Reserva Indígena Yanomami[nota 1] é um território indígena nos estados do Amazonas e Roraima, no Brasil. Sobrepõe-se a várias unidades de conservação federais ou estaduais. É o lar dos povos ianomâmis e iecuanos.
Localização
A Terra Indígena Yanomami tem uma área de 9.664.975 hectares (23.882.670 acres) nos estados do Amazonas e Roraima, no Brasil. O território é limitado pela fronteira com a Venezuela a noroeste. A oeste faz divisa com os territórios indígenas Balaio e Cué-cué/Marabitanas. Cerca de 50% do Parque Nacional do Pico da Neblina cobre a parte ocidental do território. A maior parte da Floresta Nacional do Amazonas está dentro do território, assim como a maior parte do Parque Estadual Serra do Aracá. A sudeste, faz divisa com o Parque Nacional Serra da Mocidade e a Estação Ecológica de Caracaraí. A leste, faz divisa com a Floresta Nacional de Roraima.
Ianomâmis
A Terra Indígena Yanomami abriga os ianomâmis que falam as línguas ninam, sanumá, yanonami e yanomam, da família linguística ianomâmi, e os iecuanos, que falam a língua iecuana, parte das línguas caribes. A população em 1989 era de 9.910 de acordo com a Fundação Nacional do Índio (FUNAI). Isso aumentou constantemente para cerca de 23.512 pessoas em 2016, de acordo com a Sesai.
O estado está representado no território da FUNAI. As organizações indígenas cadastradas incluem a Associação das Mulheres Yanomami (Kumirayoma), Associação de Pais e Mestres Comunitários (APMC), Associação do Povo Ye'Kuana do Brasil (APYB), Associação Texoli, Associação Yanomami do Rio Cauaburis e Afluentes (AYRCA/FOIRN) , Associação Yanomami do Rio Marauiá e do Rio Preto (KURIKAMA), Círculo de Pais e Mestres Escola Estadual (Indígena) Apolinário Gimenes (CIPAMESAG), Federação das Organizações Indígenas do Rio Negro (FOIRN), Hutukara Associação Yanomami (HAY) e Organização dos Povos Indígenas de Roraima (OPIR).
História
A Terra Indígena Yanomami foi criada por meio de uma série de etapas que começaram com a portaria 1.817 de 8 de janeiro de 1985 e levaram à primeira homologação em 16 de fevereiro de 1989. A Floresta Nacional de Roraima foi criada pelo decreto nº 97.545 de 1º de março de 1989 e cobria 2.664.685 hectares do bioma Amazônia. Isso teve o efeito de dividir o território do povo ianomâmi em várias áreas separadas. Em 1990 foram criadas três reservas de mineração de ouro dentro da Floresta Nacional de Roraima. A Terra Indígena Yanomami foi demarcada em 1992 antes da Cúpula da Terra no Rio de Janeiro. O território indígena, com uma área de 9.664.975 hectares, foi criado em 25 de maio de 1992, por decreto do presidente Fernando Collor,[8][9] que homologou demarcação disposta em portaria de 1991 assinada pelo ministro da Justiça Jarbas Passarinho.[10] Pensava-se que este território cobria completamente a área da floresta nacional. Seguiu-se uma vigorosa campanha internacional de apoio ao povo ianomâmi. As minas de ouro foram fechadas e os garimpeiros removidos.
Em um território indígena os indígenas têm o direito exclusivo de uso de acordo com seus costumes e tradições. Embora tecnicamente a Floresta Nacional de Roraima tenha permanecido, a exploração da floresta violaria esses direitos. Em 2001, o IBAMA percebeu que 5% da floresta, ou 142 mil hectares, havia sido deixado de fora do território indígena e decidiu retomar a posse da unidade. No entanto, em meados da década de 1990, dois assentamentos, Samaúma e Vila Nova, ocuparam 50 mil hectares, deixando 92 mil hectares não reclamados. Para regularizar a situação, os limites foram revistos pela lei 12.058 de 13 de outubro de 2009. A floresta nacional redimensionada agora exclui o território indígena. Houve vários outros ajustamentos sendo o mais recente o processo de homologação 954 de 19 de julho de 2012.
As ameaças incluem mineração ilegal, pesca, caça e agricultura. Em 2000, um total de 10.288 hectares foram desmatados. Isso aumentou para 24.571 hectares em 2014.
Crise humanitária de 2022
Notas
- ↑ A palavra Yanomâmi ou Ianomâmi, grafada às vezes erroneamente mesmo em documentos oficiais, é paroxítona terminada em "i", exigindo portanto o acento circunflexo[1][2]
Referências
Bibliografia
- Características da UC, ICMBio, consultado em 19 de maio de 2016
- Carlos Alberto Ricardo (22 de agosto de 2011), Gestão da FLONA Amazonas (PDF), Instituto Socioambiental – ISA, consultado em 20 de maio de 2016
- Floresta Nacional de Roraima, Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade, consultado em 19 de maio de 2016
- PARNA do Pico da Neblina, ISA: Instituto Socioambiental, consultado em 2 de março de 2017
- «Terra Indígena Yanomami», ISA: Instituto Socioambiental, Terras Indígenas no Brasil, consultado em 2 de março de 2017
Ligações externas