Tumor odontogênico escamosoO tumor odontogênico escamoso (TOE) é uma neoplasia odontogênica benigna originária do epitélio odontogênico. [1] Descrito pela primeira vez em 1975, é considerado o mais raro dos tumores odontogênicos benignos, com menos de 50 casos relatados na literatura.[1][2] Apesar de benigno, o TOE é localmente infiltrativo e pode ser confundido com outras lesões odontogênicas, como o ameloblastoma.[2] Sinais e sintomasO TOE tende a ser assintomático, de crescimento lento e intraósseo.[1][2] Em alguns casos, pode estar associado à expansão da cortical óssea, dor, edema do processo alveolar, e mobilidade dentária.[1][2] Lesões na maxila tendem a ser clinicamente mais agressivas.[1] A maior parte dos TOE são centrais (intraósseos), mas há relatos de casos periféricos na literatura.[1] Clinicamente e radiograficamente, o TOE pode mimetizar condições mais comuns como periodontite crônica ao causar mobilidade dentária.[3] Aspectos radiográficos e histológicosRadiograficamente, a forma mais comum do TOE é uma lesão radiolúcida unilocular de aspecto triangular ou semicircular entre ou ao redor das raízes de dentes vitais.[2] Nesses casos, pode ser facilmente confundida com perda óssea de origem periodontal.[2] Em outros casos, o TOE também pode se apresentar como uma lesão uni ou multilocular de aspecto radiolúcido que mimetiza lesões odontogênicas e não odontogênicas, podendo estar associado a dentes inclusos ou empurrando as paredes do seio maxilar.[2] O diagnóstico diferencial radiográfico inclui uma grande gama de outras lesões:[2]
Histologicamente, o TOE possui ilhotas de tecido epitelial escamoso bem diferenciado, num estroma que pode ter uma quantidade de colágeno variável.[3] Seu aspecto histológico é bem distinto, porque as células das ilhotas, mesmo na periferia, tendem a ser escamosas ou ligeiramente cuboidais, sem exibir núcleo em polarização reversa ou organização em paliçada, como no ameloblastoma.[3] Pode haver queratinização.[1] Ele se diferencia da variante maligna, o carcinoma odontogênico esclerosante, por não possui atipia celular.[4] CausasAs causas do TOE ainda são desconhecidas, e apesar de casos familiares serem relatados, a susceptibilidade genética não é considerada preponderante.[4] Teoriza-se que a diferenciação celular dos remanescentes da lâmina dentária (restos epiteliais de Serres), dos restos epiteliais de Malassez, ou do epitélio gengival estejam relacionados à sua etiologia.[2] Sabe-se que os receptores Notch e seus ligantes fazem parte do mecanismo de citodiferenciação do TOE.[4] EpidemiologiaÉ considerado o mais raro dos tumores odontogênicos benignos, representando entre 0 a 2% dos tumores odontogênicos.[1] Afeta mais os pacientes entre 30 e 40 anos de idade, com ligeira predileção por homens, e distribuição igual em mandíbula e maxila.[2] Na maxila, afeta mais a região anterior, e na mandíbula afeta mais a região posterior.[2] DiagnósticoO diagnóstico do TOE requer exame anatomopatológico, pela semelhança clínica e radiográfica do tumor a outras doenças. O diagnóstico diferencial inclui:[4][1]
Prognóstico e tratamentoO prognóstico da lesão é favorável, e o tratamento consiste em ressecção cirúrgica conservadora, como enucleação ou curetagem.[1][3] Porém, recomenda-se que tumores maxilares sejam removidos radicalmente, pelo comportamento mais agressivo.[1] Pode haver recidiva, portanto recomenda-se o acompanhamento a longo prazo.[3] Há relato de transformação maligna do TOE.[1] Ver tambémReferências
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