Francisco Sacco Landi, mais conhecido como Chico Landi, (São Paulo, 14 de julho de 1907 – São Paulo, 7 de junho de 1989) foi um piloto de automobilismo brasileiro.
Biografia
Landi era filho de Pasquale Landi, italiano e mãe Antonietta Sacco, ítalo-brasileira.[1] Começou a sua carreira de piloto no famoso Circuito da Gávea, no Rio de Janeiro, no ano de 1934.
Nas décadas de 1930 e 1940, venceu algumas provas pilotando carros movidos a etanol de fabricação nacional, enquanto seus rivais usavam metanol importado da Europa.[2]
Durante a escassez de combustíveis resultante da II Guerra Mundial, sua empresa, a Francisco Landi & Cia. Ltda.,[1] fabricou o equipamento gasogênio[3] que, através de incentivos governamentais, foi amplamente usado em carros particulares e de transporte público.[4] Este equipamento, era instalado nos veículos para produzir o combustível popularmente conhecido como "gás pobre", usado como substituto da gasolina. O grave racionamento de combustíveis durante a guerra, provocou a suspensão das corridas de automóveis no país. Para que estas tivessem continuidade, o gás pobre passou a ser usado como combustível também no automobilismo.[1] Foi campeão nacional em 1943, 1944 e 1945,[5] pilotando carros equipados com gasogênios abastecidos com carvão vegetal[6] sendo, por isso, apelidado de "Rei do Gasogênio".[3]
Entre os anos de 1947 até 1957, Chico Landi foi um dos mais famosos pilotos do velho continente, tendo participado de todas as grandes corridas da época, ao lado dos maiores nomes do automobilismo, entre eles podemos citar, Fangio, Farina, Ascari, Varzi e Villoresi.
Destacou-se mundialmente ao vencer o segundo Grande Prêmio de Bari em 1948, a mais importante prova automobilística daquela época, sendo essa vitória também a primeira da Ferrari na categoria. O fato foi tão inesperado que os organizadores do Grande Prêmio, não possuindo o Hino Nacional Brasileiro para tocar na festa de comemoração, tocaram "O Guarani" de Carlos Gomes. Repetiu o feito em 1952, tornando-se bicampeão.
Landi também foi o primeiro brasileiro a correr na Fórmula 1. No GP da Itália, Monza, 1951, ele pilotou uma Ferrari 375 alugada largando na 16ª posição (o limite era de 22 posições). Participou apenas de seis (GPs) entre 1951 a 1953 e mais uma corrida em 1956, sem conseguir vitória alguma e podium também.[7] Seu melhor resultado foi um 4º lugar no GP da Argentina de 1956, onde marcou 1,5 ponto com uma Maserati 250F[8] e se tornou o primeiro piloto brasileiro na história da Fórmula 1 a terminar uma corrida na zona de pontuação.[9] Correu pelas equipes Escuderia Bandeirantes, Scuderia Milano e Maserati.
Resultados na Fórmula 1
Números
- Grande Prêmio de Bari: vencedor em 1948 e 1952
- Grande Prêmio Cidade do Rio de Janeiro: vencedor em 1941, 1947 e 1948
- Fórmula 1:
- GPs disputados: seis
- Melhor colocação: quarto lugar em 1956
Ver também
Referências
- ↑ a b c Bandeira Quadriculada - Chico Landi (Francisco Sacco Landi). Acessado em 29/11/2015.
- ↑ Senado.gov - História e Economia dos Biocombustíveis no Brasil. Fernando Lagares Távora. Págs. 15-16. Acessado em 29/11/2015.
- ↑ a b Bestcars - Gasogênio, o motor movido a carvão. Acessado em 29/11/2015.
- ↑ Senado Federal do Brasil. DECRETO-LEI N. 1.125 ? DE 28 DE FEVEREIRO DE 1939. Crêa a Comissão Nacional do Gasogênio e Cursos de Gasogênio, no Ministério da Agricultura. Arquivado em 21 de setembro de 2015, no Wayback Machine. Acessado em 29/11/2015.
- ↑ YouTube - Gasogênio. Acessado em 01/07/2018.
- ↑ Autos and Progress: The Brazilian Search for Modernity. Joel Wolfe, Oxford University Press, 2010, pág. 108. (em inglês). ISBN 9780195174564 Adicionado em 29/11/2015.
- ↑ "Brasil é o país com mais títulos na Fórmula 1", Homero Benevides, Funo, 22 de março de 2001
- ↑ «1956 Argentine GP». chicanef1.com
- ↑ «Brasil pontuou pela primeira vez na história da Fórmula 1 há 65 anos, com Chico Landi». globoesporte.globo.com. 22 de janeiro de 2021
- ↑ «Netherlands 1952». STATSF1.COM
- ↑ «Argentina 1956». STATSF1.COM
Ligações externas