Escalada (telenovela)
Escalada é uma telenovela brasileira produzida pela TV Globo e exibida de 6 de janeiro a 23 de agosto de 1975 em 199 capítulos.[1] Substituiu Fogo sobre Terra e foi substituída pela reprise emergencial de Selva de Pedra (1972–73), em razão da proibição à veiculação de Roque Santeiro pela censura durante a ditadura militar brasileira. Foi a 15.ª "novela das oito" produzida pela emissora. Escrita por Lauro César Muniz, com a direção de Régis Cardoso, foi a última trama do horário das oito gravada em preto e branco. Contou com as atuações de Tarcísio Meira, Renée de Vielmond, Susana Vieira, Cecil Thiré, Milton Moraes, Mário Cardoso e Sérgio Britto.[1] EnredoPrimeira faseA trama começa no início dos anos 1940, quando o jovem caixeiro-viajante Antônio Dias chega à cidade de Rio Pardo, no interior de São Paulo, disposto a crescer na vida. Dinâmico e com jeito para os negócios, ele começa a incomodar o cafeicultor Armando Alcântara Magalhães, o homem mais poderoso da região, e os dois se tornam inimigos. Isso não impede que Antônio se apaixone por Marina, irmã do rival. Embora também esteja apaixonada, ela cede à pressão do irmão e casa-se com o fazendeiro Paschoal Barreto, com quem vai morar nos Estados Unidos. Desiludido, Antônio se casa com Cândida, dona da fazenda Santa Isabel. A crise mundial do café está em curso, e o mercado procura novas formas de diversificar a economia. Antônio decide investir na produção de algodão, na fazenda de Cândida. No entanto, sua inexperiência, somada à oposição constante de Armando, o levam a perder toda a safra e falir, sendo obrigado a vender a propriedade ao inimigo. Desiludido, vai embora de Rio Pardo para recomeçar a vida em outro lugar. Segunda faseA segunda fase começa em 1956. Antônio Dias é agora um pequeno empresário baseado no Rio de Janeiro, capital da República. Já maduro, ele parece ter perdido o velho ímpeto empreendedor e se tornado um homem amargurado e frustrado. Não superou os fracassos do passado e não se satisfaz com a vida confortável que leva com a mulher, o filho Ricardo e o sogro Arthur. Também não conseguiu jamais esquecer Marina. Seu casamento com Cândida está acabando, e os dois frequentemente falam em separação. A vida de Antônio muda quando ele conhece o industrial italiano Valério Fachini, dono de uma empresa de materiais de construção. Os dois tornam-se sócios e decidem se arriscar numa aventura: participar da construção de Brasília, futura capital do país. Antônio viaja para o local e passa a representar a empresa de Fachini no fornecimento de materiais para as obras. Quando a capital é concluída, ele já é um homem rico. Nesse meio tempo, Antônio se separa de Cândida e reencontra Marina, que se separou e voltara dos Estados Unidos. Os dois descobrem que ainda se amam. Terceira faseAos setenta anos, ainda casado com Marina e morando em uma fazenda perto de Rio Pardo, Antônio trama a vingança que significará sua realização pessoal, e arremata as terras de Armando. ProduçãoEscalada consagrou Tarcísio Meira como ator, marcou a estreia de Ney Latorraca na Globo e deu início à projeção de Susana Vieira que, com sua interpretação da interiorana Cândida, conseguiu mudar os rumos da história. A trama concilia os temas políticos e a crítica social. Para escrevê-la, Lauro César Muniz baseou-se na história de vida de seu pai, um imigrante português, e na própria trajetória do país da década de 1930 (Era Vargas) até o momento em que a trama foi produzida, nos anos 70. Muniz também trouxe muitos elementos que usou como coautor do filme O Marginal, de 1974, estrelado por Tarcísio, em que seu personagem era fracassado e desajustado socialmente. A certa altura da história, Antônio se envolve com a construção da nova capital do país, Brasília. Porém, o nome do ex-presidente Juscelino Kubitschek não podia ser mencionado no texto, por imposição da censura, pois o governo o considerava uma persona non grata.[2] Sobre essa censura ao nome do ex-presidente, o autor comentou:
A censura federal também chegou a proibir uma cena em que Horácio (Otávio Augusto) aparecia lendo uma carta do ex-presidente Getúlio Vargas. Porém a proibição foi ignorada e a cena foi ao ar normalmente.[2] A trama aborda a questão do divórcio, que também era um dos temas cuja veiculação era proibida pela Censura Federal. Porém mesmo assim, esse tema foi aprofundado na novela, ao ponto de se levantar a discussão sobre a falta de uma lei que permitisse a separação de casais.[2] A novela faz menção à figura do ex-governador paulista Adhemar de Barros. Elenco
RepriseA emissora reapresentou Escalada em 1980, num compacto de noventa minutos que integrou o "Festival 15 Anos", com apresentação de Ney Latorraca. Trilha sonoraNacional
Internacional
Complementar
Notas
Referências
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