Sendo uma cidade moderna em meio à antiguidade do Oriente Médio, a metrópole concentra mais da metade da indústria nacional, incluindo fábricas de automóveis, eletrônicos, equipamentos elétricos, armamentos, têxteis, açúcar, cimento e químicos. É também famosa pela venda de tapetes orientais, móveis e outros artesanatos. Há uma refinaria de petróleo nas cercanias. Além disso, a cidade goza de numerosos museus, galerias de arte, palácios e centros culturais.
Teerã espalha-se por uma imensa extensão geográfica aos sopés da cadeia de Alborz e dispõe de uma intensa rede rodoviária, a qual não há paralelo no Oriente Médio. É também o maior nó ferroviário do país e possui dois aeroportos internacionais.
A palavra "Tehran" é derivada de Tirã(o) ou Tirgã(o), que significa "a morada de Tir" (a divindade zoroastrista associada a Hermes). Esta antiga aldeia de Tiran era vizinha de Merã (a morada de Mer ou Mitra), ambas sendo dominadas pela grande cidade de Ray ou Rhages. Merã e Ray ainda existem como subúrbios de Teerã.[carece de fontes?]
História
Pré-história
Apesar da região onde se encontra haver sido habitada desde a mais remota antiguidade, Teerã desenvolveu-se como cidade independente apenas em tempos relativamente recentes. Viria a tornar-se a capital da Pérsia aos fins do século XVIII.[carece de fontes?]
Escavações demonstram a existência de assentamentos no local já em 6 000 a.C. Teerã era conhecida como uma aldeia no século IX, mas era de menor importância que a cidade de Rages que floresceu na vizinhança durante a era pré-mongólica. No século XIII, após Rages haver sido arrasada pelos mongóis, muitos de seus habitantes refugiaram-se em Teerã.[carece de fontes?]
Era moderna
Dom Ruy Gonzáles de Clavijo, um diplomatacastelhano, foi provavelmente o primeiro europeu a visitar a cidade, durante sua jornada rumo a Samarcanda, à época a capital dos mongóis. Neste tempo, a cidade não era murada, o que indica sua pouca importância.[carece de fontes?]
No século XVI, Teerã tornou-se a residência dos soberanos safávidas. Tamaspe I ordenou a construção de um bazar, assim como a de um muro ao seu redor. Porém, a cidade perdeu o favor real quando Abas I adoeceu ao passar pela cidade a caminho de a uma guerra contra os uzbeques.[carece de fontes?]
No início do século XVIII, Carim Cã decretou a construção em Teerã de um palácio, um harém, e de escritórios governamentais, possivelmente com a intenção de declará-la sua capital, mas ao final optou por Xiraz. Desde 1795 é a capital do Império Persa, quando o xá Aga Maomé Cã da dinastia Qajar lá foi coroado.[carece de fontes?]
No período pós-guerra, muitos dos antigos monumentos e edifícios da cidade foram demolidos por ordem de Mohammad Reza Pahlavi, o qual havia sucedido seu pai, Reza Pahlavi. O soberano acreditava que a arquitetura tradicional não devesse ser parte de uma cidade moderna, e edifícios típicos dos anos 1950 e 1960 foram construídos em seu lugar, destruindo para sempre grande parte da herança cultural do país, assim como o visual da cidade. Por outro lado, essas reformas resultaram em melhorias na infraestrutura antiquada da cidade.[carece de fontes?]
A partir de 8 de setembro de 1978, começaram demonstrações populares contra a corrupção e repressão do regime imperial, que respondeu com um alto grau de violência, causando centenas de mortes, que por sua vez inspiraram novas demonstrações, ainda mais massivas. Em janeiro do ano seguinte, a monarquia caiu quando o Xá Mohammad Reza Pahlavi se viu obrigado a abandonar o país. A volta, alguns dias mais tarde, do Aiatolá Khomeini após um longo exílio inaugurou a era da República Islâmica.[carece de fontes?]
Em 4 de novembro de 1979, estudantes partidários de Khomeini invadiram a embaixada norte-americana na cidade, a qual suspeitavam corretamente de ser a sede das atividades ilícitas da FBI no país. Os funcionários e fuzileiros navais capturados pelos demonstrantes acabaram sendo detidos por um período de 444 dias.[carece de fontes?]
Durante a Guerra Irã-Iraque entre 1980 e 1988, Teerã foi repetidamente atacada por mísseis tipo scud, resultando em milhares de mortes e ferimentos entre a população civil.[carece de fontes?]
Geografia
Teerã localiza-se a 1 190 m de elevação em uma região de grande variação geográfica. Seus arredores encontram os sopés da Cordilheira Elbruz, cujo mais alto pico, o Damavand, atinge 5 610 m e pode ser facilmente avistado da cidade.[carece de fontes?]
Ao sul da metrópole encontra-se o Dasht-e Kavir ou Grande Deserto Salgado, ao norte, a zona costeira do Mar Cáspio exibe vegetação exuberante graças a um alto índice pluviométrico.[carece de fontes?]
Clima
O clima local é também bastante variável, sendo classificado como semiárido (tipo estepário de estação de chuvas no Inverno) (BShs), com apenas 230 mm de precipitação anual, que cai quase exclusivamente durante no inverno, primavera e outono.[carece de fontes?]
Os verões são bastante cálidos, embora menos que nas regiões de baixa altitude do Médio Oriente, com temperaturas que chegam a atingir 42 °C, enquanto os invernos são relativamente frios, com mínimas que chegam por vezes a -12 °C, e apresentando quedas de neve com certa frequência.[carece de fontes?]
Um plano para mover a capital foi discutido muitas vezes em anos anteriores, devido principalmente aos problemas ambientais da região. Teerã é classificada como uma das cidades mais poluídas do mundo e também está localizada perto de duas grandes falhas geológicas.
A cidade sofre de grave poluição do ar. Cerca de 80% da poluição da cidade é devido ao fluxo de carros.[1] Os 20% restantes são devidos à poluição industrial. Outras estimativas sugerem que as motocicletas sozinhas representam 30% do ar e 50% da poluição sonora em Teerã.[2]
Em 2010, o governo anunciou que "por razões de segurança e administrativas, o plano para mover a capital de Teerã foi finalizado".[3] O Parlamento Iraniano nomeou Piranxar, Ispaã e Semnã como três das principais candidatas para substituir Teerã como a capital. Há planos para mudar 163 empresas estatais para as províncias e várias universidades de Teerã para evitar danos de um potencial terremoto.[3][4]
Vista panorâmica de Teerã.
Demografia
A cidade de Teerã tinha uma população de aproximadamente 7,8 milhões de habitantes em 2006.[5] Com sua atmosfera cosmopolita, Teerã é o lar de diversos grupos étnicos e linguísticos de todo o país. A língua nativa da cidade é o sotaque teerani da língua persa e a maioria das pessoas em Teerã se identificam como persas.[6][7]
No entanto, historicamente, o dialeto nativo original da região de Teerã-Rey não é persa, que é linguisticamente do sudoeste iraniano e se origina em Fars (Pars) no sul do país, mas um dialeto iraniano do noroeste (agora extinto) pertencente à Grupo Central iraniano.[8]
De acordo com um censo de 2010 realizado pelo Departamento de Sociologia da Universidade de Teerã, em muitos distritos da cidade e em várias classes socioeconômicas, 63% das pessoas em Teerã nasceram em Teerã, 98% sabem persa, 75% se identificam como persas étnicos e 13% têm algum grau de proficiência em uma língua européia.[13]
A antiga Teerã sofreu sob a dinastia Pahlevi. Alguns dos bairros de caráter tradicional ainda restantes são: Udlajan, Sangelaj, Bazaar, Chaleh Meydan, Dowlat. Desses, Chaleh Meydan é o mais antigo.[carece de fontes?]
Economia
Teerã é o centro econômico do Irã.[14] Cerca de 30% da força de trabalho do setor público do país e 45% de suas grandes empresas industriais estão localizadas na cidade, sendo que quase metade desses trabalhadores são empregados pelo governo.[15] A maioria dos trabalhadores remanescentes são trabalhadores das fábricas, comerciantes e trabalhadores dos transportes.
Poucas empresas estrangeiras operam em Teerã por causa das complexas relações internacionais do governo do país. Mas antes da Revolução de 1979, muitas empresas estrangeiras estavam ativas nesta região.[16] Muitas indústrias modernas da cidade incluem a fabricação de automóveis, equipamentos eletrônicos e elétricos, armamentos, têxteis, açúcar, cimento e produtos químicos. É também um centro líder para a venda de tapetes e móveis. Há uma refinaria de petróleo perto de Rey, ao sul da região metropolitana de Teerã.[carece de fontes?]
A metrópole de Teerã está equipada com uma rede de rodovias e cruzamentos.[18] De acordo com o chefe do Gabinete de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável do município de Teerã, a cidade foi projetada para ter uma capacidade de cerca de 700 mil carros, mas atualmente tem mais de 5 milhões de automóveis.[19] O setor de automação desenvolveu recentemente, mas as sanções internacionais influenciam os processos de produção.[20]
O sistema de transporte público de Teerã inclui ônibus convencionais, tróleibus e o Bus Rapid Transit (BRT). O sistema de trólebus abriu em 1992, usando uma frota de 65 ônibus articulados construídos por Škoda.[21] Este foi o primeiro sistema de trólebus no Irã e continua sendo o único sistema desse país.[21] Em 2005, os trólebus estavam operando em cinco rotas, todos começando na Praça Imam Hossein,[22] perto da Estação Imam Hossein, na Linha 2 do Metrô de Teerã. Duas rotas que funcionam a nordeste funcionam quase inteiramente em uma via segregada localizado no meio da calçada larga ao longo da Rua Damavand), parando apenas em paradas construídas de propósito, localizadas a cada 500 metros ao longo das rotas, efetivamente fazendo essas rotas de trólebus-BRT (mas não são chamadas assim). As outras três rotas de trólebus correm a sul da Praça Imam Hossein e operam em trânsito misto. Ambas as seções de rotas são atendidas por serviços de parada limitada e serviços locais (fazendo todas as paradas).[22] Uma extensão de 3,2 km da Praça Shoosh para a Praça Rah Ahan e a estação ferroviária aberta em março de 2010.[23]
O BRT de Teerã foi oficialmente inaugurado em 2008 pelo prefeito de Teerã, Mohammad Baqer Qalibaf. O sistema tem três linhas com 60 estações em diferentes áreas da cidade. Em 2011, o BRT tinha uma rede de 100 quilômetros, transportando 1,8 milhão de passageiros diariamente. A cidade também desenvolveu um sistema de compartilhamento de bicicletas que inclui 12 centros em um dos distritos de Teerã.[24]
Teerã é servida pelos aeroportos internacionais de Mehrabad e Khomeini. O Aeroporto de Mehrabad, um antigo aeroporto no oeste de Teerã, que funciona como uma base militar, é usado principalmente para voos domésticos. O aeroporto de Imam Khomeini, localizado a 50 quilômetros ao sul da cidade, lida com os principais voos internacionais.[25]
Cultura
Arquitetura
Os monumentos arquitetônicos sobreviventes mais antigos da cidade são das eras Qajar e Pahlavi. Embora, considerando a área da Grande Teerã, também existam monumentos que datam da era Seljuque; nomeadamente a Torre Toqrol. Há também restos do castelo de Rashkan, que remonta à antiga era do Império Parta, dos quais alguns artefatos estão alojados no Museu Nacional do Irã.[26]
Teerã só teve uma pequena população até o final do século XVIII, mas começou a desempenhar um papel mais importante na sociedade iraniana depois de ter sido escolhida como a capital. Apesar da ocorrência regular de terremotos durante o período Qajar, alguns edifícios históricos permaneceram dessa época.[27]
Teerã é a grande cidade iraniana e é considerada a infraestrutura mais modernizada do país; no entanto, a gentrificação de bairros antigos e a demolição de edifícios de significado cultural causam preocupações.[28]
Doze estâncias de esqui operam no Irã, sendo o mais famoso Tochal, Dizin e Shemshak, todos dentro de uma a três horas da cidade de Teerã. O Tochal Ski Resort é a quinta estação de esqui mais alta do mundo em mais de 3 730 metros acima do nível do mar em seu ponto mais alto. É também a estância de esqui mais próxima do mundo para uma capital. O resort foi concluído em 1976, pouco antes da Revolução de 1979. Tochal está equipado com um elevador de gôndola de 8 km de comprimento que cobre uma enorme distância vertical.[29]
O primeiro clube de futebol de Teerã foi fundado em 1920 e chamava-se Clube do Irã, mas foi dissolvido em 1923. Atualmente, o clube de futebol mais antigo da cidade é o Rah Ahan F.C., fundado em 1937. A cidade recebeu o final da Copa da Ásia de 1968 e da Copa da Ásia de 1976. O Persepolis e o Esteghlal, que são os maiores clubes da cidade e dois dos maiores clubes da Ásia, competem no derby de Teerã. Teerã é também o lar de Ararat F.C., uma popular equipe de futebol armênio-iraniana com sede no Estádio Ararat. O estádio é nomeado após o Monte Ararat, e é dedicado à comunidade armênia da cidade. Os principais clubes da cidade ganharam vários títulos asiáticos e alguns dos seus jogadores são conhecidos internacionalmente[30] Teerã também é o local do estádio nacional de futebol no Estádio Azadi, que tem uma capacidade de 78 mil expectadores. O estádio é um dos maiores estádios do mundo e é onde são realizados muitos dos principais jogos da Primeira Divisão iraniana.[31][32]
↑Mohammad Jalal Abbasi-Shavazi, Peter McDonald, Meimanat Hosseini-Chavoshi, "The Fertility Transition in Iran: Revolution and Reproduction", Springer, 2009. pp 100–101: "The first category is 'Central' where the majority of people are Persian speaking ethnic Fars (provinces of Fars, Hamadã, Ispaã, Marcazi, Qazvin, Qom, Semnã, Iázide and Tehran..."
↑"Chand Darsad Tehranihaa dar Tehran Bedonyaa Amadand"(How many percent of Tehranis were born in Tehran)-actual census done by University of Tehran sociology department. Retrieved December, 2010 [2][3][4][5][6]
↑Gernot L. Windfuhr (1991). «Central Dialects». In: Ehsan Yarshater. Encyclopædia Iranica. 5. Londres e Nova Iorque: Routledge. pp. 242–252. Consultado em 23 de agosto de 2013
↑Chaichian, Mohammad (2009). Town and Country in the Middle East: Iran and Egypt in the Transition to Globalization. Nova Iorque: Lexington Books. pp. 98–103. ISBN978-0-7391-2677-6
1 Frequentemente considerada parte da Ásia Central. 2 Comumente conhecida como Taiwan. 3 Nome completo é Seri Jaiavardenapura-Cota. 4 Formal. 5 Administrativa. 6 Muitas vezes considerado parte da Ásia Central ou do Sul da Ásia. 7 Ver Posições sobre Jerusalém para detalhes sobre Jerusalém como capital do estado. †Nação transcontinental. ‡ Inteiramente no Sudoeste da Ásia, mas com ligações sociopolíticas com a Europa.