Maip é um gênero de dinossaurosterópodes do grupo dos Megarraptores, nativo da Formação Chorrillo, do extremo sul da Patagôniaargentina. Essa formação data do fim do Cretáceo Superior, durante a idade Maastrichtiana, de há 72 a 66 milhões de anos. Até ao momento, somente uma espécie foi nomeada, Maip macrothorax. O nome do gênero foi retirado de uma entidade maligna do folclore Aonikenk que representa a sombra da morte que mata com os ventos gelados e vaga pelos Andes.[1]
Maip provavelmente representa o maior Megarraptor descoberto até agora, alcançando de 9 a 10 metros de comprimento.[1]
Descoberta e nomeação
O holótipo do gênero, MPM 21545, consiste de vértebras dorsais, cervicais (axis), vértebras caudais fragmentadas, costelas cervicais e dorsais, gastralias, um coracoide esquerdo, parte de um metatarso ,partes de uma escápula e um púbis direito. Esses elementos foram encontrados associados, porém desarticulados, em uma área de 5x3 metros em um leito pequeno, de menos de 1 metro de espessura. A localidade desses fósseis é chamada de Localidade 3 do "Megaraptorid Site", na Fazenda La Anita, 30 quilômetros a sudoeste da cidade de El Calafate, na província de Santa Cruz, no sul da Argentina. As rochas dessa região pertencem a formação Chorrillo, que data da idade Maastrichtiana do fim do Cretáceo, há entre 72 e 66 milhões de anos.[1][2]
O nome Maip vem do folclore Aonikenk e referencia uma entidade maligna que representa a sombra da morte e mata com os ventos gelados das montanhas, nativo dos Andes. Já o epíteto específico M.macrothorax une macro, que significa grande, e thorax, cavidade torácica. Assim, temos a combinação "Sombra da Morte de tórax grande".[1]
Descrição e paleobiologia
Assim como os outros membros do clado Megaraptora, Maip era um dinossauro carnívoro e bípede, com crânio levemente alongado e baixo, não tanto quanto os Spinosauridae ou Unenlagiinae, porém não tão robustos quanto os Tyrannosauridae e Carcharodontosauridae, e de mãos e garras muito desenvolvidas. Devido ao seu tamanho avantajado (9 a 10 metros de comprimento), é provável que Maip se alimentasse de presas maiores e consequentemente tivesse proporções diferentes em relação aos outros Megarraptores, porém sem espécimes mais completos não é possível afirmar.[1][3]
Após a extinção dos Carcharodontosauridae, no turoniano, os Megarraptores e Abelissaurídeos apresentaram uma contínua tendência de aumento de tamanho, culminando em Maip. A ausência desses predadores gigantes permitiu que outros grupos de terópodes se diversificassem e ocupassem os nichos de superpredador.[1]
As costelas e vértebras de Maip demonstraram cicatrizes de ligamento de tendões semelhantes as de aves atuais, inferindo uma grande capacidade pulmonar, provavelmente relacionada com sistemas de sacos aéreos, já vistos em outros Megaraptora.[1][4][5]
No artigo de sua descrição, Maip foi encontrado dentro de uma politomia com outros táxons argentinos do fim do cretáceo. Fora desse clado, estão os megarraptorídeos da América do Sul, porém mais antigos e antes estão os megarraptorídeos da Austrália. Todos esses animais juntos fazem a família Megaraptoridae, dentro do Clado Megaraptora, que também incluiria os táxons asiáticos.[1]
Em concordância com os últimos estudos, Megaraptora foi resolvido como um clado dentro dentro de Coelurosauria e irmão de Tyrannosauroidea.[1]