalier no Hotel Europa, Zagulba Disco Club e Le Mirage. A maioria delas ficam abertos até as primeiras horas da manhã. A maioria dos pubs e bares estão localizados perto da "Praça da Fonte" e geralmente ficam abertas até as primeiras horas da manhã. Existem vários pubs no estilo inglês, escocês e irlandês, entre eles: The Clansman, "The Caledonia", "Corner Bar", "Shakespeares", "Finnigans", "Rig Bar", "O'Malley's" e o "Phoenix Bar". Há também um clube de jazz na cidade. O Festival Internacional de Jazz de Bacu é organizado anualmente. Entre as praias mais famosas estão Shikhovo, Amburan em Bilgah e Mil e Uma Noites. Cidades gêmeas - Cidades irmãsBacu é geminada com:
Pessoas famosas de BacuDevido aos intermitentes períodos de grande prosperidade e como a maior cidade da região do Cáucaso e uma das mais diversificadas etnicamente e culturalmente na União Soviética, Bacu se orgulha de ter produzido um número desproporcionado de figuras notáveis nas ciências, artes e outros campos. Algumas das casas em que residiam exibem placas comemorativas. Ciência
Música
Literatura e artes
Xadrez
Entretenimento
Negócios
Política
Forças armadas
Desporto
EsportesO maior estádio da cidade é o Estádio Olímpico de Bacu, com 68 700 lugares sentados cuja construção foi concluída em 2015. A final da UEFA Europa League 2019 foi disputada no estádio em 29 de maio de 2019, entre os times ingleses Chelsea FC e Arsenal FC.[35] Os três principais clubes de futebol da cidade são Neftchi Baku, Inter Baku e Qarabağ FK, dos quais primeiro têm oito títulos na Premier League, tornando Neftchi o clube de futebol mais bem-sucedido do Azerbaijão. Bacu também tem vários clubes de futebol nas ligas principais e regionais, incluindo AZAL e Ravan na Premier League. O segundo maior estádio da cidade, o Estádio Tofiq Bahramov, realiza uma série de competições nacionais e internacionais e foi o principal centro esportivo da cidade por um longo período até a construção do Estádio Olímpico de Bacu. Bacu recebe o Grande Prêmio do Azerbaijão de Fórmula 1 no Circuito de Rua de Bacu. A primeira corrida foi o Grande Prêmio da Europa de 2016, com a pista percorrendo a cidade velha. A pista mede 6,003 km (3,735 milhas) e está no calendário da Fórmula 1 desde sua estreia em 2016. Galeria
Ver tambémBibliografia
Referências
Ligações externas
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