Osmar José Serraglio GCRB • GOMM (Erechim, 23 de maio de 1948) é um advogado, empresário e político brasileiro, filiado ao Progressistas (PP) e ex-deputado federal pelo Paraná, cargo que exerceu de 1999 a 2019 e de 2021 a 2023. Foi também ministro da Justiça e Segurança Pública entre 7 de março e 31 de maio de 2017.
Biografia
Osmar formou-se em direito pela Faculdade de Direito de Curitiba, atual Centro Universitário Curitiba, em 1971, e tornou-se mestre em direito do Estado pela PUC-SP em 1986. Foi professor substituto de direito administrativo na PUC de 1980 a 1986, além de diretor da Faculdade de Direito da Universidade Paranaense (UNIPAR) no campus de Umuarama em 1987.[5]
Vida pública
Filiado ao PMDB desde 1980, tendo sido antes filiado ao MDB desde 1978, foi vice-prefeito de Umuarama de 1993 a 1996. Também exerceu os cargos de assessor jurídico das prefeituras de Mariluz em 1984, Nova Olímpia em 1988, Iporã, Guaíra e Umuarama em 1993 e Foz do Iguaçu, São Jorge do Patrocínio e Japurá em 1997.[5]
Em 2018, deixou o MDB, partido que estava há 40 anos, por divergência com o comando da sigla no estado, encabeçada pelo senador Roberto Requião e ingressou no Progressistas (PP).[6]
Câmara dos Deputados
Deputado federal pelo Paraná[7] eleito em outubro de 1998, Osmar tomou posse na Câmara em 1º de fevereiro de 1999.
Foi presidente da Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania (CCJC),[5][8] e destacou-se no cargo de relator da CPMI dos Correios criada em 2005 para investigar denúncias de corrupção na Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos[9] (ECT). Em 2004, Serraglio foi admitido pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva ao grau de Grande-Oficial especial da Ordem do Mérito Militar.[2]
Após exercer cinco mandatos, não foi reeleito nas eleições gerais de 2018.[10]
Em 25 de agosto de 2021, assumiu novamente o cargo de deputado federal, após o Tribunal Superior Eleitoral cassar o mandato de Boca Aberta (PROS), de quem Serraglio era suplente.[11]
Posições em relação ao governo Dilma Rousseff
Osmar situou-se como um deputado federal "neutro" (nem totalmente aliado nem totalmente de oposição) ao governo Dilma Rousseff, mas votou favoravelmente em 17 de abril de 2016 pela abertura do processo que destituiu-a[12] da Presidência.
Relacionamento com Eduardo Cunha
Considerado um aliado do ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha (PMDB-RJ), foi indicado em maio de 2016 presidente da Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania (CCJC),[13][14] dita a mais importante comissão da casa, responsável, entre outros temas, por julgar a cassação de deputados.[14][15] À frente da comissão, foi acusado de participar de manobras em favor da protelação da análise do processo da cassação de Eduardo Cunha, tendo, entre outras manobras, encerrado em 13 de julho de 2016 a sessão que avaliaria o processo "sem motivo aparente".[13][16][17]
Ministério da Justiça
Em 23 de fevereiro de 2017, Osmar é anunciado como o novo Ministro da Justiça e Segurança Pública do governo Michel Temer[18] assumindo o lugar de Alexandre de Moraes, que fora nomeado ministro do Supremo Tribunal Federal (STF).[19] Em abril do mesmo ano, foi admitido pelo presidente Michel Temer ao último grau da Ordem de Rio Branco, a Grã-Cruz suplementar.[3]
Operação Carne Fraca
Em 17 de março de 2017, Osmar – então ainda deputado federal – foi flagrado em áudio pela Operação Carne Fraca da Polícia Federal intermediando junto ao chefe da fiscalização de frigoríficos no Paraná e principal alvo da investigação criminal Daniel Gonçalves Filho em favor de uma das empresas envolvidas no escândalo.[20] Na gravação, Osmar referiu-se ao então superintendente regional do Ministério da Agricultura Daniel Gonçalves Filho como o "grande chefe". Gonçalves chefiava a ação fiscais e subordinados que, de acordo com a investigação, emitiam certificados sanitários sem realizar a fiscalização, assim facilitando a produção de alimentos adulterados por parte dos frigoríficos.[21]
Exoneração
Em 28 de maio de 2017, Temer anunciou que Osmar Serraglio seria nomeado ministro da Transparência, Fiscalização e Controladoria-Geral da União trocando de função com Torquato Jardim, que assumiria o Ministério da Justiça.[22][23] No entanto, dois dias depois, Osmar recusou a troca e preferiu voltar ao seu cargo de deputado federal, assim deixando o seu suplente Rocha Loures (PMDB-PR) sem cargo parlamentar e consequentemente sem o foro privilegiado.[24]
Em 31 de maio, a exoneração de Osmar do ministério da Justiça foi publicada no Diário Oficial da União.[25]
Vida pessoal
Osmar é casado desde 1996 com Tânia Maria dos Santos Serraglio com a qual possui a filha única nascida em 2001 Ana Beatriz dos Santos Serraglio, sendo os três católicos.[26]
Referências
- ↑ «Biografia de Romero Filho». FGV. Consultado em 28 de junho de 2017
- ↑ a b BRASIL, Decreto de 8 de abril de 2004.
- ↑ a b BRASIL, Decreto de 18 de abril de 2017.
- ↑ «Portaria do Exército de 24 de julho de 2001» (PDF). Biblioteca do Exército do Brasil (pdf). Consultado em 28 de setembro de 2020
- ↑ a b c Página do deputado no site da Câmara
- ↑ «PP de Ricardo Barros ganha mais dois deputados do Paraná». Gazeta do Povo. Consultado em 10 abr. 2018
- ↑ Perfil do deputado no site da Câmara dos Deputados
- ↑ «Membros - Portal da Câmara dos Deputados». Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania - CCJC. Câmara dos Deputados. Consultado em 7 de março de 2017
- ↑ CPMI dos Correios
- ↑ «Saiba quais são os 157 deputados que não conseguiram se reeleger». Congresso em Foco. 8 de outubro de 2018. Consultado em 13 de março de 2018.
Entre os deputados que buscaram sem sucesso renovar o mandato na eleição de domingo, destacam-se quatro ex-ministros do governo Michel Temer. Antonio Imbassahy (Secretaria de Governo), Leonardo Picciani (Esporte), Ronaldo Nogueira (Trabalho) e Osmar Serraglio (Justiça e Segurança Pública).
- ↑ Mendes, Guilherme (24 de agosto de 2021). «TSE cassa mandato de Boca Aberta, que será substituído por Osmar Serraglio». Congresso em Foco. Consultado em 25 de agosto de 2021
- ↑ «Deputados autorizam impeachment de Dilma, saiba quem votou a favor e contra». EBC. 17 de abril de 2016. Consultado em 5 de maio de 2016
- ↑ a b «Termina reunião da CCJ e decisão sobre cassação de Cunha é novamente adiada». Consultado em 13 de julho de 2016
- ↑ a b «Aliado de Cunha, deputado Osmar Serraglio é eleito presidente da CCJ». Valor Econômico. Consultado em 13 de julho de 2016
- ↑ Aliado de Cunha, Osmar Serraglio é eleito para a presidência da CCJ
- ↑ Aguirre Talento e Isabel Fleck (13 de julho de 2016). «Aliados de Cunha adiam votação sobre cassação na CCJ». Consultado em 7 de março de 2017
- ↑ «Cunha culpa Maranhão por adiamento de votação na CCJ». 13 de julho de 2016. Consultado em 13 de julho de 2016
- ↑ «Osmar Serraglio (PMDB-PR) aceita convite para assumir Ministério da Justiça - Notícias - Política». Política
- ↑ «Alexandre de Moraes é nomeado para o Supremo Tribunal Federal». Agência Brasil. EBC. Consultado em 7 de março de 2017
- ↑ Julia Affonso e Fausto Macedo (17 de março de 2017). «'Grande chefe, tudo bom?', diz Serraglio a líder de esquema criminoso». O Estado de São Paulo. Consultado em 18 de março de 2017
- ↑ Mariele Morski e Thais Kaniak (17 de março de 2017). «Ministro da Justiça é citado na Operação Carne Fraca». G1. Consultado em 8 de abril de 2017
- ↑ «Torquato Jardim é o novo ministro da Justiça, no lugar de Osmar Serraglio». G1. 28 de maio de 2017. Consultado em 28 de maio de 2017
- ↑ «Temer tira Ministério da Justiça de Serraglio, que troca com ministro da Transparência». Uol. 28 de maio de 2017. Consultado em 31 de maio de 2017
- ↑ «Serraglio recusa Ministério da Transparência e tira foro de Rocha Loures». Coluna do Estadão. 30 de maio de 2017. Consultado em 31 de maio de 2017
- ↑ «Nomeação de Torquato para Ministério da Justiça é publicada no 'Diário Oficial'». G1. 31 de maio de 2017. Consultado em 31 de maio de 2017.
Publicação também oficializou demissão de Osmar Serraglio do Ministério da Justiça.
- ↑ «A corte». IstoÉ. 5 de setembro de 2005. Consultado em 5 de setembro de 2005.
.: Orações do relator da CPI dos Correios
Ligações externas
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Com a abertura do processo de impeachment de Dilma Rousseff, pelo Senado Federal, assumiu interinamente o governo até a conclusão do processo, em 31 de agosto de 2016, sendo empossado definitivamente como presidente. |
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