Nepal
Nepal (em nepali: नेपाल ⓘ), oficialmente República Democrática Federal do Nepal, é um país asiático da região dos Himalaias. É limitado a norte pelo Tibete, região autónoma da China e a leste, sul e oeste pela Índia. É um país sem costa marítima. A sua capital é Catmandu. No país, se situa o Monte Everest, o ponto mais alto da terra, com 8 848 metros, na fronteira norte com a China (Tibete). As principais cidades desta nação são, além da capital, a cidade-lago de Pokhara e Lumbini, onde nasceu Sidarta Gautama, o Buda. Têm grande importância para o turismo, sendo reconhecidas pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura devido ao valor histórico e por lá se encontrar um grande acervo monumental. É um país pobre, situado na encosta da cordilheira dos Himalaias, no centro da Ásia. Tem uma das maiores densidades demográficas do continente, com 184 hab./km2. A população nepalesa é composta de 12 etnias, que convivem harmoniosamente. A agricultura emprega 90% da mão de obra, tornando o país grande fornecedor de arroz para a região. Em vez de construção de estradas, conter a erosão do solo há séculos tem sido a principal ocupação dos governantes, sendo que o sistema de terraços usados na irrigação do arroz é um desafio aos meios usados no ocidente para conter o mesmo tipo de erosão. Fundado no século XVIII, o início da era moderna do Reino do Nepal foi levantado pela dinastia Shah, depois de Prithvi Narayan Shah unificar muitos principados na região. O Nepal é um dos poucos países asiáticos que nunca foi colonizado.[4][5] Após a Guerra Anglo-nepalesa e o Tratado de Sugauli, em 1816, o Nepal tornou-se um aliado do Império Britânico. A democracia multipartidária evoluiu a partir de 1951 a 1960, quando o rei Mahendra promulgou o sistema Panchayat. Em 1990, o governo parlamentar foi restaurado pelo rei Birendra. O Nepal enfrentou uma década de protestos em massa contra o autoritário rei Gyanendra, que culminou na abolição da monarquia em 2008.[6] Sua segunda assembleia constituinte promulgou uma nova constituição em 2015. Hoje, os principais blocos políticos no Nepal são comunistas, social-democratas e nacionalistas hindus. O Nepal é uma democracia representativa com sete províncias federais. É um país em desenvolvimento, ocupando a 145.ª posição no Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) em 2014. O país está em transição da monarquia para uma república, sofrendo de altos níveis de fome e pobreza. O Nepal tem tratados de amizade com a Índia e Reino Unido,[7] sendo um membro fundador da Associação Sul-Asiática para a Cooperação Regional (SAARC) — a qual mantém seu secretariado permanente em Katmandu — das Nações Unidas e da BIMSTEC. O Nepal é estrategicamente importante devido à sua localização entre as grandes potências da Ásia, China e Índia. Também é importante devido ao seu potencial de energia hidroelétrica.[8] EtimologiaA origem do nome do país é idêntica a do nome do povo neuari. Os termos Nepāl, Newār, Newāl e Nepār são formas foneticamente diferentes da mesma palavra e instâncias das várias formas aparecem em textos em diferentes momentos da história. "Nepal" é a forma sânscrita enquanto "Newar" é a forma prácrito.[9] A inscrição sânscrita datada de 512 d.C. encontrada em Tistung, um vale a oeste de Catmandu, contém a frase "saudações ao Nepals", indicando que o termo "Nepal" era usado para se referir tanto ao país quanto ao povo.[9][10] O termo "Newar" referindo-se a "habitante do Nepal" apareceu pela primeira vez em uma inscrição datada de 1654, em Catmandu.[11] O padre jesuíta italiano Ippolito Desideri (1684–1733), que viajou para o Nepal em 1721, escreveu que os nativos eram chamados Newars.[12] Foi sugerido que "Nepal" pode ser um sanscritização de "Newar" ou que o termo pode ser uma forma posterior de "Nepal".[13] Lendas locais dizem que um sábio hindu chamado "Ne" estabeleceu-se no vale de Catmandu em tempos pré-históricos e que a palavra "Nepal" surgiu para designar que o local era protegido ("pala" em páli) pelo sábio "Ne". De acordo com o Escanda Purana, um rishi chamado de "Ne" ou "Nemuni" costumava viver nos Himalaias.[14] No Pashupati Purana, ele é mencionado como um santo e um protetor.[15] Acredita-se que ele praticava meditação nos rios Bagmati e Kesavati[16] e ter ensinado lá.[17] HistóriaAntiguidadeA pré-história do Nepal não é clara até ao século VIII a.C. A lenda conta que o vale de Catmandu foi, nas suas origens, um belo lago no qual flutuava uma flor de lótus da qual emanava uma mágica luz. O patriarca chinês Manjushri teria decidido, ante tanta beleza, drenar a água do lago para que a flor pousasse no solo. Para tal, teria se utilizado de sua espada para cortar a parede que fechava o vale e permitir que a água saísse. No lugar em que o lótus teria pousado, o patriarca teria construído um templo (a estupa de Swayambhunath) e uma pequena aldeia de madeira denominada Manjupatan. Se desconhece se esta lenda contém alguma verdade. Mas o certo é que os geólogos comprovaram que o vale já foi coberto de água. No século VIII a.C., apareceu a cultura quirate, com a invasão destes povos que fundaram, no vale, um reino no qual governaram 28 monarcas, como Yalambar, o mais famoso deles. Os quirates eram avezados comerciantes e ganadeiros. Depois, vieram os Licchavi, procedentes da Índia, que reinaram entre os séculos IX e XII. Do século XIII ao século XVIII estiverem no poder os Mallas, que consolidaram sua hegemonia no país. ReinoEm meados do século XIX, Jung Bahadur Rana tomou o poder assassinando o monarca legítimo e pondo, em seu lugar, um testa de ferro nomeado por ele. Essa posição de testa de ferro passou a ser hereditária, com o nome de primeiro-ministro Rana. Os Ranas governaram o Nepal durante um século, até que, em 1940, uma revolta popular acabou com esta ditadura. Em 1951, regressou ao Nepal o rei Tribhuvan Bir Bikram, que faleceria quatro anos depois. Foi, então, substituído por seu filho Mahendra Bir Bikram. O país ingressou na Organização das Nações Unidas. Em 1959, se promulgou uma nova constituição e celebraram-se as primeiras eleições do país, vencidas pelo Partido do Congresso. Todavia, um ano depois, o monarca acabou com a incipiente democracia, declarando ineficaz o sistema parlamentar. A partir de 1961, proclamou-se um sistema de democracia dirigida sem partidos políticos. Em 1972, morreu o rei e sucedeu-lhe seu filho Birendra, que continuou a política de seu pai. Em 1980, uma consulta popular ratificou o poder do rei, desprezando a democracia parlamentar. Em 1983, o rei nomeou o Nepal como estado de paz e recebeu o respaldo de 37 países. Em 1988, já eram 97 os países respaldando o estado de paz, com exceção da Índia e da União Soviética, que não reconheceram esta zona de paz. Em 1990, o rei dissolveu a Assembleia e formou um novo governo com K.P. Bhattaral como primeiro-ministro. O monarca apresentou uma nova constituição na qual se estabeleceu a democracia multipartidária. Em 1994, continuou como chefe de estado o rei Birendra e como chefe de governo Mohan Adhikari. RepúblicaO Partido Comunista do Nepal (Maoísta) ganhou o maior número de assentos na eleição da assembleia constituinte realizada em 10 de abril de 2008 e formou um governo de coalizão que incluiu a maioria dos partidos do parlamento. Embora atos de violência tenham ocorrido durante o período pré-eleitoral, os observadores eleitorais consideraram que as eleições em si foram marcadamente pacíficas e "bem-realizadas".[18] A assembleia recém-eleita se reuniu em Catmandu em 28 de maio de 2008 e, dos 564 membros, 560 votaram para formar um novo governo, sendo que apenas o partido monarquista Rastriya Prajatantra, que teve quatro membros na assembleia, registrou uma posição discordante. O novo governo declarou que o Nepal, a partir de então, tornou-se uma república democrática secular e inclusiva.[19][20] Posteriormente, o rei foi avisado que deveria desocupar o Palácio Narayanhiti em 15 dias, para que o edifício fosse transformado em um museu público.[21] No entanto, as tensões políticas e consequentes batalhas de partilha de poder continuaram. Em maio de 2009, o governo liderado pelos maoistas foi derrubado e outro governo de coligação com todos os principais partidos políticos, exceto os maoistas, foi formado.[22] Madhav Kumar Nepal, do Partido Comunista do Nepal (Marxista-Leninista Unificado), foi feito o primeiro-ministro do novo governo de coalizão.[23] Em fevereiro de 2011, no entanto, o governo de Madhav Kumar Nepal foi derrubado e Jhala Nath Khanal, do mesmo partido, foi feito o primeiro-ministro.[24] Entretanto, em agosto de 2011, o governo de Khanal também foi derrubado e o maoista Baburam Bhattarai foi feito o primeiro-ministro.[25] Os partidos políticos não foram capazes de elaborar uma nova constituição no tempo estipulado.[26] Isto levou à dissolução da assembleia constituinte, para abrir caminho para novas eleições. Em oposição à teoria da separação dos poderes, Khila Raj Regmi, o então Chefe de Justiça, foi feito presidente do governo provisório. No comando de Regmi, a nação conseguiu ter eleições pacíficas para uma nova assembleia constituinte. As principais forças da assembleia anterior ficaram bem atrás na nova eleição.[27][28] Em fevereiro de 2014, após o consenso ter sido alcançado entre os dois maiores partidos na assembleia, Sushil Koirala foi empossado como o novo primeiro-ministro nepalês.[29][30] Em 25 de abril de 2015, um terremoto de magnitude 7,8 abalou o país e foi registrado a uma profundidade de 15 km.[31] No total, pelo menos 3 800 pessoas foram mortas no Nepal, Índia, Bangladesh e China.[32][33] Em setembro do mesmo ano, uma nova constituição entrou em vigor no país. O novo texto foi formado com a esperança de trazer estabilidade política ao país depois de décadas de grandes mudanças na configuração de poder. Visa, também, gerar o ambiente favorável para conseguir fomentar o crescimento, desenvolvimento e restauração do país após o terremoto. A nova constituição mudou a divisão do Nepal, tornando o país uma república federal secular com 7 províncias. Algumas regiões, ao sul do país, porém, contam com uma parcela da população descontente com a nova constituição. Essas pessoas, de etnias minoritárias, querem a formação de uma província própria para essas áreas, achando que com a atual configuração elas serão sub-representadas.[34] Em outubro de 2015, Bidhya Devi Bhandari foi eleita primeira presidente do Nepal.[35] GeografiaO Nepal é um pequeno país localizado no sul da Ásia, entre a Índia e a República Popular da China (Tibete). O seu tamanho contrasta com uma superpopulação estimada entre 22 e 23 milhões de habitantes. O relevo do país é composto em grande parte pelas altas montanhas da cordilheira dos Himalaias, com vários picos de mais de 6 000 m de altitude, destacando-se, entre estes, o Monte Everest, o ponto mais alto da Terra. Juntamente com o Everest, o Nepal abriga oito das quatorze montanhas que possuem mais de 8 000 m de altitude. As demais montanhas são: o Kanchenjunga, o Lhotse, o Makalu, o Cho Oyu, o Dhaulagiri I, o Manaslu e o Annapurna I. O Nepal é conhecido como "o topo do mundo".[36] A capital do país, Catmandu, tem aproximadamente 800 mil habitantes. O país divide-se em 14 estados e 75 distritos. A maior parte da população vive em vilas nas montanhas, que são demarcadas por regiões e números. O clima é frio, porém somente nas montanhas há incidência de neve. O Nepal pode ser dividido em três regiões geográficas distintas: o Terai ao sul, com altitudes entre 400 e 1 000 m, geográfica e culturalmente semelhante à Índia; a região dos Vales, com altitudes entre 1 000 e 2 000 m, onde está Katmandu e Pokhara; e a região dos Himalaias, com altitudes superiores a 2 000 m. ClimaO Nepal segue o regime de monções tendo 3 meses, de meados de junho a meados de setembro, de chuvas. Para quem visita o Terai e a região dos Vales, a chuva não chega a atrapalhar. Já para quem vai fazer trekkings, a época ideal é a primavera (março e abril) e o outono (outubro e novembro), épocas em que a visibilidade das montanhas é ideal e a temperatura não muito fria. Durante o inverno, é possível se fazer trekking, sendo que o único empecilho, contornável com bom equipamento, é o frio. VegetaçãoLocalizado na região dos Himalaias, o Nepal conta com uma das maiores diversidades de flora do planeta. A grande diversidade de altitudes, climas e solos dentro de uma pequena extensão de terra gerou esta grande diversidade por quilômetro quadrado. É estimada a existência de aproximadamente 7 000 espécies de flores de plantas no Nepal e aproximadamente 5% delas não nascem em outras regiões do mundo. DemografiaEm 2018, a população do Nepal era estimada em 29,7 milhões de pessoas (um declínio, se comparado com a década anterior).[37] Os nepaleses são descendentes de três grandes migrações da Índia, Tibete, norte da Birmânia e Yunnan, através de Assam. Entre os primeiros habitantes, figuram os Kirat na região leste, Newar do Vale de Katmandu e aborígenes Tharu na região sul do Terai. Os ancestrais das castas Brâmane e Chetri da Índia vieram de grupos presentes em Kumaon, Garhwal e Caxemira, enquanto outros grupos étnicos, como o Gurung Magar, têm as suas origens no norte da Birmânia, Yunnan e Tibete. As etnias Rai e Limbu têm origem no leste, e a etnia Sherpa Bhotia tem origem no norte do país. No Terai, que faz parte da Bacia do Ganges e que possui 20% da área total do país, a população é física e culturalmente semelhante aos Indo-arianos do norte da Índia. Indo-Arianos e populações da Ásia Oriental misturaram-se com pessoas que vivem na região da colina. As altas montanhas são escassamente povoadas. O Vale de Kathmandu, no meio da região da colina, constitui uma pequena fração da área da nação, mas é a mais densamente povoada, com quase 5% da população. Apesar da migração de uma parte significativa da população para as planícies do sul ou para o Terai nos últimos anos, a maioria da população ainda vive no Planalto Central. As montanhas do norte são pouco povoadas. Catmandu, com uma população de cerca de 800 000 habitantes (região metropolitana: 1,5 milhões), é a maior cidade do país. A maior religião é o hinduísmo, professado por mais de 80% da população do país. O Nepal é um país multilíngue, multirreligioso e a sociedade é multiétnica.[38] Cidades mais populosas
Governo e políticaAté 1990, Nepal era uma monarquia absoluta que funcionava sob o controle executivo do rei. Enfrentando um movimento contrário à monarquia absoluta, o rei Birendra, em 1990, concordou com reformas políticas em grande escala e criou uma monarquia parlamentar, sendo o rei chefe de estado e um primeiro-ministro o chefe do governo. A legislatura de Nepal era bicameral consistindo em uma casa de representantes e de um conselho nacional. A casa de representantes consiste em 205 membros eleitos diretamente pelo povo. O conselho nacional tinha sessenta membros, dez nomeados pelo rei, trinta e cinco eleitos pela casa de representantes e os quinze restantes eleitos por um colégio eleitoral composto por representantes das vilas e das cidades. A legislatura teve um mandato de cinco anos, mas foi dissolvida pelo rei antes do término deste período. Todos os cidadãos do Nepal maiores de 18 anos adquiriram o direito ao voto. O executivo compreendia o rei e o conselho dos ministros (o gabinete). O líder da aliança ou do partido que obtivesse a maioria dos lugares em uma eleição era nomeado como o ministro principal. O gabinete era nomeado pelo rei por recomendação do ministro principal. Os governos do Nepal tendiam a ser altamente instáveis; nenhum governo sobreviveu por mais de dois anos desde 1991, por colapso interno, dissolução parlamentar, pelo monarca ou por recomendação do ministro principal de acordo com a constituição. O movimento em abril de 2006 trouxe uma mudança na nação. O rei autocrático foi forçado a deixar o poder. A câmara de representantes dissolvida foi restaurada. A câmara de representantes deu forma a um governo que manteve conversações da paz bem-sucedidas com os rebeldes maoistas. Uma constituição interina foi promulgada e criada uma câmara de representantes interina com membros maoistas. O número dos assentos foi aumentado para 330. O processo da paz em Nepal deu um grande passo adiante em abril de 2007, quando o Partido Comunista do Nepal (Maoista) se juntou ao governo provisório do Nepal. Depois do acordo de 23 de dezembro de 2007, foi estabelecida a república em 2008; uma maioria simples do conjunto constituinte, a ser eleita em 2008, votou pela abolição da monarquia. A assembleia constituinte do Nepal decidiu abolir, a 25 de maio de 2008, a única monarquia hinduísta do mundo e fazer nascer a sua mais nova república, depois de os rebeldes maoistas terem vencido as eleições de 10 de abril de 2008. Em setembro de 2015, entrou em vigor uma nova constituição para o país. Essa estabeleceu uma nova República Federal, dividindo o país em 7 províncias. Foi estabelecido um Estado secular. A constituição trouxe cotas para representação política de grupos discriminados historicamente, como as mulheres, comunidades indígenas e pessoas de castas baixas.[34] BandeiraA bandeira do Nepal é atualmente a única bandeira nacional no mundo que não tem uma forma quadrilátera. De acordo com a sua descrição oficial, o vermelho na bandeira representa a vitória na guerra ou a coragem e é também a cor da flor do rododendro, a flor nacional do Nepal. A cor azul da borda significa paz. A Lua curvada é um símbolo da natureza pacífica e calma do Nepal, enquanto o Sol representa a agressividade dos nepaleses guerreiros. Relações internacionais e forças armadasO Nepal tem laços estreitos com ambos os seus vizinhos, Índia e China. De acordo com um tratado de longa data, os cidadãos indianos e nepaleses podem viajar livremente entre os dois países, sem passaporte ou visto. Cidadãos nepaleses podem trabalhar na Índia, sem qualquer restrição legal. No entanto, uma vez que o governo nepalês tem sido dominado por socialistas, enquanto o governo indiano tem sido controlado na maior parte por partidos de direita, a Índia tem remilitarizado a "porosa" fronteira indo-nepalesa para sufocar o fluxo de grupos islâmicos.[40] O Exército Indiano mantém sete regimentos constituídos por tropas gurcas recrutadas principalmente do Nepal. O Nepal estabeleceu relações com a República Popular da China em 1 de agosto de 1955 e as relações têm sido baseadas nos "Cinco Princípios de Coexistência Pacífica". O país ajudou a China após o sismo de Sichuan de 2008 e a China prestou assistência econômica para a infraestrutura nepalesa. O Nepal também tem ajudado a reduzir os protestos antiChina da diáspora tibetana.[41] As forças armadas locais consistem no Exército que inclui o serviço aéreo do exército nepalês. A Polícia Nepalesa é a polícia civil, enquanto a Polícia Armada Nepal é a força paramilitar. O serviço militar é voluntário e a idade mínima para o alistamento é de 18 anos. Em 2004, o país gastou 99,2 milhões de dólares com seus militares, ou 1,5% do PIB nepalês. Grande parte dos equipamentos e armas usadas no país são importadas da Índia. Nos novos regulamentos do Exército, soldados do sexo feminino são impedidas de participar de situações de combate e de lutar na linha de frente da guerra. No entanto, elas estão autorizadas a fazer parte do exército em áreas como inteligência, comunicação e operações.[42] SubdivisõesO Nepal era dividido em 5 regiões de desenvolvimento, que por sua vez se dividiam em 14 zonas, divididas outra vez em 75 distritos, que se dividiam em 3 915 comitês de desenvolvimento de vilas e 58 municípios (esta última denominação era reservada a localidades de caráter mais urbano que rural). Cada distrito era dirigido por um oficial principal fixo do distrito, responsável por manter a lei e a ordem e coordenar o trabalho de agências do campo dos vários ministérios do governo. As 14 zonas eram: Com a constituição de 2015, o país passou a organizar-se de uma maneira diferente. O país passou a ser dividido em 7 províncias, subdividas em distritos, cada distrito é dividido e administrado por um governo regional próprio. As províncias com seus distritos são:[43] EconomiaO Nepal é uma nação pobre, com uma economia baseada na agricultura e no turismo. Cerca de 90% dos habitantes trabalham na agricultura, principalmente no cultivo de arroz. A influência indiana, cada vez mais forte, em pouco tempo originou uma sociedade de castas fortemente indianizada e poderoso centro budista. O turismo cresce desde que a democracia foi restaurada, em 1990, ajudado pela abolição das restrições a estrangeiros em 18 áreas, a noroeste do país. Lumbini — a terra natal de Buda — e a cidade-lago de Pokhara estão entre as principais atrações. O produto interno bruto (PIB) do Nepal em 2013 foi estimado em 42,060 bilhões * de dólares dos Estados Unidos.[44] Em 2010, a agricultura foi responsável por 36,1% da composição do produto interno bruto, os serviços compreendiam 48,5% e a indústria respondia por 15,4% na mesma composição.[45] Embora a agricultura e a indústria estejam se contraindo, a contribuição do setor de serviços está aumentando.[45] A agricultura emprega 76% da força de trabalho no país, os serviços empregam 18% e a indústria de transformação ocupa 6% dos postos de trabalho.[45] A produção agrícola — principalmente cultivada na região de Terai, na fronteira com a Índia — é predominante o cultivo do chá, arroz, milho, trigo, cana de açúcar e tubérculos. A indústria envolve principalmente o processamento de produtos agrícolas, incluindo a juta, cana de açúcar, tabaco e grãos. A sua força de trabalho sofre de uma grave escassez de mão de obra qualificada. O crescimento econômico do Nepal continua a ser negativamente afetado pela incerteza política. No entanto, a elevação real do produto interno bruto aumentou em quase 5% entre 2011 e 2012, uma melhoria considerável no crescimento econômico, sendo a segunda maior taxa de crescimento no período pós-conflito. As fontes de crescimento dar-se-ão principalmente na agricultura, na construção civil e outros serviços. A contribuição do crescimento do consumo impulsionado pelas remessas diminuiu desde 2010. Embora o crescimento de remessas tenha diminuído para 11% em 2010, no ano seguinte aumentou para 37%. Estima-se que as remessas sejam equivalentes a 25–30% do produto interno bruto. A inflação correspondeu a 9,5% em 2012.[46] Aproximadamente 25,2% da população nepalesa vive abaixo da linha de pobreza, conforme dados de 2012 divulgados pelo Banco Mundial. Houve melhoria de 87% com relação ao acesso à fonte de água potável no meio rural, no ano de 2011.[47] InfraestruturaEnergiaA maior parte da energia no Nepal é proveniente de lenha (68%) de resíduos agrícolas (15%), de esterco dos animais (8%), e importados de combustíveis fósseis (8%).[48][49] Com exceção de alguns depósitos de lenhite, o Nepal não tem depósitos de petróleo, gás ou carvão conhecidos. Todos os combustíveis fósseis comerciais (principalmente petróleo e carvão) são importados da Índia ou dos mercados internacionais encaminhados através da Índia e China. Importações de combustíveis absorvem mais de um quarto das receitas em divisas do Nepal.[49] A eletricidade corresponde a apenas 1% da energia gerada no país. Paradoxalmente, a natureza perene de rios do Nepal e a topografia íngreme do país oferecem condições ideais para o desenvolvimento de alguns dos maiores projetos hidrelétricos do mundo. As estimativas atuais colocam o potencial hidroelétrico economicamente viável do Nepal seja de aproximadamente 83 000 MW, em 66 locais previamente estudados pelo projeto hidrelétrico.[49][50] No entanto, atualmente o Nepal tem sido capaz de explorar apenas cerca de 600 MW a partir de 20 grandes usinas hidrelétricas e uma série de pequenas e micro usinas hidrelétricas.[48] Há 9 principais usinas hidrelétricas em construção e 27 locais adicionais considerados aptos para o potencial desenvolvimento hidroelétrico.[48] Apenas cerca de 40% da população do Nepal tem acesso à eletricidade fornecida pelo governo.[48] Há uma grande disparidade entre as áreas urbana e rural. A taxa de electrificação em áreas urbanas é de 90%, enquanto a taxa para as zonas rurais é de apenas 5%.[49] Cortes de energia de até 22 horas por dia ocorrem em determinados lugares em períodos de pico de demanda de inverno e o pico de demanda de energia elétrica é quase o dobro a capacidade ou a capacidade confiável.[51] A posição do setor de energia continua a ser insatisfatório por causa de tarifas altas, elevadas perdas no sistema, custos de geração, altas despesas gerais e maior demanda doméstica.[49] CulturaA cultura nepalesa é muito variada, refletindo as diferentes origens étnicas de seu povo. Como cerca de 80% da população é hinduísta, a cultura nepalesa tem muitos costumes, crenças e tradições hindus. Entretanto a influência do budismo, que abrange cerca de 10% da população, é grande. As duas religiões coexistem e ritos hinduístas e budistas que acompanham o nascimento, o casamento e a morte são praticados conjuntamente. O folclore é uma parte integrante da sociedade nepalesa. Contos folclóricos estão enraizados na realidade do dia a dia. Contos de amor e de batalhas, bem como demônios e fantasmas, refletem o estilo de vida local, bem como suas culturas e crenças. Muitos contos folclóricos nepaleses são contados mediante a integração de dança e música. CalendárioO ano nepalês começa em meados de abril e está dividido em 12 meses. Sábado é o dia oficial de descanso. Dentre os feriados nacionais estão o Dia Nacional, a comemoração do aniversário do rei (28 de dezembro), o Prithvi Jayanti (11 de janeiro), Dia do Mártir (18 de fevereiro), e uma mistura de festivais hindus e budistas, tais como o festival dashain no outono, e o tihar no final do outono. Durante o tihar, a comunidade Newar também comemora o seu ano-novo por seu calendário local, Nepal Sambat. CulináriaComo os hinduístas são, em grande medida, vegetarianos, à semelhança do que se passa na vizinha Índia, a culinária nepalesa reflete uma dieta vegetariana. Um prato tipicamente nepalês (alguns ironizam dizendo que é o único prato nepalês) é o dal bhat, cuja base é uma porção de arroz (bhat) branco cozido e uma sopa ou molho muito pouco espesso de lentilhas (dal). Usualmente, pode incluir outros molhos, nomeadamente chetnim (também chamado chutney) e outros ingredientes. Usualmente, é servido num tabuleiro onde se encontram um prato ou tigela de arroz, vários copos com os molhos e sopas, apresentando-se os restantes ingredientes, se existirem, noutras tigelas. Uma das variantes mais populares é o dal bhat tarkari, que, além do arroz e do dal, inclui uma porção de caril de vegetais (tarkari). Além do tarkari, é comum se incluir iogurte e, por vezes, caril de carne, frango, borrego ou peixe. Embora, para muitos paladares pouco acostumados com comida picante, a comida nepalesa possa parecer algo picante, em comparação com outras zonas do sul da Ásia e Extremo Oriente praticamente a comida nepalesa está longe de ser verdadeiramente picante. Moradias típicasA maior parte das casas na área rural do Nepal é constituída com uma estrutura de bambu muito resistente e paredes recobertas de barro e uma mistura com esterco de vaca. Este tipo de habitação permanece fresca no Verão e mantém o calor no inverno. As casas nas colinas são normalmente feitas de tijolo cru com thatch, "telhado de telha". Em altas altitudes, as construções mudam para alvenaria e pedra ardósia pode ser utilizada nos telhados.[necessário esclarecer] Os neuarisOs neuaris (ou newars), um povo indígena do vale de Catmandu, exercem grande influência sobre a cultura nepalesa. A música típica neuari é constituída principalmente por instrumentos de percussão, apesar de instrumentos de sopro, tais como flautas e outros similares, também serem utilizados. Instrumentos de corda são muito raros. Existem canções relativas a determinadas épocas do ano e festivais. Existem determinados instrumentos musicais, como dhimay e bhusya, que são reproduzidos apenas de forma instrumental e não são acompanhados de vocal. Também há muitas canções folclóricas conhecidas como geet e lok lok dohari. As danças neuaris podem ser globalmente classificadas em bailes mascarados e não mascarados. A mais representativa dança é a Lakhey. Quase todas as vilas de neuaris realizam a dança Lakhey pelo menos uma vez por ano, principalmente no mês Goonlaa. Ver tambémReferências
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