Grande Prêmio do Barém de 2016 (formalmente denominado 2016 Formula 1 Gulf Air Bahrain Grand Prix) foi a segunda etapa da temporada de 2016 da Fórmula 1. Foi disputado no dia 03 de abril de 2016 no Circuito Internacional do Barém.[1]
Relatório
Antecedentes
Sistema de Classificação
O novo sistema de classificação utilizado no grande prêmio anterior não agradou. O formato elimina progressivamente os pilotos durante as sessões, em vez de isso ocorrer no final de cada uma. As eliminações do último colocado acontecem a cada 90 segundos após sete minutos de treino no Q1, seis no Q2 e cinco no Q3.[2][3] O modelo novo foi criticado por Bernie Ecclestone que classificou como “uma porcaria”. Lewis Hamilton afirmou que “disse desde o começo que não era o caminho certo”. Sebastian Vettel disse “acreditar que a torcida prefere ver duelo entre os melhores no final”.[2][3]
Em reunião no domingo, 20 de março, pouco antes da corrida, as escuderia concordaram de forma unânime em voltar ao modelo antigo. A decisão ainda precisa ser aprovada pelo Grupo Estratégico da F1 e pela Federação Internacional de Automobilismo.[4][5] Já na semana da corrida no Barém, houve nova reunião, onde a ideia inicial das equipes era abolir o novo sistema, mas a decisão final foi por mantê-lo inalterado, já que não houve unanimidade na Comissão da F1. Red Bull e McLaren não quiseram um formato híbrido, com o Q1 e Q2 seguindo eliminatórios e o Q3 voltando a ser como nos últimos dez anos.[6]
Assim como em Melbourne, o Q1 foi emocionante e com pista cheia. Felipe Nasr foi a primeira vítima a ser eliminada, além de não contar com um bom carro, o brasileiro ainda errou em sua tentativa de volta rápida e deixou a sessão logo de cara. Na sequência, foram eliminados Rio Haryanto (Manor), Jolyon Palmer (Renault) e Kevin Magnussen (Renault). A surpresa negativa foi a queda precoce de Sergio Pérez, com a Force India, em 18º. Já o destaque positivo ficou por conta de Pascal Wehrlein (Manor).[9] Aposta da Mercedes para o futuro, o jovem alemão da pequena Manor foi salvando o pescoço, sendo somente o último a ser cortado do Q1, ficando com o 16º lugar. Destaque também para os carros da Haas, com Romain Grosjean e Esteban Gutiérrez avançando com tranquilidade em 11º e 13º. Rosberg terminou com o melhor tempo da primeira parte do treino.[10]
Q2
Já o Q2 foi marcado por poucos carros na pista. O primeiro eliminado do Q2 foi Daniil Kvyat. O próximo da fila foi Jenson Button, que caiu duas posições antes de seu companheiro de McLaren nesta prova, o estreante Stoffel Vandoorne[9] (12º), substituto de Fernando Alonso, vetado pela equipe médica da FIA. Logo depois, foram cortados os jovens da STR, Carlos Sainz Jr. e Max Verstappen. A dupla da Haas também ficou pelo caminho: Gutiérrez em 13º, e Grosjean em 9º.[9] Hamilton ditou o ritmo e fez o melhor tempo da segunda parte da sessão.[10]
Q3
O Q3 também teve pouca movimentação na pista, mas foi um pouco mais emocionante que a disputa na Austrália, graças a uma segunda tentativa de Lewis Hamilton. Nos primeiros minutos do Q3, Nico Rosberg se tornou o primeiro do fim de semana a baixar da casa do 1m30s, anotando 1m29s897 e saindo na frente, acompanhado de Vettel, Raikkonen e Hamilton, que escapou na última curva em sua volta.
Em oitavo, Nico Hulkenberg foi o primeiro a ser eliminado no Q3. Na sequência, caíram Massa, Bottas e Ricciardo, que sequer fizeram outras tentativas e já se encontravam nos boxes. As Mercedes e Ferraris, porém, voltaram para a pista nos minutos finais. E Hamilton se recuperou do erro, cravou 1m29s493 e assumiu a ponta. Kimi Raikkonen e Sebastian Vettel não melhoraram suas marcas e foram eliminados. Restava saber se Rosberg ainda faria mais uma tentativa. O alemão, porém, tirou o pé, e a pole ficou mesmo com Hamilton, segunda pole position na temporada e a 51ª pole na carreira.[9][10]
Corrida
Para Vettel, a corrida acabou antes mesmo de começar. Logo na volta de apresentação, o motor de sua Ferrari estourou e ele teve que abandonar. Azar do alemão, que perdeu a chance de mais uma vez dar o bote no pole Hamilton. Em uma largada caótica, Rosberg arrancou melhor que o inglês e assumiu a ponta. A dupla da Williams também tracionou bem e deixou Ricciardo e Raikkonen para trás. Ao dividir a primeira curva com Hamilton, porém, Bottas acabou dando no meio do inglês, que rodou e ficou atravessado na pista, caindo para sétimo. Quem aproveitou a confusão foi Massa, que pulou para segundo. Ao fim da primeira volta a classificação era: Rosberg, Massa, Bottas, Raikkonen, Ricciardo, Grosjean e Hamilton.
Lá atrás, muito tumulto também. Quem se deu mal foram os pilotos da Force India, Nico Hulkenberg e Sergio Pérez se envolveram em incidentes nas voltas iniciais e tiveram que parar nos boxes.
Antes mesmo da 10ª volta, Ricciardo, Massa e Bottas abriram os trabalhos nos boxes. Diferentemente dos demais, que trocaram os supermacios pelos macios, o brasileiro colocou um jogo de pneus médios e retornou em nono. Enquanto isso, Palmer, Button e Gutiérrez abandonavam a prova com problemas mecânicos.
Na 13ª volta, Raikkonen fez seu pit stop e voltou bem atrás de Massa, que acabara de ser ultrapassado por Ricciardo. Rosberg e Hamilton foram aos boxes nas voltas seguintes, adotando táticas diferentes, macios contra médios. Com pneus mais novos, o Homem de Gelo abriu caminho rapidamente, passando Massa, Ricciardo e Kvyat (que não havia parado ainda) e subiu para segundo. A classificação após a primeira rodada de pit stops era: Rosberg, Raikkonen, Ricciardo, Hamilton e Massa.
Com pneus médios, contra supermacios de Grosjean, o brasileiro acabou sendo ultrapassado pelo francês da Haas. Na sequência, perdeu o sexto lugar para Verstappen (macios). Com 18 voltas, Kvyat, enfim, fez seu primeiro pit stop e caiu para 13º. Com isso, Felipe Nasr entrou pela primeira vez na zona de pontuação, em décimo. Mas saiu rapidamente, ao ser passado pelo parceiro de Sauber, Ericsson. Mostrando o potencial da Haas, Grosjean partiu para cima de Ricciardo e tomou a quarta posição do australiano da RBR. Na frente do francês havia apenas Rosberg, Raikkonen e Hamilton.
Na segunda rodada de pit stops, Rosberg, Raikkonen e Hamilton, os três primeiros colocados, optaram por pneus supermacios. Grosjean, em sexto, também. Em quarto, Ricciardo preferiu os macios. Já Massa, em décimo, colocou médios novamente. Depois de todos pararem nos boxes, a classificação era: Rosberg líder, a 9s de Raikkonen. Hamilton aparecia em terceiro, seguido de Ricciardo, Grosjean, Verstappen e Massa. Nasr era o 15º.
No terço final da corrida, Rosberg, Raikkonen e Hamilton fizeram seus terceiros e últimos pit stops, colocando, todos eles, pneus macios. O alemão voltou 5s à frente de Raikkonen, que, por sua vez, tinha 16s de diferença para Hamilton. Com uma estratégia de uma parada a menos, Massa aparecia em sexto, atrás também de Verstappen e Ricciardo. Os três de pneus médios.
Com pneus macios, Grosjean chegou em Massa e passou o brasileiro e subiu para sexto. Ambos ganharam uma colocação com o terceiro pit stop de Verstappen, mas o holandês da STR, com pneus novos, conseguiu retomar a posição de Massa, que caiu para sétimo. Já na frente, nas voltas finais, Rosberg abria vantagem sobre Raikkonen, para uma vitória tranquila. Já o finlandês administrava a diferença sobre Hamilton para assegurar o segundo lugar. Já Massa, com pneus desgastados, não resistiu à pressão de Kvyat, e acabou perdendo o sétimo lugar para o russo na volta final.
O destaque positivo, novamente, ficou por conta de Romain Grosjean, da Haas. O francês deu show de ultrapassagens e chegou em quinto, mostrando que o sexto lugar na estreia da equipe na Fórmula 1 não havia sido por acaso. Menção honrosa a Stoffel Vandoorne que substituiu Fernando Alonso, vetado pelos médicos da FIA, o belga chegou em décimo e pontuou em sua primeira corrida na categoria.[11]
Pneus
Compostos de Pneus fornecidos pela Pirelli para a Temporada de 2016 da Fórmula 1[12]
↑1 - Kevin Magnussen (Renault) foi punido por ignora o pedido de pesagem de seu carro no segundo treino livre desta sexta-feira e vai largar dos boxes na corrida.[15]