É conhecida internacionalmente pelas suas jazidas de mármore branco, o chamado Mármore de Estremoz. A exploração do mármore de Estremoz tem uma origem muito antiga, como comprova o Templo romano de Évora, que contém mármore originário de Estremoz. Está também presente no altar-mor da Catedral de Évora.
A Estremoz foi concedida a distinção de «Notável Vila», atribuída pelos reis de Portugal a muitas das suas vilas; foi elevada à categoria de cidade em 1926.
Toponímia
A origem do topónimo «Estremoz» é incerta, porém, a sua antiguidade remonta já ao século XIII.[6] Num documento de 1258 refere-se já à localidade como Stremoz.[6]
Lenda etiológica
Na tradição popular portuguesa, há a lenda de que o nome «Estremoz» terá provindo de um campo de tremoceiros, no meio do qual um grupo de desterrados se teria refugiado, para pernoitar, tendo decidido, posteriormente, fixar-se naquele local.[7] Nalgumas versões da lenda, reza que os desterrados proviriam de Castelo Branco e que o episódio teria ocorrido no reinado de D. Afonso III.[8]
Noutras versões da lenda, esmiúça-se que se trataria de uma só família de desterrados, condenados injustamente, e que em vez de um campo de tremoceiros, só encontraram um único tremoceiro de grandes dimensões, onde se abrigar durante a noite.[9] Tendo sido confrontados na manhã seguinte, pelo dono das terras, que os pretendia escorraçar.[9] Sem embargo, conseguiram valer-se da força do seu bom carácter, para convencer o proprietário a que os deixasse lá ficar.[9]
Qualquer que seja a versão da lenda, todas desaguam num final comum, os desterrados acabam por fixar-se naquele lugar e por fundar uma povoação. Subsequentemente, pediram ao rei que lhes concedesse um foral e que no brasão figurassem as coisas que tinham primeiramente encontrado naquela terra: o sol, a lua, as estrelas e o tremoceiro.[7]
Sendo que o nome «Estremoz», nos conformes desta lenda popular, derivaria da palavra tremoço[7], nalgumas versões inclusive aventa-se que a versão medieval do nome da terra seria a palavra «Estremoços», num esforço apócrifo para estabelecer o nexo etimológico.[9]
História
Em 1336, a Rainha Santa Isabel, então com 65 anos, deslocou-se a Estremoz desde o convento franciscano em Coimbra onde se tinha recolhido após a morte de D. Dinis, seu marido, de modo a evitar uma guerra entre o seu filho Afonso IV e o rei de CastelaAfonso XI. Afonso IV declarou guerra a Afonso XI pelos maus tratos que este infligia à sua esposa D. Maria (filha do rei português). A Rainha Santa Isabel colocou-se entre os dois exércitos desavindos, e de novo evitou a guerra tal como tinha acontecido em 1323 na batalha de Alvalade, entre as tropas de D. Dinis e as de D. Afonso IV. A enciclopédia do D.N. diz que a Rainha Santa faleceu nesta data.
Estremoz foi o local de falecimento do rei D. Pedro I, em 1367, no convento dos franciscanos.
Em 1659, foi em Estremoz que o exército português se reuniu às ordens de D. António Luís de Meneses, conde de Cantanhede, para socorrer Elvas, que se encontrava cercada por um exército espanhol, comandado por D. Luís de Haro. De ali partiram para derrotar os espanhóis na Batalha das Linhas de Elvas, tendo causado enormes baixas aos seus adversários.
Em 1663 o exército espanhol, comandado por D. João de Áustria e o exército português, comandado pelos condes de Vila Flor e de Schomberg defrontaram-se nos campos de Ameixial a 5 km de Estremoz. O exército espanhol tinha acabado de conquistar Évora. Era constituído por 3000 cavaleiros e 2000 homens a pé, sendo este um dos mais perigosos ataques espanhóis durante a guerra da Restauração. Depois da batalha, o exército espanhol retirou para Badajoz.
Em Fevereiro de 1821, Mouzinho da Silveira foi encarregado da diligência de arrecadação da Fazenda em Estremoz.
Crispim António Marchante Cebola (n.1936), importante mestre de obras de origens pobres. Construiu grande parte dos edifícios que existem actualmente em Estremoz.
José do Nascimento Dias Sena (1953-1994) ultimo presidente da Câmara Municipal de Estremoz que faleceu no exercício do cargo.
José Rodrigues Tocha (1850 - 1923), professor e engenheiro, presidente da Câmara Municipal de Estremoz.
Freguesias
Desde a reorganização administrativa de 2012/2013,[5] o município de Estremoz está dividido em 9 freguesias:
De acordo com os dados avançados pelo INE o distrito de Évora registou em 2021 um decréscimo populacional na ordem dos 8.5% relativamente aos resultados do censo de 2011. No concelho de Estemoz esse decréscimo rondou os 11.4%.
★★ De 1900 a 1950 os dados referem-se à população "de facto", ou seja, que estava presente no município à data em que os censos se realizaram. Daí que se registem algumas diferenças relativamente à designada população residente)
↑INE (2012). «Quadros de apuramento por freguesia»(XLSX-ZIP). Censos 2011 (resultados definitivos). Tabelas anexas à publicação oficial; informação no separador "Q101_ALENTEJO". Instituto Nacional de Estatística. Consultado em 27 de julho de 2013