Filho do conselheiro José Inácio Silveira da Motta, aos quinze anos de idade ingressou na Escola Naval do Rio de Janeiro (1858), como aspirante, concluindo o curso em 1860. Seu pai, após acidente marítimo, cogita em transferi-lo para o Exército, mas Jaceguai se opõe, seguindo a carreira na Marinha e realizando diversas viagens de instrução, nas quais foi promovido para segundo e primeiro-tenente.
Finda a guerra, Artur Jaceguai passou por diversas missões diplomáticas no exterior, além de haver desempenhado inúmeras funções na Marinha. Em 1882, recebeu o título de Barão de Jaceguai e foi promovido a chefe de esquadra.
Eduardo Callado e Arthur Silveira da Mota assinaram em 1880, ambos em Tien-tsin, um Tratado de Amizade, Comércio e Navegação entre o Brasil e a China. Tal Tratado não obteve a aprovação do Governo Imperial brasileiro, que desejava obter algumas modificações no texto. Em 3 de outubro de 1881 foi assinado na mesma cidade um novo Tratado, desta vez assinado somente por Callado, já que Arthur Silveira da Motta havia se retirado da China a esta altura.[1]
O Tratado de Amizade, Comércio e Navegação (1881) marcou o estabelecimento de relações diplomáticas entre o Império do Brasil e o Império da China. Em 1883, o primeiro consulado-geral do Brasil foi aberto em Xangai. “Em 1881, os dois países assinaram um tratado de amizade e de livre-comércio e navegação. O principal conteúdo do tratado era: (1) proclamação do estabelecimento oficial de relações diplomáticas entre os dois países (...). Em 1883, foi aberto o consulado brasileiro em Xangai.” (SHENG, Shu. A história da China Popular no século XX”, pp. 189- 190).
Estudioso da marinha, suas obras foram todas de cunho militar:
Organização Naval, reunião de artigos (1896);
O Dever do Momento. Carta a Joaquim Nabuco (1897);
Quatro Séculos de Atividade Marítima Portugal e Brasil (1900);
Ensaio Histórico sobre a Gênese e Desenvolvimento da Marinha Brasileira (1903);
De Aspirante a Almirante, memórias, 5 vols. (1906, 1909, 1910, 1913 e 1917);
Reminiscências da Guerra do Paraguai (1935).
Academia Brasileira de Letras
Foi o segundo ocupante da cadeira que tem, por patrono, Casimiro de Abreu. Eleito em 28 de setembro de 1907, foi empossado em 9 de novembro do mesmo ano, recebido por Afonso Arinos. Como peculiaridade, seu discurso de posse marcou-se por não haver procedido ao elogio do seu antecessor, sob o pretexto de "não haver conhecido o homem nem a sua obra" – fato este atribuído, mais tarde, pelo seu próprio sucessor, José Maria Goulart de Andrade, ao fato de Teixeira de Melo haver-lhe omitido o nome numa obra referente à Batalha de Humaitá.