Escorpião II
Escorpião II, também conhecido como Escorpião Rei foi o segundo dos dois reis assim chamados do Alto Egito durante o período protodinástico.[1] Seu nome pode remeter para a deusa escorpião Sélquis. a mãe de Narmer e a bisavó de outra rainha, Xexe II. A única evidência pictórica de sua existência é a chamada cabeça de clava de Escorpião que foi encontrada no Depósito principal por James E. Quibell e Frederick W. Green em um templo em Hieracômpolis durante a escavação de 1897/1898.[2] Está atualmente em exposição no Ashmolean Museum, em Oxford. A estratificação desta clava foi perdida devido aos métodos das escavadeiras, mas seu estilo parece do período pré-dinástico.[3] Apesar de danificado, as partes visíveis são extraordinários registros do início da história egípcia. Acredita-se que tenha vivido um pouco antes ou durante o reinado de Narmer em Tinis por este motivo, e também pelo conteúdo da clava. Escorpião II também foi identificado por um grande grafite em de Gebel Sheikh Suleiman.[1][nota 1] O túmulo deste rei nunca foi identificado, no entanto, foi especulado que poderia ser a quarta camada do túmulo B50 de Abidos ou então a tumba 1 do local 6 de Hieracômpolis.[1] Cabeça de clavaA cabeça de clava de Escorpião representa uma grande figura única com a coroa branca do Alto Egito. Ele possui uma enxada, que foi interpretada como um ritual que envolve o faraó cerimonialmente cortando a primeira estria nos campos, ou então abrindo diques para inundá-los.[4] O nome "Escorpião" é derivado da imagem de um escorpião que aparece imediatamente na frente de seu rosto, que pode representar a deusa escorpião Sélquis, logo abaixo de uma flor de sete pétalas; o uso e a colocação da iconografia é semelhante à representação do faraó Narmer no lado oposto da Paleta de Narmer. Hieróglifos protodinásticos são difíceis de ler, mas os abibes mortos (o que significa os Baixo egípcios) e nove arcos (ou seja, os inimigos tradicionais do Egito) encontrados na clava são interpretados como evidência de que ele começou ataques contra o Baixo Egito, que acabou resultando na vitória de Narmer e a unificação do Egito.[5] O abibe também foi usado como um hieróglifo que significa "pessoas comuns", portanto, os padrões aos quais estão anexados podem representar os nomes de cidades particulares que Escorpião conquistou.[4] Um segundo fragmento menor da clava é referido como a Cabeça Menor da Clava de Escorpião.[6] Pouco resta dessa clava, embora claramente mostra o faraó usando a Coroa Vermelha do Baixo Egito. TeoriasHá diversas teorias a respeito de sua identidade. Alguns argumentam que, porque os reis egípcios da I dinastia parecem ter tido vários nomes,[7] Escorpião era a mesma pessoa que Narmer, simplesmente com um nome alternativo. Outros identificaram Escorpião Rei como o antecessor de Narmer, Ka (ou Sekhen); Edwards em 1965, considerou o glifo de Ka, os braços abertos do sinal Ka, como simplesmente uma versão estilicamente diferente de um escorpião.[8] A historiadora Susan Wise Bauer sustenta que Escorpião II e Narmer eram realmente dois reis separados, mas Escorpião II reinou em 3200 a.C., um século antes de Narmer.[9] Como Escorpião II não é atestado em Abidos, ele poderia ser contemporâneo de Narmer, que eventualmente perdeu ou legou Hieracômpolis para Narmer. Um programa de televisão britânico[10] propôs que a cabeça de clava foi uma homenagem do rei Narmer a Escorpião I (cuja tumba em Abidos é conhecida). Segundo esta teoria, só havia um escorpião rei protodinástico, ao invés de dois como comumente se postulava. Cultura popular
NotasReferências
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