Ronald de Carvalho
Ronald Arthur Paula e Silva de Carvalho (Rio de Janeiro, 16 de maio de 1893 — Rio de Janeiro, 15 de fevereiro de 1935) foi um poeta e político brasileiro. Colaborou na edição n.º 1 da Orpheu.[1][2][3] BiografiaRonald de Carvalho era filho do engenheiro naval Artur Augusto de Carvalho e de Alice Paula e Silva Figueiredo de Carvalho, concluindo o curso secundário no Colégio naval.[4][5] Entrou na Faculdade Livre de Sciencias Juridicas e Sociaes do Rio de Janeiro, precursora da atual Faculdade Nacional de Direito da UFRJ, fazendo bacharelado em 1912. Desde 1910 trabalhava como jornalista, no Diário de Notícias, cujo diretor era Ruy Barbosa. Em sua ida para a Europa, cursou Filosofia e Sociologia em Paris. Ao voltar para o Brasil, entrou para o Itamaraty. Em 1922, participou da Semana de Arte Moderna, que ocorreu em 13, 15 e 17 de fevereiro de 1922 no Teatro Municipal de São Paulo, e que foi o momento determinante do Modernismo brasileiro.[6][7] A 7 de junho de 1923, foi agraciado com o grau de Oficial da Ordem Militar de Sant'Iago da Espada, de Portugal.[8] Em 1924 dirigiu a Seção dos Negócios Políticos e Diplomáticos na Europa. Durante a gestão de Félix Pacheco, esteve no México, como hóspede de honra daquele governo. Em 1926 foi oficial de gabinete do ministro Otávio Mangabeira. Em 1930, o seu poema Brasil foi entusiasticamente lido na conferência Poesia Moderníssima do Brasil, apresentada pelo professor Manoel de Souza Pinto, da Cadeira de Estudos Brasileiros da Faculdade de Letras de Coimbra (tal estudo saiu estampado depois no Jornal do Commercio, Rio de Janeiro, domingo, 11 de janeiro de 1931, página 3). Exerceu cargos diplomáticos de relevância, servindo na Embaixada de Paris, com o embaixador Sousa Dantas, por dois anos, e depois em Haia (Países Baixos). Retornou a Paris, de onde, em 1933, foi removido para o Rio de Janeiro.[9][10][11] Foi secretário de Getúlio Vargas na Presidência da República, cargo que ocupava quando morreu. Em concurso realizado pelo Diário de Notícias, em 1935, foi eleito Príncipe dos Prosadores Brasileiros, em substituição a Coelho Neto. Colaborou, com destaque, em O Jornal e também se encontra colaboração da sua autoria na II série da revista Alma nova [12] (1915-1918) e Atlântida [13] (1915-1920). Casou com Leilah Accioly de Carvalho, com quem teve quatro filhos.[14][15][16] Ronald de Carvalho faleceu com 41 anos de idade, vítima de acidente automobilístico, no Rio de Janeiro, em 15 de fevereiro de 1935. LiteraturaNa biblioteca de Fernando Pessoa da Casa Fernando Pessoa, em Lisboa, existe um exemplar do livro Luz Gloriosa -- Poema de Ronald de Carvalho, com o seguinte colofon:
Este exemplar foi oferecido a Fernando Pessoa pelo autor e enviado através de Luís de Montalvor, no seu regresso a Lisboa após dois anos como secretário da Embaixada de Portugal no Rio de Janeiro. O livro tem uma dedicatória escrita pelo punho de Ronald de Carvalho:
Em 29 de fevereiro de 1915, Fernando Pessoa escreveu ao autor, agradecendo o livro que este lhe oferecera e fazendo uma apreciação de Luz Gloriosa:
A crítica de Fernando Pessoa parece ter influenciado o escritor brasileiro, que iria aderir ao modernismo, destacando-se a sua intervenção na Semana de Arte Moderna. Cinco anos mais novo do que Fernando Pessoa, Ronald de Carvalho viria a morrer, por coincidência, no mesmo ano do escritor português. Orpheu – Revista Trimestral de LiteraturaRonald de Carvalho foi, em conjunto com Luís de Montalvor, diretor do primeiro número da revista literária Orpheu, publicada em Lisboa em Março de 1915, causando enorme polémica. Esta revista, de que se publicaram apenas dois números, foi uma das mais importantes no panorama literário português, contribuindo decisivamente para a introdução do modernismo em Portugal e exercendo uma duradoura influência na literatura portuguesa do século XX. Para além desses dois escritores, Orpheu publicou grandes nomes das letras portuguesas, como Fernando Pessoa, Mário de Sá-Carneiro e José de Almada-Negreiros. Na folha de rosto do primeiro número da «revista trimestral de literatura» Orpheu, correspondente ao primeiro trimestre de 1915, pode ler-se:
Luiz de Montalvor—17, Caminho do Forno do Tijolo—LISBOA
Ronald de Carvalho—104, Rua Humaytá—RIO DE JANEIRO Nas páginas 21 a 25 a mesma revista contém os poemas de Ronald de Carvalho «A Alma que Passa», «Lampada Nocturna», «Torre Ignota», «O Elogio dos Repuxos» e «Reflexos (Poema da Alma enferma)». Obras
Ver tambémReferências
Ligações externas
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