A região era inicialmente habitada pelos indígenas da etnia Tapuias/Uruaitis e Barbados e, posteriormente, houve a chegada de portugueses açorianos e dos padres jesuítas e foram construídos os primeiros engenhos, como o Engenho do Itapecuru, por Antônio Muniz Barreiros em 1622, o que gerou diversos conflitos.[6]
A povoação do município teve início na margem direita do rio Itapecuru, em data anterior a 1768. Em 25 de agosto daquele ano, o rei de Portugal informou ao governador do Maranhão que os moradores pediram ao rei alvará de confirmação da vila, que ali teria sido fundada por ordem régia.[7]
O rei Dom José I determinou ao Governador Joaquim de Mello e Póvoas que, após serem ouvidas as autoridades competentes, Ihe fosse enviada por escrito a ordem de criação.[7]
Como a ordem não foi encontrada, o governador informou, em 6 de agosto de 1769, que seria útil que fosse então criada uma vila na região.[7]
Em 27 de novembro de 1817, o rei Dom João VI comunicou ao Ouvidor da comarca do Maranhão, que autorizou José Gonçalves da Silva, fidalgo da casa real, a fundar, a sua própria custa, uma vila em terras que comprasse ou os moradores oferecessem na região.[7]
Em 20 de outubro de 1818, a Provisão Régia determinando a criação da Vila, desmembrada do Município de São Luís, foi lida na presença das autoridades, do clero, da nobreza e do povo, convocados para esse fim.[7]
Foi levantado o pelourinho, foram dados os vivas do estilo, criaram-se por eleição por pelouros, dois juízes ordinários, um juiz de órfão, vereadores e mais oficiais na forma da lei.[7]
Itapecuru-Mirim recebeu prêmio de cidade pela Lei Provincial nº 919 de 21 de julho de 1870.[7]
O Brasão de Itapecuru Mirim foi desenhado por Lourival Cruz Diniz, que, na época, trabalhava como Exator Federal no município, chefiando a Coletoria.
Geografia
O município de Itapecuru Mirim, situa-se na região centro oeste maranhense e na microrregião do Itapecuru, integrando-se a 6ª microrregião homônima como polo de desenvolvimento regional.
O município tem sua sede localizada a margem direita do rio Itapecuru, onde sua posição geográfica está na intersecção do paralelo 3°24 de latitude norte, com meridiano de 22°51 de longitude oeste de Greenwich.
Relevo
O seu relevo é modelado em rochas sedimentares antigas, sendo caracterizado por uma topografia plana e levemente ondulada na porção ocidental. Apresenta pequenas elevações que não ultrapassam a 230 metros de altitude.[6]
Clima
O clima do município é o tropical subúmido, com precipitações anuais que variam de 1.400 a 1.600 mm ao longo dos meses de janeiro a junho e estiagem de julho a dezembro. A temperatura média anual varia de 26 °C a 27 °C, sendo o período mais quente de outubro a novembro.[7]
Vegetação
A vegetação compreende os ecossistemas de cerrado e mata dos cocais, que é uma vegetação de transição entre o cerrado e a Amazônia, com elevado processo de degradação pela ação antrópica.[7]
Hidrografia
A rede hidrográfica do município é composta pelo rio Itapecuru e seus afluentes os riachos: Dom Querer, São José, Forte, Leão, Frecheira, Passarinha, Mocambo, Itapecuruzinho, Picadinha, Vaca Branca, Cova, Riachão, Quebra, Jundiaí, Maniva, Grande, Quebra-Coco, Ipiranga, Mata e Cantagalo.[7]
Economia
O PIB do município é R$ 564.546.900 (22º maior do estado), sendo dividido entre Administração, defesa, educação e saúde públicas e seguridade social (41,50%), Serviços - Exclusive Administração, defesa, educação e saúde públicas e seguridade social (42,62%), Indústria (11,53%) e Agricultura (4,34%).[8]
Tem destaque a indústria de cerâmicas, voltadas para a construção civil e que atendem o mercado regional e de outros estados, além da indústria de alimentos e beneficiamento de grãos (arroz e milho) e derivados do babaçu (sabão, sabonete, loções e óleos).[7]
Infraestrutura
Rodovias
O município é cortado por duas importantes rodovias: a BR-222 que passa pelo centro da cidade, onde se conhece como Avenida Brasil e a BR-135 no bairro do entroncamento que liga o interior à capital, São Luís.
Órgão responsável pela abastecimento da cidade. Atende a área urbana e o povoado Entrocamento, assim como outras localidades vizinhas. A captação é feita no rio Itapecuru e é distribuída.
Equatorial Maranhão
Esta instituição atende a Microrregião de Itapecuru Mirim através da subestação de distribuição de energia, atendendo a área urbana e rural. A cidade é sede da agência regional.
Praças
Para maior comodidade e lazer à população, a cidade conta com algumas praças. As principais são; Praça da Cruz, localizada no centro da cidade em frente a Primeira Igreja Batista; a Praça Gomes de Souza, localizada em frente ao prédio da prefeitura do município; a Praça da saudade, em frente ao cemitério municipal, esta muito utilizada pelos casais de namorados; a Praça da Biblioteca próximo a Igreja Matriz; a praça do Farol, próximo a biblioteca Farol da Educação no bairro Caminho Grande; a praça da Bíblia localizado no bairro Luís Antônio.
O principal centro de saúde da região é o Hospital Regional de Itapecuru-Mirim Adélia Matos Fonseca, administrado pela EMSERH.[9]
Demografia
Comunidades quilombolas
No município, existem em torno de 70 comunidades quilombolas: Pequi, Santa Maria, Santa Maria dos Pretos, Santa Maria dos Pinheiros, Ipiranga da Carmina, Contendas, Filipa, Monge Belo, Moreira, Santa Helena, Santa Rosa dos Pretos, São Pedro, Vista Alegre, Canta Galo, Curitiba, Mirim, Povoado Benfinca, Povoado Mata III, Santana, São Patrício, Povoado Javi, Brasilina, Burangir, Oiteiro dos Nogueiras, Barriguda, Boqueirão, Conceição, Morro Grande, Oiteiro dos Pretos, Abanafogo, Canduru, Dois Mil, Fandango, Flexeira, Juçaral, Leite I, Leite II, Mandioca, Mangal, Mata Frexeira, Santa Helena, Santa Joana, Tingidor, Morros, Mirim, São Sebastião, Santa Rita dos Goveias, Mata do Ipiranga, Pirinã, Nossa Senhora do Rosário, São João dos Corrêas, Santa Isabel, Ribeiro, Vista Alegre, São João do Caru, Satubinha e Mata de São Benedito.[7]
A Fazenda Santa Rosa pertenceu a Joaquim Raimundo Nunes Belfort (1820-1898), o Barão de Santa Rosa, e foi doada em testamento para usufruto a América Henriques (uma de suas escravizadas e com quem teve um filho) e seus descendentes. O território, no entanto, ainda está em processo de titularização e sofre pressões com conflitos fundiários e obras de duplicação de rodovias e ferrovia.
Religião
A religião com mais fiéis em Itapecuru Mirim é a Católica, com mais de 85% da população[11]. A principal igreja da cidade é a Igreja Matriz de Nossa Senhora das Dores. Também se encontram na cidade credos de cunho protestante[12]:
Igrejas pentecostais
Igreja Assembleia de Deus de Goiânia Ministério Cristo Para Todos
O Sítio Paleontológico de Itapecuru-Mirim foi tombado pelo Decreto Estadual n° 12.955, de 12/02/1993, em razão da descoberta do Amazonsaurus maranhensis, que gerou atenção da mídia e do meio científico pelo fato de ser o primeiro exemplar de dinossauro encontrado na região da Amazônia Legal.[16]
Os fragmentos ósseos foram encontrados às margens do rio Itapecuru e o dinossauro tinha em torno de 10 metros de comprimento e era herbívoro, se alimentando das copas das árvores e de arbustos. Pertencia à superfamília de saurópodes chamada Diplodocoidea. Foram encontrados em torno de 100 fragmentos com idade aproximada de 110 milhões de anos.[16]
Casa de Cultura
A antiga Cadeia Pública de Itapecuru (onde o Negro Cosme, um dos líderes da Balaiada, foi preso e enforcado em 1842), construída em 1817, foi desativada em 1970 e transformada na Casa da Cultura Professor João Silveira (1991).[6]
Festas populares
O carnaval do município é considerado um dos mais importantes do estado do Maranhão.
Os principais bairros do município são: Centro, Luís Antônio, Trizidela, Aviação, Mangal Escuro, Malvinas, Caminho Grande, Miquilina, Torre, Rodoviária, Piçarra, Roseana Sarney e DER.[6]
Entre os principais povoados estão: São João dos Matos, Juçaral, Jacaré. Mirinzal, Leite, Santa Helena, Tingidor, Jaiobara dos Rodrigues, Tingidor do Campo, Teso da Tapera, Kelru, Outeiro, Picos I, Picos II, Colombo.[6]
↑IBGE (10 de outubro de 2002). «Área territorial oficial». Resolução da Presidência do IBGE de n° 5 (R.PR-5/02). Consultado em 5 de dezembro de 2010
↑ ab«Estimativa populacional 2019 IBGE». Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). 29 de agosto de 2019. Consultado em 22 de setembro de 2019