Nasceu em Uberlândia no ano de 1919 e era filho de Raulino Cotta Pacheco e Nicolina dos Santos Pacheco. Iniciou o curso de Direito na terra natal e, em seguida, foi para a capital Belo Horizonte onde concluiu os estudos, advogou e iniciou a carreira pública.
Carreira política
Começou a vida política ainda estudante da Faculdade de Direito da UMG, hoje UFMG, quando em 1942, foi Presidente do CAAP - Centro Acadêmico Afonso Pena - uma das mais tradicionais entidades estudantis do Brasil e a mais antiga de Minas Gerais, combatendo o Estado Novo no período da ditadura do ex-presidente Getúlio Vargas. Participou da elaboração do Manifesto dos Mineiros de 24 de outubro de 1943 em defesa da redemocratização e do fim do Estado Novo. Concluído o bacharelado em Direito advogou no escritório de Abílio Machado junto com nomes como Pedro Aleixo.
Foi um dos fundadores da União Democrática Nacional, em 1945.[1] Em 1947 foi eleito para a Assembléia Legislativa de Minas Gerais como Constituinte Estadual. Foi eleito deputado federal em 1950, foi releito sucessivamente e permaneceu no congresso até 1967, quando foi para a casa civil da presidência.[1]
Na década de 1960, havia se aliado a movimentos conservadores que apoiaram a destituição do presidente João Goulart, foi uma das lideranças civis do regime militar. Era porém considerado uma figura incômoda pela linha dura do regime militar. O chefe do Gabinete Civil do presidente Costa e Silva foi quem sentou com o ministro da Justiça, Gama e Silva, antes da reunião do Conselho de Segurança e retirou os pontos mais duros da primeira proposta do Ato Institucional nº 5. Entre os itens que foram modificados, estava o fechamento do Congresso e do Supremo Tribunal Federal.[1]
Foi um dos votos mais reticentes. Declarou, durante a reunião do Conselho de Segurança, que não teve "outro rumo a tomar, outro caminho a escolher" senão o de aceitar o ato. Quando o presidente ia passar para outro ministro, Pacheco pediu de volta o direito de fala e fez outra ponderação - propôs um prazo de um ano para a vigência do ato, mas infelizmente o Conselho de Segurança aprovou o AI-5 sem a determinação do prazo de um ano proposto por Rondon Pacheco.
Em 14 de agosto de 1969 pelo decreto lei 762 criou a Universidade de Uberlândia (UnU) posteriormente Universidade Federal de Uberlândia quando foi ministro-chefe do gabinete do presidente Arthur da Costa e Silva. No afastamento deste por doença, permaneceu no Gabinete Civil e teve participação na regulamentação das profissões de Fisioterapeuta e de Terapeuta Ocupacional ao encaminhar para assinatura dos componentes da Junta militar de 1969 em 13 de outubro o Decreto-Lei 938, duas semanas antes da posse do presidente Médici.
Em 3 de outubro de 1970 foi eleito Governador de Minas Gerais pela Assembleia Legislativa, assumindo o cargo em 15 de março de 1971.
Como Governador de Minas Gerais implantou a fábrica a Fiat Automóveis S.A. na década de 70. Antes de tomar posse, visitou Gianni Agnelli (1921-2003), presidente da Fiat, em Turim, dando início a negociações que culminaram com a assinatura, em 14 de março de 1973, do "Acordo de Comunhão de Interesses para a implantação de uma indústria automobilística em Betim, Minas Gerais". O primeiro presidente da empresa foi o engenheiro Adolfo Neves Martins da Costa.[3]
Três anos depois, em 9 de julho de 1976, a fábrica era inaugurada, com a presença de Agnelli e do então presidente brasileiro Ernesto Geisel. A Fiat brasileira é até hoje líder de mercado no Brasil, a maior indústria de Minas Gerais e a maior fábrica da Fiat em todo o mundo.
Com a extinção do bipartidarismo, se filiou ao PDS e em 1982 se elegeu deputado federal novamente.[1] Foi um dos 113 deputados ausentes na votação da Emenda Dante de Oliveira em 1984 que propunha Eleições Diretas para Presidência da República, faltaram vinte e dois votos para a emenda ser aprovada.[4]
Em 1986 se candidatou ao senado, experimentando sua primeira derrota política.[1]
Morte
Morreu em sua residência na cidade de Uberlândia, aos 96 anos, após uma longa internação para tratar uma pneumonia.[5][6] Até então é o governador mais longevo da história de Minas Gerais.[7]