Final da Copa Libertadores da América de 2019
A final da Copa Libertadores da América de 2019 foi a 60.ª final desta competição, organizada anualmente pela Confederação Sul-Americana de Futebol (CONMEBOL). Foi vencida pela equipe brasileira do Flamengo, que sagrou-se campeã pelo placar de 2–1 sobre a equipe argentina do River Plate.[2] Foi a décima quinta vez que um clube do Brasil e um da Argentina se enfrentaram em uma final de Copa Libertadores.[3] Até então, a vantagem era dos clubes argentinos que haviam vencido nove dessas quinze decisões, com os brasileiros levando vantagem em cinco.[4] Em campo neutro, foram quatro destes 15 confrontos, com vantagem argentina por 3 a 1.[4] Pela primeira vez na história, foi disputada em jogo único no dia 23 de novembro de 2019. Estava originalmente previsto para ocorrer no Estádio Nacional, em Santiago, no Chile,[5] mas devido às manifestações no país, a partida foi transferida para o Estádio Monumental, em Lima, no Peru.[6] Dentre os artistas convidados para cantar no show de abertura da final estavam Anitta, Sebastián Yatra e TINI.[7] O Flamengo saiu-se vencedor pela segunda vez na história, exatos 38 anos após a conquista de 1981.[8] Como vencedor, garantiu o direito de participar do Mundial de Clubes de 2019, no Catar, além do direito de disputar a Recopa Sul-Americana de 2020 contra o Independiente del Valle, do Equador, campeão da Copa Sul-Americana de 2019.[9][10] Com a conquista do título continental, o técnico da equipe, Jorge Jesus, tornou-se o segundo técnico europeu campeão da competição, sendo o primeiro português.[11] Uma foto tirada logo após o segundo gol do Flamengo, flagrando a comemoração da torcida, foi destaque em prêmio de melhor imagem do ano pela World Press Photo Foundation.[12] Escolha do localEm 2017, a CONMEBOL propôs que a final da Copa Libertadores fosse disputada em uma única partida, em vez de uma disputa de ida e volta.[13] Assim, em 23 de fevereiro de 2018, a entidade máxima do futebol sul-americano confirmou que, a partir da edição de 2019, a final seria disputada em um único local previamente escolhido.[14] Em 11 de junho de 2018, após a reunião do Conselho em Moscou, a confederação confirmou que a final iria ser jogada em 23 de novembro.[15] Com o processo seletivo aberto, três cidades se candidataram para receber a disputa: Santiago, no Chile, Lima, no Peru, e Montevidéu, no Uruguai. Contudo, pouco antes da decisão, Montevidéu retirou sua candidatura.[5] Com apenas Santiago e Lima na disputa, a CONMEBOL realizou verificações nos dois estádios e em 14 de agosto de 2018 definiu o Estádio Nacional de Chile, em Santiago, como sede da final da Libertadores e o Estádio Nacional do Peru, em Lima, como sede da final da Copa Sul-Americana,[16] com esta última sendo movida para Assunção em maio de 2019,[17] e a primeira movida para o Estádio Monumental, em Lima, devido às grandes ondas de protestos contra o atual presidente do Chile, Sebastián Piñera.[18] AntecedentesFoi a primeira vez que Flamengo e River Plate se enfrentaram em uma final de Libertadores, mas eles já foram finalistas do torneio em outras ocasiões. O Flamengo chegou a final em 1981, na qual ganhou o título. Já os argentinos alcançaram a decisão em seis chances anteriores, saindo com o título em 1986, 1996, 2015 e 2018.[19]
Caminhos até à final
Legenda: (C) casa; (F) fora A partidaO River Plate iniciou o jogo em uma formação 2–3–3–2, o que permitiu ao seu meio-campo dominar boa parte da partida.[20] Esse esquema conquistou uma vantagem inicial, quando o colombiano Rafael Santos Borré marcou aos 14 minutos, após um cruzamento de Ignacio Fernández. A equipe argentina teve inúmeras chances de marcar um segundo gol ainda no primeiro tempo: Borré perdeu uma oportunidade por centímetros, Nicolás De La Cruz perdeu uma boa chance aos 21 minutos, e Exequiel Palacios teve dois chutes de longa distância que quase entraram. Completamente dominado pelas ações defensivas do River Plate,[21] a equipe carioca só conseguiu dar um chute a gol no primeiro tempo. Assim, ao final dos primeiros 45 minutos, o placar permaneceu 1–0.[22][23] O segundo tempo continuou com domínio do River Plate. No entanto, o Flamengo começou a se afirmar no contra-ataque, com Gabriel e Éverton Ribeiro quase marcando enquanto Borré estava lesionado. A partida começou a mudar de figura após a entrada de Diego, que substituiu Gerson aos 66 minutos.[24] Diego passou a ser a melhor opção para o Flamengo atacar. Todos os ataques passavam por ele, que escolhia entre voltar para a defesa, ou acelerar o jogo.[25] O Flamengo foi assim, aos poucos, ganhando terreno. O placar, porém, permaneceu inalterado até os 43 minutos do segundo tempo, quando Diego e Giorgian De Arrascaeta interceptaram um passe de Lucas Pratto, com o uruguaio iniciado um contra-ataque, que passou ainda por Bruno Henrique, que devolveu a Arrascaeta já dentro da área chutar cruzado para Gabigol empatar o placar.[26] Três minutos depois, Diego fez um lançamento em profundidade para Gabigol, que disputou a bola com os dois zagueiros do River Plate, que bateram cabeça, e a bola sobrou a feição para o atacante colocar a equipe carioca em vantagem no placar.[24] Dois minutos após o gol, Palacios chutou Bruno Henrique e recebeu um cartão vermelho. Ainda no minuto 95, Gabriel fez gestos obscenos para a torcida e para o banco adversário, e também foi expulso.[27] A partida terminou pouco depois, com o Flamengo sagrando-se campeão numa virada em três minutos para conquistar seu segundo título da Copa Libertadores.[28] Pela forma dramática como o Flamengo conseguiu chegar a vitória, este jogo foi chamado por alguns jornalistas e veículos da imprensa como "milagre"[29][30] e "milagre de Jesus", em alusão ao sobrenome do técnico português Jorge Jesus.[31][32] Alguns também compararam a partida com a final da Liga dos Campeões da UEFA em 1999, por conta dos dois gols da virada do Manchester United contra o Bayern de Munique que saíram depois dos 90 minutos.[33][34] Ficha técnica
Ver também
Referências
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