Pátio do Colégio
O Pátio do Colégio[nota 1] é onde foi levantada a primeira construção da atual cidade de São Paulo, no atual Centro Histórico, quando o padre Manuel da Nóbrega e o então noviço José de Anchieta, bem como outros padres jesuítas a pedido de Portugal e da Companhia de Jesus, estabeleceram um núcleo para fins de catequização de indígenas no Planalto. É uma obra apostólica pertencente à Companhia de Jesus. Composto pelo Museu Anchieta, Auditório Manoel da Nóbrega, Galeria Tenerife, praça Ilhas Canárias (Café do Pátio), Igreja São José de Anchieta (abriga o fêmur de José de Anchieta),[1] a Cripta Tibiriçá e a Biblioteca Padre Antônio Vieira. Também integram o complexo Pateo do Collegio o Museu de Arte Sacra dos Jesuítas e o projeto social Oficinas Culturais Anchieta, ambos no município de Embu das Artes. HistóriaO Pátio do Colégio é o marco inicial do nascimento da cidade de São Paulo. O local, no alto de uma colina entre os rios Tamanduateí e Anhangabaú, foi o escolhido para iniciar a catequização dos indígenas.[2] Em 25 de janeiro de 1554, foi realizada, diante da cabana coberta de folhas de palmeira de cerca de noventa metros quadrados - ou, como descrita por Anchieta, de dez por catorze passos craveiros (passo craveiro era uma medida linear portuguesa) - a missa que oficializou o nascimento do colégio jesuíta. Este conhecido como Real Colégio de São Paulo de Piratininga.[2] Em 1556, o padre Afonso Brás, precursor da arquitetura brasileira, foi o responsável pela construção em taipa de pilão de um colégio e igreja anexa. Brigas entre os colonos e os religiosos que defendiam os indígenas culminaram na expulsão dos jesuítas do local em 1640, para onde só retornariam treze anos mais tarde. Na segunda metade do século XVII, foi erigida a terceira edificação, de taipa de pilão e pedra.[2] O Pátio do Colégio foi sede do governo paulista entre os anos de 1765 e 1912, após a apropriação do local pelo Estado, servindo como palácio dos Governadores, devido à expulsão dos jesuítas de terras portuguesas, determinada pelo marquês de Pombal em 1759. Com a mudança, o Pátio do Colégio recebeu o nome de Largo do Palácio, comportando assim o centro cívico e cultural da cidade.[2] Em 1770, passou a abrigar a sessão inaugural da Academia Paulista de Letras, a chamada “Academia dos Felizes”. Nos arredores foram constituídos a Casa de Ópera, a Casa de Fundição, as feiras da Rua do Carmo, o conjunto de habitações do Solar da Marquesa e o comércio da Ladeira do Palácio.[2] O antigo casarão colonial foi completamente descaracterizado por profundas reformas durante todo esse período, sobretudo no último quartel do século XIX. Algumas tiveram como objetivo adaptar o Palácio do Governo às repartições provenientes do desenvolvimento dos serviços públicos. Em 1881, Florêncio de Abreu, ao assumir a presidência da província, realizou transformações radicais no palácio. Remodelou-se totalmente a fachada principal; e sua ala perpendicular, local onde funcionou a primeira sede do Correio Geral de São Paulo, foi derrubada.[2] Em 1896, o palácio dos Governadores foi parcialmente demolido e modificado, e em 1953, foi completamente demolido. Em dezembro de 1936, o último lampião a gás da cidade, para uso operacional, foi desligado.[3] A edificação atual, que tem inspiração na construção original seiscentista, foi construída entre 1954 e 1979. Nela, há fragmentos de uma parede de 1585, remanescente do antigo colégio dos jesuítas.[2] Abriga o Museu Anchieta,[2] que reúne um acervo de aproximadamente setecentos objetos, expostos em seis salas.[4] Em 2018, o edifício sofreu uma intervenção, feita pelo Coletivo M.I.A. como protesto: "A crítica é geral, para as pessoas olharem umas às outras." diz um dos autores João França.[5][6] AtividadesReligiosasA Bênção das Rosas é uma solenidade que foi introduzida pelos jesuítas no Brasil na solenidade que criou a Congregação de Nossa Senhora do Rosário na Vila de Piratininga em 1583. As rosas foram trazidas para o Brasil pelo Padre Anchieta 1560 e 1570. São celebradas missas na Igreja.[7] A casa também promove ações religiosas e cursos de temática religiosa.[8] CulturaisA instituição mantém uma programação de concertos com orquestras e corais. O público adulto pode apreciar concertos e apresentações de grupos folclóricos, já as crianças participam de uma série de oficinas de arte e história, teatro de fantoche, caça ao tesouro etc. O museu possui um acervo de arte sacra e diferentes suportes da memória, como iconografia inédita, textos explicativos, mapas e maquete sobre a história do Pátio do Colégio e da cidade de São Paulo no século XVI. A Biblioteca Padre Antônio Vieira é especializada em história do Brasil e da Companhia de Jesus. Possui seis mil títulos catalogados e mais sete mil em catalogação.[9] Edifícios
Ver tambémNotas e referênciasNotas
Referências
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