Modificou voluntariamente o longo nome de família para Álvaro Moreyra, com y, para que esta letra "representasse as supressões" destes nomes.
Biografia
Filho de João Moreira da Silva e de Rita Pinto da Fonseca, estudou no colégio jesuíta de São Leopoldo.[1] Ao terminá-lo foi trabalhar como jornalista em Porto Alegre, no Petit Journal e depois no Jornal da Manhã, de Alcides Maya.[1] Mudou-se para o Rio de Janeiro, onde formou-se em direito em 1910. Entre 1912 e 1914 esteve em Paris e viajou também à Itália, Bélgica e Inglaterra. De volta ao Brasil, iniciou a carreira jornalística no Rio, tendo sido redator de Fon-Fon, Bahia Ilustrada, A Hora, Boa Nova, Ilustração Brasileira, na qual exerceu cargo de Diretor, tendo sido homenageado por amigos e admiradores com almoço no Restaurante Assyrio (ver Ilustração Brasileira, Julho, 1923), Diretrizes e Para Todos. Com Brício de Abreu, criou o periódico Dom Casmurro.[2]
Admirador das artes cênicas, fundou no Rio de Janeiro, em 1927, o "Teatro de Brinquedo", junto com Eugênia Álvaro Moreyra,[1] o primeiro movimento racionalmente estruturado no país para a renovação do teatro. Em 1937, apresentou à Comissão de Teatro do Ministério da Educação e Cultura, um plano de organização de uma "Companhia Dramática Brasileira", que foi aceito. Com ela, Álvaro Moreyra excursionou aos estados de São Paulo e Rio Grande do Sul, e fez temporada de três meses no Teatro Regina, do Rio.
A partir de 1942 teve destacada atuação no rádio brasileiro, onde além de escrever crônicas, também as interpretava. Participou do programa "Conversa em Família" e apresentava uma crônica diária de cinco minutos no programa "Bom-dia Amigos".
A veia jornalística de Eugênia e Álvaro Moreyra persistiu na família: o filho Sandro foi cronista esportivo; as netas, Sandra e Eugênia Moreyra[3] são jornalistas, e a bisneta Cecília formou-se em comunicação.[4]
O mais conhecido é o dedicado a Olavo Bilac, na sessão solene do Conselho Municipal de Porto Alegre, em 1916.
Academia Brasileira de Letras
Álvaro Moreyra foi membro da Academia Brasileira de Letras, sendo o quarto ocupante da cadeira 21. Foi eleito em 13 de agosto de 1959, na sucessão de Olegário Mariano, tendo sido recebido por Múcio Leão em 23 de novembro de 1959.
Referências
↑ abcdeSPALDING, Walter. Construtores do Rio Grande. Livraria Sulina, Porto Alegre, 1969, 3 vol., 840pp.