Campeonato Paulista de Futebol de 1976
O Campeonato Paulista de Futebol de 1976 foi uma competição oficial realizada pela Federação Paulista de Futebol. Teve como campeão o Palmeiras.[5] O jogo decisivo foi uma vitória sobre o XV de Piracicaba, que terminaria o torneio com o vice-campeonato.[6] Depois dessa conquista, o Palmeiras só voltaria a vencer o campeonato paulista em 1993.[7] RegulamentoAs dezoito equipes foram divididas em três grupos "tecnicamente equilibrados",[8] apenas para efeito de classificação, já que todas jogariam contra todas no primeiro turno. Classificaram-se para o returno os quatro primeiros colocados de cada grupo, todos reunidos num grupo único para jogar entre si. A princípio, apenas os três primeiros colocados de cada grupo teriam direito à vaga,[8] mas o número foi aumentado para quatro por grupo após reunião no dia seguinte.[9] A decisão foi tomada devido à pressão de Romeu Italo Ripoli, presidente do XV de Piracicaba, que ameaçou tirar seu clube da disputa se fosse mantida a fórmula anterior.[9] O primeiro colocado do segundo turno ficaria com o título. O time com melhor campanha no primeiro turno (Guarani) ganhou um ponto extra no segundo. "Teremos 40% a menos de jogos, mas o sistema de disputa, tenho certeza, possibilitará excelente arrecadações tanto no turno inicial como, e principalmente, na fase decisiva", disse o superintendente da federação, Cláudio Castilho.[8] A nova fórmula permitiria que vários clubes menores seguissem na disputa do título, e a federação garantia que os clubes eliminados no primeiro turno fariam jogos preliminares no segundo, com direito a participação no borderô.[8] "Ao limitarmos o número de jogos em dezessete [por clube], estamos eliminando 70% das partidas entre 'pequenos', que são altamente deficitárias", explicou José Ferreira Pinto Filho, vice-presidente da entidade.[8] Não houve rebaixamento, mas o Saad, clube convidado para as edições de 1974 e 1975, deixou nesse ano de disputar a Divisão Especial e voltou para a Primeira Divisão (segundo nível do futebol do estado), sob protesto.[10] A decisão foi tomada por Alfredo Metidieri, presidente da FPF que havia sido eleito em janeiro: "Esta presidência houve por bem não usar o mesmo critério [convite] adotado nos outros anos, inclusive devido à falta de datas em função dos jogos da seleção brasileira."[8] Primeiro turnoCinco times chegaram à última rodada com chances de brigar pelo título do turno e consequente ponto extra: Guarani (24 pontos), São Paulo (23 pontos e nove vitórias), Palmeiras (23 pontos e oito vitórias), Ponte Preta (22 pontos e dez vitórias) e Corinthians (22 pontos e nove vitórias).[11] O Guarani do técnico Diede Lameiro venceu o São Bento por 3 a 0 e não deixou chance para os demais.[12] A torcida bugrina fez uma grande festa pelo título do turno, interditando a Praça do Rosário, a principal da cidade.[13] A grande surpresa foi a eliminação do Santos. O clube chegou à última rodada dividindo o quarto lugar do Grupo C com o Noroeste — ambos tinham dezesseis pontos, e os santistas tinham uma vitória a mais —, porém o empate sem gols com a já classificada Ferroviária na Vila Belmiro, na última rodada, fez com que ele dependesse de a Portuguesa Santista arrancar pelo menos um ponto do time de Bauru, no dia seguinte. Mas, mesmo jogando no Estádio Ulrico Mursa, o Noroeste venceu por 2 a 0, com dois gols de Picolé, e ficou com a última vaga do grupo.[14]
Segundo turnoEm seu antepenúltimo jogo, o Palmeiras, com treze pontos, teve confronto direto com o São Paulo, que tinha quatro pontos a menos e só poderia igualar o adversário se vencesse o clássico e seu último jogo, além de o Palmeiras não pontuar mais. A vitória palmeirense por 1 a 0 fez o clube chegar aos quinze pontos, pôs fim às pretensões de bicampeonato do Tricolor e ainda eliminou o Guarani, que só poderia chegar a catorze pontos. Na penúltima rodada, apenas Palmeiras, XV de Piracicaba e América ainda estavam na disputa. A tabela previa o jogo entre Palmeiras e XV no Palestra Itália, enquanto o América recebia, em Rio Preto, a já eliminada Ponte Preta. Um simples empate garantiria o título ao Palmeiras, enquanto os dois clubes do interior precisavam vencer seus dois últimos jogos e torcer para o Alviverde não pontuar mais. O Palmeiras acabou por vencer por 1 a 0 o XV de Piracicaba, sagrando-se campeão paulista com uma rodada de antecipação. Foi a última conquista de Ademir da Guia e o último título antes do jejum de quase dezessete anos sem títulos, o maior já vivido pelo clube.
Jogo do Campeão
Jogo decisivo
Palmeiras — Leão; Valdir, Samuel, Arouca e Ricardo; Pires, Ademir da Guia e Jorge Mendonça; Edu Bala, Toninho e Nei. Técnico: Dudu. XV de Piracicaba — Donah; Volmil, Fernando, Eloy e Almeida; Muri e Vágner; Pitanga, Nardela (Capitão), Benê (Paulinho) e João Paulo. Técnico: Dema. Premiação
Notas e referênciasNotasReferências
|