Massacre de BatepáO Massacre de Batepá (do português coloquial "Bate-Pá!") foi um massacre cometido pelas tropas coloniais portuguesas que teve lugar em São Tomé e Príncipe a 3 de fevereiro de 1953. É incerto o número de mortes que terão resultado por tortura elétrica e afogamento. A historiadora Inês Rodrigues[1] refere que as fontes São-tomenses apontam para cerca de mortos e que as fontes Portuguesas em cerca de 200. Pelo que é impossível aferir com rigor de certeza histórica em que número se cifram as vítimas. 1032[2] Hoje em dia é um feriado nacional no arquipélago, denominado «Dia dos Mártires».[3] O massacre é considerado o episódio fundador do nacionalismo são-tomense e as suas vítimas foram transformadas em heróis pela liberdade da pátria.[1] No Museu Nacional de São Tomé e Príncipe existe uma sala dedicada ao massacre, com fotografias que documentam alguns dos massacrados em fevereiro de 1953. HistóriaNo cerne da questão é apontada a ambição do Governador-geral Carlos Gorgulho, que se lançou num vasto programa de construções e melhorias públicas, recorrendo a rusgas constantes nas povoações nativas, por forma a angariar mão-de-obra barata. Terá sido o governador e a sua comitiva a aludir aos rumores de uma conspiração de africanos contra os portugueses, que desencadeou a violenta repressão de fevereiro de 1953, em que pereceram entre 200 e 1.032 pessoas. O massacre deu-se quando, a mando do ex-Governador-geral português, coronel Carlos de Sousa Gorgulho (1945-1948), os latifundiários desencadearam uma onda de violência contra os africanos, suspeitos de conspirarem para uma sublevação, da ilha.[4] Entre outros, estiveram envolvidos no episódio os nomes de:
Nos autos de confissão dos detidos, obtidos pelas forças de segurança coloniais, figurava o nome do engenheiro agrónomo Salustino da Graça do Espírito Santo como «(…) chefe da revolução, seu instigador, seu preparador e futuro Rei da Ilha». Destacou-se ainda a atuação do advogado português, Dr. Manuel João de Palma Carlos, defensor dos santomenses, que foi crucial para pôr fim à violenta vaga de repressão. Grande parte dos forros (etnónimo dos insulanos de santomenses)[5] foram detidos durante estes acontecimentos no pontão de Fernão Dias, sendo ali agrilhoados ou acorrentados. No folclore e na superstição local acredita-se que é possível ouvir ali o som do arrastar dos grilhões a que os prisioneiros se encontravam acorrentados, assim como os seus quidalês ( corruptela de «aqui d'el rei»[6]) ou gritos de socorro. Referências
Ver também
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