Durante o período monárquico brasileiro, a família imperial constituía o ramo brasileiro da Casa de Bragança. Ela era reconhecida legalmente como uma instituição; os parentes mais próximos do monarca eram considerados seus membros, e eram desconsiderados aqueles que renunciavam aos seus direitos dinásticos.
Após a Proclamação da República, em 1889, e o fim da monarquia, a família imperial deixou de existir enquanto instituição do Estado. Contudo, o movimento monarquista brasileiro continuou a usar esse conceito de maneira informal e, também informalmente, criou o título de Chefe da Casa Imperial do Brasil, atribuindo-o ao herdeiro aparente do extinto trono.
A Casa de Orléans e Bragança, ramo da casa francesa de Orléans que também descende por via materna do ramo brasileiro da Casa de Bragança, é tida por parte dos monarquistas como a atual dinastia imperial brasileira. Existem dois ramos agnáticos seus: o chamado Ramo de Petrópolis e o Ramo de Vassouras.[1] Uma rivalidade dentro da Casa Imperial eclodiu em 1946, quando Pedro Gastão de Orléans e Bragança repudiou a renúncia ao extinto trono feita por seu pai, Pedro de Alcântara de Orléans e Bragança, filho mais velho da princesa Isabel. Este, renunciara em 1908 de seus supostos direitos dinásticos, por si mesmo e seus futuros descendentes, a fim de contrair casamento morganático. Seus descendentes constituem o Ramo de Petrópolis da Casa de Orléans e Bragança, atualmente tendo como patriarca da família Pedro Carlos de Orléans e Bragança. O Ramo de Vassouras, por sua vez, é liderado por Bertrand de Orleans e Bragança, um descendente do segundo filho da princesa Isabel do Brasil, Luís de Orléans e Bragança.
Seguindo a tradição das monarquias ibéricas, eram considerados membros da família imperial os parentes mais próximos do imperador, desconsiderando-se aqueles que renunciavam aos seus direitos dinásticos. Com a proclamação da república em 1889, e consequente extinção do Império do Brasil, o movimento monarquista brasileiro criou o título informal de Chefe da Casa Imperial do Brasil, atribuindo-o ao herdeiro aparente do extinto trono, e passou a considerar como membros da família imperial brasileira os parentes mais próximos do chefe da casa imperial, desconsiderando-se aqueles que renunciaram aos seus direitos dinásticos.
Exílio
Os primeiros membros da família imperial impedidos de retornar ao Brasil foram a imperatriz viúva Amélia de Leuchtenberg, segunda esposa do imperador Pedro I, e sua filha, a princesa Maria Amélia do Brasil. Com a abdicação do primeiro imperador e sua coroação como rei de Portugal, muitos entenderam que Amélia havia perdido seus direitos na casa imperial. Sua filha, por outro lado, havia nascido no estrangeiro, com seu pai já sem o trono brasileiro, o que, para muitos, a impedia de cumprir os requisitos para ser considerada princesa do Brasil. Dessa maneira, durante o período regencial, foi interrompido o auxílio financeiro à imperatriz-viúva e a sua filha. Além disso, por temor de que influenciassem de alguma maneira o jovem Pedro II, foram proibidas de pisar em solo brasileiro. Apenas quando o sucessor do trono foi aclamado, a situação de ambas mudou. Em 1841, o Senado, a pedido do Visconde de Sepetiba, emitiu parecer reconhecendo a precedência de Maria Amélia e restabelecendo o auxílio a ambas.
O presidente Epitácio Pessoa, por decreto presidencial de 3 de setembro de 1920, revogou a Lei do Banimento. Os descendentes da família imperial puderam então retornar ao solo brasileiro. A ocasião foi aproveitada para repatriar os restos mortais do último imperador e de sua consorte, que seriam trasladados de Portugal um ano depois. Dos nove membros da família imperial originalmente exilados, somente dois retornaram vivos ao Brasil: Pedro de Alcântara e seu pai, Gastão, falecido no ano seguinte, a bordo do navio Massilia, a caminho do Brasil para a celebração do centenário da independência.
Em 1954, foram transferidos para a Cripta Imperial, em São Paulo, os restos mortais da primeira imperatriz, Leopoldina, os quais se encontravam no Convento de Santo Antônio, Rio de Janeiro. No Convento de Santo Antônio estão sepultados alguns dos filhos de ambos os imperadores: Miguel, João Carlos, Paula Mariana, Afonso Pedro e Pedro Afonso, além de Luísa Vitória, filha natimorta de Isabel. Em 1972, por ocasião do Sesquicentenário da Independência, os despojos de Pedro I foram trasladados do Panteão dos Braganças, Lisboa em Portugal, para a Cripta Imperial. O corpo de sua segunda esposa, Amélia, só foi transferido do Panteão dos Braganças para a Cripta Imperial em 1982. Nesse mesmo ano, o corpo da filha dessa, Maria Amélia, foi transferido do Panteão dos Braganças para o Convento de Santo Antônio.
Em 1896, Pedro de Alcântara de Orléans e Bragança, filho mais velho e herdeiro da Princesa Isabel, conheceu a irmã de um amigo, a baronesa Elisabeth de Dobrzenicz, os dois rapidamente se apaixonam, começam a namorar e logo queriam casar. Mas sua mãe, Isabel, se opôs a esse casamento, pois Elisabeth, que embora fosse uma nobre do Reino da Boêmia, não pertencia a uma família real governante, ou antes governante. Na época, as leis das famílias reinantes eram restritas e formais. O herdeiro de um trono só podia se casar com uma princesa de sangue real, assim como ela, seus pais, avós e seus ancestrais haviam se casado.
Luís Maria tornou-se pretendente ao trono, após a renúncia de seu irmão mais velho. Veio a falecer um ano antes de sua mãe, Isabel, e foi sucedido na chefia do Ramo de Vassouras por seu filho (e neto de Isabel) Pedro Henrique.[4]
Quando, o príncipe Gastão de Orléans, Conde d'Eu, casou-se, em 1864, a princesa Isabel de Bragança, assinou o contrato nupcial, o qual seus direitos dinásticos franceses, tinham que ser renunciados, e, portanto, o seu lugar e de sua descendência na linha de sucessão orleanista ao trono francês, contrariando expressa vontade de seu pai. Em decorrência disso, anos depois da proclamação da república brasileira (1889) e, consequente, da extinção do Império do Brasil (1822-1889), Gastão de Orléans tentou reaver o seu lugar e o de sua descendência na linha sucessória francesa, bem como buscou a criação do título de Príncipe de Orléans e Bragança – como título da realeza francesa –, obtendo diversas respostas negativas por parte da Casa Real de França, que nessa época já não reinava no país. Foi, então, feito um acordo entre o Conde d'Eu e a Casa Real de França, a chamada Declaração de Bruxelas ou Pacto de Família, aonde a Casa Real de França reconheceu o título de Príncipe de Orléans e Bragança como parte da Casa Real; bem como que o Conde d'Eu e sua descendência teriam as mesmas honras dos príncipes da Casa Real de França. Entre tanto, um de seus filhos renunciaria a seus direitos ao trono brasileiro, evitando que príncipes brasileiros viessem a ocupar a Chefia da Casa Real francesa. Supunha-se que Luís Maria Filipe, segundo filho, apresentaria sua renúncia aos direitos brasileiros, mas como este se negou a fazê-lo, o Conde d'Eu acabou por propô-la ao primogênito, Pedro de Alcântara, em troca da obtenção da licença para casar com Elisabeth de Dobrzenicz, que havia antes sido negado por sua mãe.[5]
Com a renúncia de Pedro de Alcântara em 30 de outubro de 1908, seus direitos ao trono brasileiro passam para seu irmão, Luís Maria Filipe que casaria dentro das normas das famílias reais, com a princesa Maria Pia das Duas Sicílias. E passou a ser herdeiro de sua mãe, e eventual sucessor de seus direitos ao trono imperial brasileiro.[6][7]
O instrumento de renúncia foi emitido em três vias, todas assinados por Pedro de Alcântara diante da princesa Isabel, a qual enviou uma das vias ao Diretório Monárquico do Brasil, então localizado no Rio de Janeiro, aos 9 de novembro de 1908, da qual constava:
“
Eu, o príncipe Dom Pedro de Alcântara Luís Filipe Maria Gastão Miguel Gabriel Rafael Gonzaga de Orléans e Bragança, tendo refletido com maturidade, resolvi renunciar ao direito que, pela Constituição do Império do Brasil, promulgado em 25 de março de 1824, me concede a Coroa dessa nação. Declaro, portanto, que, por minha livre e espontânea vontade, renunciarei, em meu próprio nome, assim como a todos e quaisquer de meus descendentes, a todos e quaisquer direitos que a referida Constituição nos confere à Coroa e Trono do Brasil, que passará para as linhas que seguem a minha, em conformidade com a ordem de sucessão estabelecida no artigo 117. Antes de Deus, prometo, para mim e meus descendentes, manter a presente declaração.
Cannes, 30 de outubro de 1908, assinado: Pedro de Alcântara de Orléans e Bragança[8]
”
Luís, e eventualmente o filho deste, Pedro Henrique, tornaram-se os próximos na linha de sucessão após Isabel. Porém Luís contraiu, nas trincheiras da Primeira Guerra Mundial, um tipo agressivo de reumatismo ósseo que o deixou debilitado e incapaz de andar, vindo a falecer em 1920.
Pedro não contestou a sua renúncia e não reivindicou a chefia da casa imperial após a princesa Isabel falecer em 1921, mas disse em uma entrevista em 1937 que sua renúncia "não atendia aos requisitos da Lei Brasileira, não havia consulta prévia com a nação, não havia protocolo para atos dessa natureza e, além disso, não foi uma renúncia hereditária".[9]
A disputa dinástica pela pretensão à extinta coroa brasileira começou após 1940, quando Pedro Gastão, filho mais velho de Pedro de Alcântara, repudiou a renúncia de seu pai e reivindicou a chefia da Casa Imperial Brasileira.[10] Pedro Gastão fez campanha ativa durante o Plebiscito de 1993, pela restauração da monarquia brasileira, e, caso a monarquia fosse restabelecida, caberia ao Congresso Nacional brasileiro decidir quem deveria ocupar o trono; contudo, a opção pela restauração da monarquia no Brasil foi derrotada, embora tenha recebido aproximadamente sete milhões de votos.[11] Após a morte de Pedro Gastão, em 2007, seu filho mais velho, o Pedro Carlos, atual líder do ramo de Petrópolis, e os filhos mais novos se declararam republicanos.[12][13]
Com o casamento de Isabel do Brasil com o príncipe Gastão de Orléans, em 1864, a Casa Imperial Brasileira associou-se à Casa de Orléans, um ramo da Casa Real de França. Iniciou-se, assim, um novo ramo dinástico, denominado Orléans e Bragança, que nunca reinou no Brasil.
Dos quatro filhos do casal, dois geraram descendência e, hoje, esse ramo da família conta com mais de trinta membros. Muitos foram os que renunciaram para si e seus descendentes os seus supostos direitos na sucessão ao trono imperial.
Em 1909 foi criado o título de Príncipe de Orléans e Bragança, a todos os descendentes de varonia direta e legítima de Gastão e Isabel, mesmo os membros que renunciar aos seus direitos brasileiros, continuará com direitos francês e com o título de príncipes e princesas e o tratamento de Alteza Real. Contudo, esse título jamais foi reconhecido no direito brasileiro ou francês.[14]
Outro ramo da família imperial teve início com a união entre a princesa Leopoldina com o príncipe Luís Augusto de Saxe-Coburgo-Gota, em 1864. Como a princesa Isabel demorava a gerar um herdeiro ao trono brasileiro, os dois primeiros filhos de Leopoldina, Pedro Augusto e Augusto Leopoldo, foram inseridos na linha de sucessão brasileira, tendo-se o cuidado de serem dados à luz em solo nacional. Esses príncipes foram preteridos na ordem sucessória, após o nascimento dos filhos de Isabel.
Pedro Augusto morreu solteiro e sem deixar descendência. Augusto Leopoldo, por sua vez, casou-se com a arquiduquesa Carolina da Áustria-Toscana, e gerou oito filhos. Sua sexta filha, Teresa Cristina, manteve a nacionalidade brasileira e perpetuou a Casa de Saxe-Coburgo e Bragança, que hoje é chefiada por seu filho Carlos Tasso. A precedência deste ramo na linha sucessória ao trono brasileiro é, contudo, contestada.[15][nb 1]
Sua Alteza: utilizado pelos Príncipes do Brasil, que figuravam na linha sucessória abaixo do Príncipe Imperial e de seu primogênito, o Príncipe do Grão-Pará.
Segundo o Acordo de Bruxelas, também conhecido como Pacto Familiar, os seguintes pronomes de tratamento eram reconhecidos a membros da Casa de Orléans e Bragança, além dos que já possuíam por direito:[18]
Sua Alteza Imperial e Real: atribuído aos descendestes agnáticos legítimos do Conde d’Eu e da Princesa Isabel, que possuíssem o tratamento de Alteza Imperial.[19]
Sua Alteza Real: atribuídos aos descendentes agnáticos do Conde d’Eu e da Princesa Isabel, que possuíssem o tratamento de Altezas.
No ano de 1918, já na República Velha e durante o mandato do presidente Venceslau Brás, os membros remanescentes da família imperial brasileira e seus descendentes eram:[20][21]
A “Lista da Familia Imperial”, publicada em 2024 no Anuário da Casa Imperial, menciona os descendentes de Pedro Henrique e seus cônjuges, exceto aqueles nascidos fora do casamento, ou de um segundo casamento do qual o anterior tenha sido divorciado. A lista não inclui os membros do chamado Ramo de Petrópolis, pois os membros vivos deste ramo possuem parentesco colateral acima do quarto grau em relação ao atual chefe da casa imperial Bertrand, o que pela legislação brasileira atual torna seu parentesco juridicamente inexistente.[22]
A atual bandeira presidencial brasileira é a versão adaptada do estandarte dos imperadores, Pedro I e Pedro II, que consistia em um retângulo todo em verde tendo ao centro o brasão nacional da época na cor amarelo ouro e com ramos trifoliares de tabaco nos cantos também em amarelo ouro.[24] Quanto ao uso da cor no gorro da coroa atualmente existe, na internet, muita inobservação a respeito do padrão heráldico, ora na cor vermelha ora na cor verde, mas a regra já foi definida desde Taunay e D. Pedro I que fisicamente o gorro da coroa é verde. Para diferi do gorro da coroa real portuguesa que é vermelho tanto fisicamente como heraldicamente, mas que sua representação heráldica seria o vermelho . Assim, no padrão brasileiro, quando o desenho for nos brasões a cor do referido gorro será sempre em vermelho.[25]
Estandarte do Imperador.
Estandarte do Príncipe Imperial do Brasil, que era o herdeiro do trono.
Estandarte da princesa Isabel após o casamento, em face disso, tem as armas do Conde d'Eu integrada ao centro.
Palácios e edifícios governamentais
Alguns dos palácios brasileiros mais importantes foram construídos para a família imperial brasileira para uso privado ou governamental. Quando a república foi proclamada, em 1889, muitos deles foram incorporados ao patrimônio da União.
O Palácio Imperial de Petrópolis foi a residência de verão da Família Imperial em Petrópolis. Foi comprada como propriedade particular por Dom Pedro I e herdada por Dom Pedro II e depois pela Princesa Isabel, que o alugou para um educandario. Foi adquirido pela Congregação da Missão e funcionou como escola particular católica antes da União o adquirir e o transformar em museu.
A Casa da Princesa Isabel foi a residência particular da princesa Isabel e sua família em Petrópolis. Pertence a Família Orléans e Bragança como bem particular
O Palácio do Grão-Pará, em Petrópolis, foi uma das propriedades particulares recuperadas pela Família Orléans e Bragança em 1925, e onde alguns descendentes ainda residem.
↑Teresa Cristina teve sua nacionalidade brasileira reconhecida em 1938, durante sua primeira visita ao país. Seus irmãos renunciaram aos seus eventuais direitos à coroa do Brasil em seu favor, em 27 de dezembro de 1937. Todos os quatro filhos da princesa foram registrados no consulado brasileiro em Viena. (Lessa, p. 132)
↑Antes pertencia a Ordem dos Jesuítas e depois a Coroa de Portugal
Referências
↑SMITH, Peter H. Democracy in Latin America. [S.l.: s.n.] 148 páginas
↑Revista CARETA, edição n 638, de 11 de setembro de 1920 e em [1]
↑JANOTTI, Maria de Lourdes (1986). Os Subversivos da República. São Paulo: Brasiliense, pp. 255–257
↑A Princesa Imperial Viúva, Minha Mãe (1990). Le Temps de ma Mère. Rio de Janeiro: ... p. 39, 40, 41
↑ENACHE, Nicolas (1996). La Descendance de Marie-Therese de Habsburg (em francês). Paris: [s.n.] pp. 71,80. ISBN2-908003-04-X
↑name="2">de Badts de Cugnac, Chantal. Coutant de Saisseval, Guy. Le Petit Gotha. Nouvelle Imprimerie Laballery. Paris. 2002. pp. 300-306, 309-311, 316-317, 320-321. (em Francês) ISBN2-9507974-3-1
↑MONTJOUVENT, Philippe de (1998) (em Francês). Le comte de Paris et sa Descendance. Charenton: Éditions du Chaney, p. 97. ISBN2-913211-00-3.
↑VILLON, Victor (2008). Elisabeth Dobrzensky von Dobrzenicz "Empress of Brazil". In: Royalty Digest Quarterly, 3, p. 33.
↑Bodstein, Astrid (2006). «The Imperial Family of Brazil». Royalty Digest Quarterly (3)
↑de Badts de Cugnac, Chantal. Coutant de Saisseval, Guy. Le Petit Gotha. Nouvelle Imprimerie Laballery. Paris. 2002. pp. 300-306, 309-311, 316-317, 320-321. (em Francês) ISBN2-9507974-3-1
↑Lessa, Clado Ribeiro de (1951). «O Segundo Ramo da Casa Imperial e a nossa Marinha de Guerra». Revista do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro. 211: 118-133
↑BERG, Tiago José. Símbolos do Brasil - bandeiras brasões e hinos dos estados e capitais. São Paulo: Panda Books, 2022. Páginas. 39 e 45. ISBN 9786556972503
↑ Luz, Milton. A História dos Símbolos Nacionais. Edições do Senado Federal, 2005, página 67
2002 filmKlatretøsenDVD coverDirected byHans Fabian WullenweberWritten byNikolaj ArcelErlend LoeProduced byBo EhrhardtLottie Terp JakobsenStarringJulie ZangenbergStefan Pagels AndersenMads RavnAnders W. BerthelsenDistributed byNimbus FilmRelease date2002 (2002)Running time90 minutesLanguageDanishBudget~ US$2,200,000 Klatretøsen (English: The Climbing Girl) is a 2002 Danish crime comedy film directed by Hans Fabian Wullenweber [da; de]. A remake from this Danish blockbuster wa…
Shinji Okazaki岡崎 慎司 Informasi pribadiNama lengkap Shinji OkazakiTanggal lahir 16 April 1986 (umur 37)Tempat lahir Takarazuka, Hyōgo, JepangTinggi 5 ft 8 in (1,73 m)Posisi bermain PenyerangInformasi klubKlub saat ini Sint-Truidense VVNomor 30Karier junior2002–2004 Takigawa Daini High SchoolKarier senior*Tahun Tim Tampil (Gol)2005–2010 Shimizu S-Pulse 121 (42)2011–2013 VfB Stuttgart 63 (10)2013–2015 1. FSV Mainz 05 65 (27)2015–2019 Leicester City 93 (14)2019 …
Former West Vancouver restaurant The Attic was a popular 1,200 seat Smörgåsbord restaurant in West Vancouver, British Columbia that was open from 1968 to 1981.[1] The owners were former Vancouver alderman Frank Baker (1922–1989) and his wife Dorothy.[2] Head shot of Alderman Baker, the co-owner of The Attic, circa 1958. Unique features The Attic is most remembered for a 1964 James Bond car in a glass case as well as a Toronado 67 X[3] built by George Barris for Expo 6…
Asian Games Men at the 2018 Asian GamesVenuesGelora Bung Karno Basketball HallIstora Gelora Bung KarnoDates14 August – 1 September 2018Competitors156 from 13 nationsMedalists China Iran South Korea← 20142022 → Basketball at the2018 Asian Games5x5menwomen3x3menwomenvte Main article: Basketball at the 2018 Asian Games The men's 5-on-5 basketball tournament at the 2018 Asian Games was held in Jakarta, Indonesia from 14 Au…
Purple Loveposter filmSutradaraGuntur SoeharjantoProduserChand Parwez ServiaDitulis olehCassandra MassardiPemeranPashaNirina ZubirKirana LarasatiQory SandiorivaMakkiOnciEndaRowmanHenidar AmroeUnangImey LiemDjenar Maesa AyuPenata musikTya SubiaktoSinematograferFajar SubektiPenyuntingCesa David LuckmansyahRyan PurwokoDistributorKharisma Starvision PlusTanggal rilis12 April 2011Durasi99 menitNegaraIndonesia Purple Love adalah film drama Indonesia yang dirilis pada 12 Mei 2011 dengan disutrada…
Dessert made with gelatin This article is about jelly desserts. For jelly preserves, see Jelly (fruit preserve). Gelatin dessertA multicoloured layered gelatin-based dessertTypeDessertPlace of originUnited KingdomServing temperatureChilledMain ingredientsGelatin Cookbook: Gelatin dessert Media: Gelatin dessert Gelatin desserts are desserts made with a sweetened and flavoured processed collagen product (gelatin). This kind of dessert was first recorded as jelly by Hannah Glasse in her 1…
Nikolaus August Otto Nikolaus August Otto (Holzhausen an der Haide, 10 giugno 1832 – Colonia, 26 gennaio 1891) è stato un ingegnere tedesco, inventore del primo motore a combustione interna a quattro tempi. Indice 1 Biografia 2 Vita privata 3 Rivendicazioni brevettuali 4 Omaggi 5 Galleria d'immagini 6 Note 7 Bibliografia 8 Voci correlate 9 Altri progetti 10 Collegamenti esterni Biografia Otto era l'ultimo di sei figli del gestore del locale ufficio postale. Ancora bambino, Nikolaus Otto rimas…
Imam Sufaat Kepala Staf TNI Angkatan Udara ke-18Masa jabatan9 November 2009 – 17 Desember 2012PresidenSusilo Bambang YudhoyonoPendahuluSoebandrioPenggantiIda Bagus Putu Dunia Informasi pribadiLahir(1955-01-27)27 Januari 1955 Wates, YogyakartaKebangsaanIndonesiaAlma materAkademi Angkatan Udara 1978ProfesiTentaraKarier militerPihak IndonesiaDinas/cabang TNI Angkatan UdaraMasa dinas1978 - 2012Pangkat Marsekal TNINRP504250SatuanKorps PenerbangSunting kotak info • L…
Taneti MaamauTaneti Maamau Presiden Kiribati ke-5PetahanaMulai menjabat 11 Maret 2016Wakil PresidenKourabi NenemTeuea ToatuPendahuluAnote TongPenggantiPetahana Informasi pribadiLahir16 September 1960 (umur 63)Onotoa, Kepulauan Gilbert dan Ellice (sekarang Kiribati)Partai politikPartai Tobwaan KiribatiSuami/istriTeiraeng MamauSunting kotak info • L • B Taneti Maamau (lahir 16 September 1960)[1] adalah seorang politikus Kiribati yang menjadi Presiden Kiribati saat in…
Ideology that supports cooperation between the Scandinavian countries and people Not to be confused with the Nordic Model. A 19th-century poster image of (from left to right) Norwegian, Danish and Swedish soldiers joining hands. The Norwegian and Swedish flags have the union mark. An 1856 meeting of Scandinavian students in Uppsala, Sweden, with a parade marching next to Svandammen Scandinavism (Danish: skandinavisme; Norwegian: skandinavisme; Swedish: skandinavism), also called Scandinavianism&…
American screenwriter, playwright, performer (born 1971) For the educational theorist, see Geoff Whitty. This article may need to be rewritten to comply with Wikipedia's quality standards. You can help. The talk page may contain suggestions. (June 2023) Jeffrey WhittyBornJeffrey Daniel Whitty (1971-09-30) September 30, 1971 (age 52)Coos Bay, Oregon, United StatesOccupationScreenwriter, playwright, actorEducationUniversity of Oregon (BA)New York University (MFA)Notable worksAvenue Q, The Fur…
Judelle La Judelle à Savigny-en-Sancerre. Caractéristiques Longueur 11,6 km [1] Bassin collecteur Loire Débit moyen (Savigny-en-Sancerre) Régime pluvial Cours Source Le Fait des Marnes · Localisation Savigny-en-Sancerre · Altitude 241 m · Coordonnées 47° 25′ 49″ N, 2° 47′ 10″ E Confluence Loire · Localisation Léré · Altitude 138 m · Coordonnées 47° 29′ 02″ N, 2° 53′ 50″ E Géographie Prin…
Computer algebra system XcasXcas, the swiss knife for mathematicsDeveloper(s)Bernard Parisse [fr]Initial release2000; 24 years ago (2000)Stable release1.9.0.93[1] (14 February 2024; 2 months ago (14 February 2024)) Repositorysourceforge.net/p/xcas/code/HEAD/tree/ Written inC++Operating systemWindows, macOS, Linux, FreeBSD, Android, iOSTypeComputer algebra system (CAS)LicenseGNU GPLWebsitexcas.univ-grenoble-alpes.fr/en.html Figure 1. Xcas …
This article contains content that is written like an advertisement. Please help improve it by removing promotional content and inappropriate external links, and by adding encyclopedic content written from a neutral point of view. (March 2015) (Learn how and when to remove this message) DaylifeType of siteB2B cloud media servicesAvailable inEnglishFounded2006Dissolved2016OwnerNewsCredCreated byDaylife, IncURLhttp://daylife.comCommercialYesRegistrationNot requiredLaunchedJan 2006Current…
The Trashmen Paese d'origine Stati Uniti GenereProto-punkSurf musicRock and rollGarage rockFrat rock Periodo di attività musicale1962 – 19671982 – 19891999 – 2016 Album pubblicati9 Studio1 Live2 Raccolte6 Modifica dati su Wikidata · Manuale The Trashmen fu un gruppo musicale di genere surf e rock and roll attivo durante gli anni sessanta[1][2][3] e poi da metà degli anni settanta a metà degli ottanta e poi nuovame…
Sveta Света Administration Pays Macédoine du Nord Municipalité Demir Hisar Démographie Population 332 hab. (2002) Géographie Coordonnées 41° 16′ 00″ nord, 21° 16′ 22″ est Altitude 671 m Localisation Géolocalisation sur la carte : Macédoine du Nord Sveta Géolocalisation sur la carte : Macédoine du Nord Sveta Géolocalisation sur la carte : Europe Sveta modifier Sveta (en macédonien Света) est un village du …