Pedro Vítor da Costa Sequeira
Pedro Vítor da Costa Sequeira (Lisboa, 6 de abril de 1845 — Lisboa, 4 de dezembro de 1905), bacharel em Matemática pela Universidade de Coimbra e engenheiro de minas pela École des Mines de Paris, foi alto funcionário do Ministério das Obras Públicas, Comércio e Indústria e político. Entre outras funções de relevo, foi governador civil do Distrito de Beja, deputado às Cortes, par do reino e ministro.[1][2][3][4] BiografiaNasceu em Lisboa, filho do oficial do Exército Português, depois general, Pedro Victor da Costa Sequeira. A família tinha tradição nos campos artístico e da arquitectura e engenharia, pois era neto do famoso arquitecto civil e professor de desenho José da Costa Sequeira e sobrinho-bisneto do pintor Domingos António de Sequeira. Foi irmão do deputado Tomás Victor da Costa Sequeira (1850-1898) e dos oficiais do Exército e engenheiros Augusto Victor da Costa Sequeira e José Victor da Costa Sequeira,[5] ambos funcionários do Ministério das Obras Públicas, Comércio e Indústria (MOPCI).[1] Terminados os estudos preparatórios em Lisboa, com o objectivo de seguir a carreira militar, matriculou-se nos cursos de Matemática e Filosofia da Universidade de Coimbra, que conclui em 1864, quando tinha apenas 19 anos de idade. Considerado um excelente aluno, decidiu abandonar a ideia de uma carreira militar e foi escolhido para frequentar, como bolseiro do Estado Português, formação avançada em engenharia no estrangeiro. Nesse mesmo ano de 1864 matriculou-se como aluno-engenheiro (élève-ingénieur) na École des mines de Paris (ao tempo designada por École Impériale des Mines)[6] cujo curso de Ingénieur civil des Mines concluiu em 1867.[3] Terminado o curso, realizou uma prolongada visita de estudo que o levou aos principais centros mineiros e matalúrgicos da França, Bélgica e Saxe, regressando a Lisboa em outubro de 1868.[3] Após o seu regresso, ingressou no quadro superior do Ministério das Obras Públicas, Comércio e Indústria, em Lisboa, sendo colocado, como engenheiro e administrador de minas no Distrito de Beja, cabendo-lhe as funções de administrador-geral das minas de cobre de Beja, cabendo-lhe em particular a supervisão dos trabalhos na Mina de São Domingos,[7] cargo que exerceu até 27 de janeiro de 1872, data em que regressou aos quadros do Serviço de Minas do MOPCI em Lisboa. Durante a sua permanência em Beja também ocupou o lugar de vogal da Junta Consultiva de Obras Públicas do respectivo distrito.[1] A sua ligação a Beja saiu reforçada ao casar naquela cidade com Amélia Sequeira, filha de um médico local, o dr. Rosado, de quem teve descendência. Aderiu ao Partido Regenerador e entrou na actividade política através de um jornal de que foi redactor e proprietário em Beja.[1] A sua ligação a Beja e ao Partido Regenerador levou a que em abril de 1881 fosse nomeado governador civil do Distrito de Beja, pelo governo regenerador presidido por Rodrigues Sampaio, funções que exerceu até ser exonerado, a seu pedido, em março de 1885. Enquanto governador civil e presidente por inerência do Conselho Distrital de Agricultura daquele distrito, interessou-se sobremaneira pelas questões agrárias, tomando a iniciativa pioneira de solicitar a Gerardo Augusto Pery a elaboração de relatórios e estatísticas agrícolas para os concelhos de Beja e Cuba.[1] Na remodelação governamental de 27 de Maio de 1892 substituiu Sebastião José de Carvalho, o visconde de Chanceleiros, à frente do Ministério das Obras Públicas, Comércio e Indústria, de que era funcionário.[8] Entre 9 de novembro e 18 de novembro de 1892 exerceu, interinamente e em acumulação, as funções de Ministro da Fazenda. O governo, presidido por José Dias Ferreira, manteve-se em funções até 23 de fevereiro de 1893, caindo porque nas eleições de 23 de outubro de 1892 os governamentais não obtiveram a maioria.[9] Referências
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