Tratado de GanghwaO Tratado de Gangwa, também conhecido como Tratado de Amizade Japão-Coreia ou Tratado de Kanghwa, foi celebrado entre representantes do Império do Japão e do Reino de Joseon em 1876.[1] As negociações foram concluídas em 26 de fevereiro de 1876.[2] AntecedentesApós a Revolução Industrial no século XVIII, as nações europeias começaram a colonizar muitas outras nações menos desenvolvidas na África e Ásia, a ideologia política conhecida como imperialismo. Quase toda a África foi colonizada pelas potências europeias. A maior parte da Ásia Central, Ásia Meridional e Sudeste Asiático, incluindo a Índia, foi tomada por várias potências europeias. A Ásia Oriental também foi invadida pelas potências europeias, começando com a Guerra do Ópio na China pelo Reino Unido e outros países estrangeiros. O império da China foi reduzido para um território semicolonizado. Enquanto isso, o Esquadrão Asiático Americano, sob a liderança de Matthew Calbraith Perry forçou o Japão a abrir suas portas ao mundo ocidental em 1854. Humilhado pelos tratados desiguais e com a expectativa de perder sua independência e integridade para as potências imperialistas, o Japão passou por um rápido processo de transformação, passando de uma sociedade medieval para um estado industrializado moderno. Incidente GanghwaNa Coreia, a forte ditadura de Heungseon Daewongun foi derrubada pela Imperatriz Myeongseong, que instituiu uma política de portas fechadas para as potências europeias. A França e os Estados Unidos já tinham feito algumas tentativas fracassadas de iniciar um comércio com a Dinastia Joseon, todas elas ocorrendo durante a era de Heungseon Daewongun. Entretanto, depois de ele se retirar do poder, muitos novos oficias que apoiavam a ideia de abrir o comércio com o estrangeiros tomaram o poder. Devido a instabilidade política, o Japão desenvolveu um plano para exercer influência na Coreia antes que uma potência europeia conseguisse. Em 1875, o plano foi colocado em prática: o ''Un'yō'', um pequeno navio de guerra japonês sob o comando de Inoue Yoshika, foi despachado para verificar águas costeiras sem a permissão da Coreia. Em 20 de setembro, o navio alcançou a Ilha Ganghwa, que foi um lugar de confrontos violentos entre as forças coreanas e as forças estrangeiras na década anterior. Em 1866, a ilha foi brevemente ocupada pela França, e também, em 1871, sujeita a intervenção americana. As memórias desses confrontos estavam muitos frescas, e havia um pouco de dúvida se a guarnição coreana atiraria contra um navio estrangeiro que se aproximasse. Apesar disso, o Comandante Inoue ordenou que um pequeno barco partisse - alegadamente à procura de água potável. Os fortes coreanos abriram fogo. O Un'yō aproveitou-se de seu poder de fogo superior para revidar e silenciou as armas coreanas. Então, ele atacou outro porto coreano e partiu de volta para o Japão.[3] Provisões do tratadoO Japão empregou a diplomacia das canhoneiras para pressionar a Dinastia Joseon a assinar os tratados desiguais. O pacto abriu a Coreia, assim como a frota do Comodoro Matthew Perry dos Navios Negros abriu o Japão em 1853.[4] De acordo com o tratado, ele acabou com o status de Joseon como um estado tributário da dinastia Qing e abriu três portos ao comércio com o Japão. O tratado também garantiu aos japoneses os mesmos direitos na Coreia que os ocidentais gozavam no Japão, como a extraterritorialidade. Os líderes das negociações do tratado foram Kuroda Kiyotaka, governador de Hokkaido, e Shin Heon, General/Ministro da dinastia Joseon. ConsequênciasNo ano seguinte, uma frota japonesa liderada pelo embaixador especial Kuroda Kiyotaka veio para a Coreia, exigindo desculpas do governo Joseon e um tratado comercial entre as duas nações. O governo coreano decidiu aceitar a exigência, na esperança de importar algumas tecnologias para defender seu país de qualquer invasão futura. No entanto, o tratado veio a ser o primeiro tratado desigual assinado pela Coreia. Ele concedeu direitos extraterritoriais aos cidadãos japoneses na Coreia, e forçou o governo coreano a abrir três portos para o Japão, especificamente Busan, Incheon e Wonsan. Com a assinatura de seu primeiro tratado desigual, a Coreia tornou-se outra presa fácil para muitas potências imperiais; e mais tarde o tratado levou a Coreia a ser anexada pelo Japão. Ver também
Referências
Bibliografia
Notas
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